UMA SEGUNDA CHANCE-Romance Gay

CAPÍTULO 21_"VOCÊ ESTÁ BEM?"

 Pauloestacionou o carro e desceu junto com Luciano que ainda estava inseguro com apossibilidade de alguém o reconhecer. Assim que abriram a porta e entraram no recinto, Luciano ouviu alguém o chamar.

_Lucinho...é você?_uma moça baixinha, gordinha e loura o agarrou e beijou o rosto dele diversas vezes fazendo comentários sobre como estava feliz em revê-lo._Tentei te encontrar, cara, mas ninguém sabia de você. Onde se escondeu? Você vai adorar saber que agora que aquele capeta morreu, o patrão mandou eu te falar que quer você de volta, pois foi o melhor lavador de pratos que ele já teve! O que você acha da gente voltar a trabalhar juntos?

Só nesse momento, a moça notou a presença de Paulo.

_Dr Paulo? Mas que surpresa, doutor! Nunca o vi por estas bandas! Espera aí...não vai me dizer que vocês dois estão juntos...

_Na verdade, agora eu trabalho na casa do Dr. Paulo, Bárbara...estou fazendo umas reformas...você conhece o Dr. Paulo? _Luciano teve esperanças de que ela não fizesse menção ao seu passado.

_Mas é claro que sim, Lucinho! Ele deu uma dentadura pra minha avó! _disse a moça entusiasmada.

Luciano olhou para Paulo desconsertado, vendo que ele também ficava sem graça.

_O senhor deu uma dentadura pra avó dela?_brincou Luciano vendo como Paulo ficara sem jeito com tanto entusiasmo da garota.

_Pois é...eu participei de um mutirão da área de saúde em comunidades carentes e dei uma dentadura pra avó dela...e pra outras pessoas da comunidade. _disse Paulo simplesmente.

_Isso sem falar das pessoas que ele ajuda lá na comunidade onde eu moro...meu Deus, esse homem é uma bênção, Lucinho! Ah, a gente sentiu muito a morte do seu namorado, Dr. Paulo...o seu Flávio era muito gente boa. Uma vez ele doou um dos vasos dele pra gente fazer um leilão via internet, Lucinho. Nossa, tinha que ver como ele era conhecido e como o pessoal dava lances altos...conseguimos um dinheirão...Foi pena mesmo ele ter morrido...um homem tão talentoso...

Paulo novamente ficou sem jeito. Não pretendia ouvir alguém falando do marido falecido logo na frente de Luciano no primeiro encontro deles.

_Quer dizer que você conhece o Luciano? _disse Paulo se sentando na mesa que a moça indicava tentando mudar de assunto.

_Fui eu que arranjei o emprego pra ele aqui, sabe? Mas aquela coisa que se intitulava namorado dele começou a infernizar a vida dele todos os dias vindo aqui pedir dinheiro, até que não teve jeito e meu patrão teve que dispensar o Lucinho. Confesso que arranjei o emprego pra ele pensando em ganhar este gatinho, sabe, mas um dia em que eu quase sujei a roupa e entrei em pânico...sabe como é...estava naqueles dias, início do expediente e não tinha como ir embora...mas aí o Lucinho disse que eu poderia deixar com ele e o senhor precisava ver que coisa fina, esse cara, doutor. Acredita que ele abordou uma das clientes, explicou a situação e veio com um absorvente pra mim na mesma hora? Aí eu pensei, que tipo de homem faria uma coisa dessas por uma garota?

_É...que tipo de homem faria uma coisa dessas? _agora era Paulo que se divertia com o constrangimento de Luciano.

_Aí eupensei...não gente, se ele fez isso, só pode ser veado, porque homem não ligapra essas pelejas da gente, né?! Mas os veados são todos gentis com as meninas,não é, doutor? Olhando assim, nem dava pra notar mesmo que ele não gostava de mulher, mas..._a moça alterou a voz quase matando os dois de susto. _Ah, não Lucinho...não vai voltar a usar brinco? Ficava uma gracinha! Agora você pode colocar que aquele demônio não vai mais arrancar...filho da puta desgraçado...uma hora dessas, conta pra ele, Lucinho, que tipo de demônio ele era...ah, justiça divina...aquela coisa está bem no fundo do inferno...dá até pena do capeta, Dr. Paulo...Viu a cicatriz que ele deixou no rosto dele, doutor?_ ela continuava sem dar pausa.