CAPÍTULO 41-HENRIQUE DOPA LUCIANO

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 _Fala, filhão!_disse Paulo atendendo o telefone no consultório.

_Que tal um programa hoje à noite?

_Beleza! Aonde a gente vai?

_Abriram um restaurante novo no centro. Música ao vivo, como você gosta. Já fui lá, super aconchegante, discreto...como você prefere. A comida é super gostosa.

_Tudo bem. É só falar com a Cida pra ela não fazer jantar pra gente. E avisar o Luciano.

_Luciano...será que ele vai querer ir? Ele não gosta muito de sair...se ele não quiser ir, tudo bem.

Henrique ficou feliz por Paulo não ver a cara de contrariedade dele. Será que ele não podia dar um tempo e deixar o Luciano em casa?

 _Esquenta não, Henrique. A gente estava pensando mesmo combinar um passeio pra comemorar a sua volta. Já tinha falado com o Luti. Ele está mais seguro pra sair e, além do mais, não vou sair sem levar o meu amor, claro. Preciso desligar que o meu próximo paciente chegou. Nos vemos mais tarde.

Henrique desligou o telefone com raiva. Achou que poderia sair com Paulo sozinho, sem aquela sombra atrás deles. Lembrou-se de algumas vezes, em que Flávio estava fazendo quimio e os dois iam a restaurantes perto do hospital, enquanto ele passava pela máquina, na maioria das vezes, por longas horas. Era tão bom só os dois...Paulo tão perto dele, um amparando moralmente o outro...os dois cúmplices nas estratégias para animar Flávio a lutar contra a doença...

_Pati mandou uma mensagem falando que você convidou a gente pra sair. Vai ser legal._disse Luciano passando pela sala, onde Henrique estava sentado, ainda com o telefone na mão.

_Vai ser muito legal. _falou Henrique a contragosto, percebendo que a distração do outro não deixara ele perceber o seu tom de voz.

Ficou olhando Luciano subir as escadas levando um monte de roupas passadas, ajudando Cida. Somente um cara idiota de se rebaixar àquele ponto, ajudando a empregada nos serviços domésticos.

O rapaz começou a arquitetar uma forma de tirar o concorrente de cena.

Luciano não desconfiou quando Henrique lhe ofereceu o copo de suco, fingindo estar sendo solícito ao vê-lo suado, sentado no chão eliminando as ervas daninhas do jardim.

Um sorriso maldoso pairou no rosto do rapaz. Imaginou como o jardineiro começaria a ficar extremamente cansado daí a algumas horas. Escolher ficar em casa, descansando, seria a próxima atitude dele.

À noite...

_Você está com o rostinho tão cansado, amor..._disse Paulo ajeitando as roupas do namorado.

_Nossa, Pati...se não fosse o Henrique nos convidar, realmente eu iria pra cama mais cedo hoje. Estou tão cansado que estou temendo dormir no meio do caminho.

_Nadadisso, seu preguiçoso. Prometo que a gente não vai voltar tarde, mas eu insistoque você nos acompanhe. Henrique precisa ter mais convivência familiar,enxergar a gente como um  casal, uma família. Vai, arrume essa carinha, você vem sim com a gente._insistiu Paulo.

Os dois desceram as escadas e se encontraram com Henrique na sala. O rapaz era, ao contrário de Luciano, a representação perfeita da energia e da vitalidade. Estava caprichosamente arrumado e muito bonito.

_Nossa, Luciano. Você parece cansado._disse Henrique.

_Não é nada...é só sairmos e ele desperta logo, não é, amor?_disse Paulo beijando a testa de Luciano com carinho.

UMA SEGUNDA CHANCE-Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora