Clique. Clique. Clique.
O padre apertou o gatilho várias vezes, mas nada aconteceu. Atordoado, sem entender, ele olhou para a arma em suas mãos.
- Não reconhece o peso de uma arma descarregada, idiota? - Sarah deu um chute no pênis do homem, que se dobrou de dor. Ela, então, jogou todo o seu peso, praticamente pendurando-se na viga em que estava algemada. A madeira podre logo estalou e cedeu; ela caiu por sobre o padre, entre destroços e lascas de madeira.
Os dois lutaram, embolados, por alguns segundos. Sarah, entretanto, estava algemada ainda, e o padre tinha a vantagem. Derrubou-a e puxou o canivete.
- SUA PUTA, MORRE!!
Nesse momento a porta da cabana se abriu e Luan entrou, a arma preparada. Quando viu a cena que se desenrolava, gritou com autoridade:
- Parado aí mesmo! Largue o canivete!
O padre o olhou por um segundo, e fez um gesto que aparentava ser de rendição; contudo, jogou o canivete na direção de Luan, que se desviou com agilidade e atirou. O padre já estava correndo para os fundos da cabana, mas o tiro o acertou de raspão na coxa. Ainda assim o padre conseguiu fugir pela porta dos fundos.
Luan correu em direção a Sarah, que tentava se levantar; ela sangrava pela boca, nariz e supercílio, além de ter vários hematomas nos braços.
- Eu disse para você ter cuidado - Luan ralhou - olha só o seu estado!
Sarah mostrou as chaves das algemas a ele com um gesto. Estava com o olhar mais feroz que ele já vira. Quando Luan pegou as chaves no chão que haviam caído do bolso do padre e abriu as algemas, ela correu até Lorena.
- Está tudo bem, filha - ela disse, amparando a menina desacordada. Mamãe está aqui. Você vai ficar bem.
Sarah olhou para o parceiro com raiva.
- Como me encontrou? - Ela perguntou.
- Meu carro tem rastreamento via GPS - Luan disse, retirando a camisa e vestindo Lorena com ela. - porque acha que te deixei vir tão fácil?
- Você me atrapalhou - Sarah disse, amargurada.
- Te atrapalhei? Eu acabei de salvar sua vida!
- Eu não precisava ser salva - Sarah disse, levantando-se. - tinha tudo sob controle até você chegar.
- Controle? - Luan não acreditava. - Você estava algemada e ele tinha sua arma!
- Estava algemada a uma viga podre e ele tinha minha arma, descarregada. Eu retirei as balas antes de chegar aqui. Sabia que ele exigiria que eu a entregasse. - Sarah massageou os pulsos. - fingi aceitar tudo o que ele pedia apenas para encontrar Lorena, e ver se estava viva. Fiquei só esperando o momento de pegar as chaves das algemas, enquanto aquele babaca falava um monte de besteiras. Aí você chegou e estragou tudo. Agora o desgraçado fugiu.
Luan ficou impressionado.
- Você apanhou tanto... para encontrar Lorena. - ele balançou a cabeça, decidido. - tudo bem, ele não deve estar longe.. eu acertei um tiro na perna. Vou atrás dele e você...
- Não - Sarah falou, decidida. - EU vou atrás dele. Você vai pegar seu carro e levar Lorena para o hospital o mais rápido possível.
- Sarah, eu não vou deixar que você..
- Vai, sim!
- Olha só o seu estado!
- Ele vai ficar pior, isso eu te garanto.
Luan estava indeciso. Não queria deixar a parceira ir sozinha. Mas Lorena precisava ir ao hospital.
- Tem certeza? - ele perguntou, uma última vez.
- Confie em mim - Sarah respondeu.
Luan assentiu. Pegou Lorena delicadamente no colo, e entregou a arma para a policial.
- Tome, a minha está carregada - ele disse. - Sarah, tenha cuidado.
Ela balançou a cabeça concordando, e ele saiu da cabana com Lorena nos braços. Sarah pensou um pouco, e pegou o as algemas e o canivete que o padre jogara em Luan, que agora estava no chão. Dirigiu-se até a porta dos fundos e saiu para a mata.
Ela não teve dificuldade em seguir o rastro do padre. Além de passar quebrando galhos e machucando folhas, ele deixava um rastro de sangue com a perna machucada. Sarah caminhou por alguns minutos até que chegou em um ponto que não viu mais a trilha de sangue. Soube, então, que ele estava por perto.
- Saia de onde estiver, seu porco covarde! - ela gritou para as árvores.
Subitamente alguém caiu em cima dela; era o padre. Ela não imaginava que ele pudesse subir em um galho estando machucado, mas foi o que ele fez.
Os dois caíram ao chão, lutando. A arma voou da mão dela, e se perdeu entre os arbustos. O padre socava o quanto podia, mas agora ela estava com as mãos livres; podia se defender. Desvencilhou-se dele e atingiu seus pontos críticos; Era treinada para isso. Golpeou os olhos, depois garganta e genitália; derrubou-o quando ele avançou, usando seu próprio peso contra ele. Por fim, no chão, aplicou um mata-leão perfeito, fazendo-o desmaiar.
Sarah arrastou e algemou o desacordado padre a uma árvore, com as mãos para trás. Descansou no chão da floresta, depois da luta intensa. Esperou alguns minutos para que ele recobrasse a consciência. Depois de um tempo ele finalmente voltou a si.
- Bom dia, bela adormecida - Sarah disse, sarcástica. - Espero que tenha dormido bem. Sonhou comigo?
O padre olhou para a mulher, e desatou a rir, com sangue na boca.
- Acha mesmo que me venceu? - ele desdenhou. - Sua puta burra, estamos no Brasil! Não há prisão perpétua ou pena de morte aqui. Você vai me prender, e em alguns anos eu serei solto por bom comportamento. Acredite, eu sei me comportar muito bem... eles vão adorar o pobre homenzinho que prega a palavra de Deus...
Sarah ouvia calada, com um meio sorriso nos lábios.
- E depois - o padre continuou - de dez ou quinze anos, eu serei solto. E então não importa onde você e sua filhinha querida estejam, eu vou encontrá-las, e vou foder vocês de todas as maneiras possíveis... e então eu finalmente vou te matar como a cadela que você é. Então, pode me prender. Não vai mudar nada.
Sarah sorriu, satisfeita.
- Que lindo o fato de você achar que eu vou te prender... - ela falou. - Que eu teria piedade de você... me diga, Pedro, quantas meninas você matou? Quantas suplicaram por piedade?
O rosto do padre ficou branco de medo.
- Você está blefando... é uma policial, não iria..
- Eu sou uma mãe - Sarah chegou perto dele. - Uma mãe puta da vida com você. Você ousou violentar minha menina, minha Lorena.
E então ela puxou o canivete e enfiou no pênis do homem. Sangue jorrou junto com o grito de agonia que ele deu.
- Vivian... - ela deu outra facada. - Bella.. - mais uma. - Rita...
Sarah deu uma facada no pênis do padre para cada menina que ele tinha violentado em Limoeiro, sempre falando o nome de cada uma, pois sabia de cor. A fúria brilhava em seus olhos enquanto o padre gritava de dor e pedia por socorro.
Por fim, após trinta facadas, ela terminou. O padre tremia e chorava de choque e dor. Seus testículos estavam totalmente destruídos.
- Você nunca mais vai tocar em ninguém, seu demônio - ela disse, levantando a cabeça dele. - Essa é também por Ricardo, aquele bom homem que você incriminou e matou.
E Sarah Hoffman enfiou a faca com força na garganta do padre, acertando em cheio a artéria. Sangue jorrou, rubro e forte, levando a vida do monstro à sua frente.
Ela se sentou no chão da floresta, exausta. Era o fim, enfim.
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O Caçador
Mystery / ThrillerUm sádico em busca de sanar seus prazeres carnais sequestra, abusa e mata jovens meninas na pacata cidade de Limoeiro. Uma policial tentará de tudo para descobrir sua identidade e pará-lo. Mas nesse jogo de gato e rato, qualquer um pode se sair venc...