Caça ao caçador

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- Não pode ser...

Sarah, o que houve?

- NÃO PODE SER!

Sarah gritava e chorava a cada nova foto que chegava a seu celular. Nelas, Lorena estava amarrada e sendo violentada brutalmente. O rosto do agressor não aparecia, mas ela não precisava ver para saber quem era aquele maníaco doente.

A detetive largou o celular e caiu de joelhos, desesperada. Luan procurou acalmá-la, até que viu as fotos no celular no chão e entendeu.

- Meu Deus...

Ele pegou o celular e viu algumas delas. A repugnância o consumia por dentro. No entanto, ele tinha que acalmar a parceira.

- Sarah, se controle - ele a segurou pelos ombros, pois ela tremia e soluçava. - acalme-se! Temos que pensar com calma para resgatar a Lorena!

Sarah tremia forte. As lágrimas de desespero molhavam a terra do cemitério onde eles estavam, cavando para descobrir os corpos que imaginavam estarem sepultados ali.

- E-eu a deixei sozinha... - ela disse, soluçando. - eu a deixei justo hoje, que é seu aniversário... e ele a pegou! ELE A PEGOU!

- E nós vamos encontrá-la e pegá-la de volta! - Luan disse, tentando levantá-la. - mas preciso que você se acalme e pense comigo! Ou ela não terá nenhuma chance nas mãos daquele maluco! - ele lutou para tirá-la do chão. - Vamos, Sarah! Lute! Erga-se! Ela precisa de você!

Aquelas palavras conseguiram o efeito pretendido. Sarah parou de tremer um pouco e levantou-se, enxugando os olhos.

- Você tem razão - disse ela, pegando o celular da mão do parceiro e olhando de novo as fotos. - Ela precisa de mim. E esse filho da puta precisa pagar. - ela começou a passar as fotos, uma por uma. - Veja aqui, Luan.. reconhece o local em que eles estão?

Luan olhou para a foto, tentando ignorar o conteúdo. Por trás da menina dava para ver uma parede de madeira gasta e muito velha.

- Parece que estão em uma velha casa de madeira - ele disse - mas não conheço nenhum lugar assim na cidade. Você conhece?

- Também não - foi a resposta dela.

- Por onde acha que devemos começar a procurar?

- Por todo canto - Sarah disse, com determinação. - Vocês! - disse ela para os policiais, que cavavam - quero que peguem a foto desse maníaco e vasculhem a cidade! Ele capturou uma menina, a minha filha! Verifiquem o modelo e a cor do carro dele, e procurem em cada rua e cada câmera da cidade, a começar das principais. Andem!

Os policiais assentiram e saíram apressados, à exceção de dois, que Sarah disse para ficarem e  continuarem cavando.

- Ligue para o Marcos - disse ela a Luan - informe o que está acontecendo e peça para ele colocar todo o pessoal na rua, inclusive quem estiver de folga..

- Sarah, sabe que eu não tenho autoridade para mandar o chefe fazer nada, né?

- Depois do que encontramos aqui, tenho certeza de que ele não fará objeções - ela disse, encaminhando-se para a saída do cemitério. - E se ele fizer, pode mandar ele se foder, e diga que eu que falei.

Luan olhou-a com certo receio.

- E onde você vai agora? - ele perguntou.

- Para casa - ela respondeu, já entrando no carro. - foi lá que ele a pegou, provavelmente na festa de aniversário. Quero saber se alguém viu alguma coisa.

.....

O padre mordia o mamilo pequeno da menina, fazendo-o sangrar. Lorena gritava de dor, e isso lhe dava prazer além da conta.

- Isso, putinha, grita - ele disse, gargalhando. - grita, que eu quero ouvir seu desespero!

A menina tinha cortes fundos por todo o corpo, ocasionados pela lâmina do canivete do padre, que divertira-se um bom tempo torturando-a. O padre a largou de costas no chão e levantou-se, com um sorriso de satisfação nos lábios.

- Mamãe... - Lorena sussurrou, chorando baixinho. O padre deu-lhe  chute forte nas costelas.

- Já disse para não chorar! - ele gritou, já irritado. - porra, você é surda?

Lorena se contorceu de dor no chão, gemendo. Não estava mais de sutiã; agora, só vestia a calcinha.

- Mas acho que você tem razão - disse o padre, pegando o canivete. - Acho que já é hora da sua mamãe chegar. Vamos chamá-la?

O padre pegou o celular da menina no bolso. Encostou o canivete na garganta dela e tirou uma foto. Escreveu então uma mensagem e enviou para Sarah.

- Prontinho - disse ele, sorridente. - não queria a mamãe? Logo ela estará aqui. Só não sei se você vai estar...

Ele pegou o canivete, deslizando-o entre os seios da garota. Desceu a lâmina, passando por sua barriga e chegando à calcinha.

- Acredito - disse ele - que podemos nos divertir um pouco mais enquanto esperamos por sua mamãe - e, com um movimento rápido, o padre cortou fora a calcinha dela.

.......

O pneu do carro de Sarah furou assim que ela dobrou a esquina de casa. Xingando, ela saiu do veículo e cobriu o resto do caminho correndo. Assim que chegou em casa, viu uma multidão na porta; a maioria, amigos de Lorena e vizinhos.

- Sarah! - a vizinha, Lourdes, correu ao seu encontro. - Sarah, alguém levou a Lorena!

- Eu sei - ela disse, parando. - algum de vocês viu?

- Eu ouvi quando o carro arrancou - disse a mulher, começando a chorar. - Sarah, me perdoe, se eu tivesse ficado com ela...

- O filho da puta teria te matado, com certeza - Sarah retrucou, consolando a mulher. - ele é um maníaco perigoso. Foi muita sorte de vocês que não se meteram no caminho dele.

- Mas e a Lorena?

- Eu vou encontrá-la. - Sarah disse, determinada. - Temos toda a polícia da cidade procurando por ela. Além do mais... é a mim que ele quer. Vai usá-la como isca até que eu chegue.

Nesse momento Luan chegou em seu carro. Desceu apressado e foi até Sarah.

- Novidades? - perguntou ela.

- Marcos concordou em convocar todos os policiais - disse Luan - mas ele mandou você se foder também. - ele olhou para a multidão em frente à casa dela. - conseguiu algo por aqui?

- Ninguém a viu ser levada - disse a policial. - Temos que ver de outro ângulo...

Nesse momento o celular da detetive vibrou. Sarah pegou-o e leu a mensagem. Parecia esperar por aquilo.

- Me empreste seu carro - disse ela a Luan.

- Para quê? - ele olhou a parceira, sem entender.

- Só cala a boca e me dá essa chave - Sarah estendeu a mão.

Luan olhou para o celular na mão dela. Pareceu compreender.

- É ele, não é? - disse. - o padre te mandou uma mensagem, dizendo para você ir sozinha. Estou certo?

- Se eu aparecer com mais alguém, ele mata a Lorena.

Luan hesitou. Sarah tomou a chave de sua mão, impaciente. Entrou no carro do parceiro e deu a partida.

- Me prometa que vai ter cuidado - disse ele, aparecendo na janela.

- Não se preocupe - ela disse. - quem corre perigo mesmo é aquele maldito padre.

Ela acelerou, deixando Luan para trás.

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