CAPÍTULO 36-LEITE CONDENSADO E AMOR.

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Depois de comerem queijo assado e chá perto da lareira, um nos braços do outro, Luciano se ofereceu para fazer uma sobremesa rápida que Cida lhe ensinara.

De um pulo, foi para a cozinha, deixando Paulo recostado confortavelmente nas almofadas da sala que se espalhavam pelo chão.

Paulo colocou as mãos atrás da cabeça e ficou admirando ele se afastar com uma camisa dele que ficava enorme em Luciano.

 Achou uma gracinha ele com um calção largo e curto, a camisa enorme, um par de meias nos pés...os cabelos recém-lavados e quase secos caindo sobre o rosto.

O dentista ficou admirando o namorado abrindo a caixa de leite condensado e chupando o dedo que sujara um pouco. Paulo não resistiu e se levantou suspirando.

Luciano levou um susto quando Paulo o agarrou por trás, na cozinha.

_Pati! Quer me matar de susto? Olha só...entornei o leite condensando em mim...e eu já tomei banho...vou ficar todo melado...

_Não seja por isso...eu gosto de você todo melado...

Paulo tomou a lata das mãos de Luciano, abriu a camisa dele e deixou que ela escorregasse para o chão lentamente e começou a entornar mais um pouco do líquido no peito do rapaz, enquanto lambia o trajeto lento do líquido grosso.

_Nada mais justo do que eu, o responsável pelo seu banho jogado fora, te dar outro banho...um banho de gato...todo de língua, hum?!

Paulo começou a tombar Luciano cuidadosamente no chão da cozinha.

Luciano soltou um gemido baixinho quase perdendo o fôlego e sussurrou:

_Pati...o Henrique tá lá em cima.

_Eu fui lá...ele está ferrado no sono e eu duvido que acorde tão cedo. Talvez, só acorde amanhã...Que delícia...Luti com leite condensando...por que eu não pensei nisso antes? Está muito bom...prove.

Beijou os lábios do namorado profundamente. Luciano fechou os olhos e gemeu baixinho.

_Fique...fique assim...de olhos fechados...confie em mim...por favor...confie em mim, amor...

Luciano soltou o corpo nos braços seguros do namorado e foi se deixando conduzir até o chão lentamente.

Paulo deslizou as mãos pelas pernas de Luciano e olhou os pés com reverência. Por que aquela fissura com pés?

O dentista tinha que admitir que era muito prazeroso poder conduzir um Luciano já totalmente confiante em seu parceiro, após saber o longo caminho que haviam percorrido até chegar àquele grande progresso.

_Seus pés...seus dedinhos com todo esse melado...

Paulo viu ele se retrair e resolveu não tocar no assunto, pois sabia como ele rejeitava aquele toque nos pés.

_Deus, eu vou ficar louco, querido...prometa não abrir os olhos, por favor...prometa...

_Ok...tudo bem...eu confio em você..._sussurrou Luciano baixinho.

_Ah, lindo...eu amo quando você fala assim...

Paulo acabou de despir o namorado no chão da cozinha e Luciano estava adorando aquele jogo de sedução, leite condensado e confiança.

_Assim eu não vou conseguir me controlar, seu danado...vamos acordar o Henrique!_repetiu Luciano sem se conter.

_Seus gemidos são baixinhos...só pra eu ouvir, amor..._sussurrou Paulo continuando a amar o namorado.

Luciano se entregou aos carinhos do namorado e quando os corpos se fundiram ao som da chuva que caía e da lenha que queimava na lareira, achou que atingira o paraíso.

Paulo o ergueu do chão, sentando-o em seu colo, enquanto Luciano o agarrava com as pernas puxando ele mais para perto de si. Tombou a cabeça para trás e deu livre acesso aos lábios de Paulo ao seu pescoço, como ele sempre mostrava que gostava de fazer.

Sem que o casal notasse, uma sombra se esgueirou silenciosamente de volta para o quarto.

Henrique ficou excitado ao ver como o pai adotivo poderia ser extremamente carinhoso com um amante. Aquela descoberta só confirmava o que ele já descobrira há alguns anos. Não só Flávio, mas também Luciano, não eram o que Paulo precisava. O pai adotivo era demais para aqueles dois idiotas. Paulo precisava de um homem de verdade, de um homem que não parecesse um gay, que não fosse afeminado, que não deixasse por menos aqueles atos libidinosos e tão intensos com tanta passividade.

Paulo ficaria louco se houvesse alguma resistência, alguma ação mais afoita com ele, o rapaz tinha certeza.

Henrique sentiu a excitação aumentando. Pensou em como poderia esgotar o dentista numa transa selvagem e insaciável, dando a ele a certeza e a segurança de que era um homem muito especial e atraente.

Os gemidos baixos do namorado do pai adotivo chegarama deixar Henrique irritado, como se Luciano fosse perder os sentidos no momento seguinte, antes de desabar exausto depois de tão poucos esforços de Paulo.

Deveria ser desestimulante perceber que o parceiro não precisava de todo o seu potencial para se realizar.

Ele pensava que poderia manter Paulo ocupado durante um dia inteiro!

Luciano era fraco!

Que desperdício de macho, pensou Henrique apertando os órgãos, mordendo os lábios e fechando os olhos tentando conter um gemido denunciador.

_Ah, se eu te pego, Pati..._fez uma careta contrariado._Pati...apelido de boiola. Deve achar que Paulo é um veadinho como ele....Luti...Nada de Pati para você, garanhão. Seu predador insaciável!

Henrique ficou fantasiando um encontro dos dois.

_Paulo...meu Paulão, tesão, tentação, gostosão!

Teve um restante de noite bem agitado imaginando o que Paulo e Luciano estariam fazendo no quarto, naquele momento.

_Isso se aquele grilinho raquítico não tiver desmaiado de exaustão antes do segundo round.

Virou-se para o canto já sabendo que o sono não viria tão cedo.

Estava deprimido. Paulo não estava ali.

Imaginou, na noite insone, se a situação poderia ter sido diferente,  caso ele não tivesse desistido tão cedo e ido se refugiar no exterior.

Como ele poderia saber que Paulo conseguiria ressurgir dos mortos e, pior ainda, procurar arrego nos braços da criatura mais improvável do mundo?_pensou Henrique.

Se lembrou dos primeiros anos longe de casa...a busca por outros homens...os sonhos eróticos com Paulo...até que recebeu aquele convite piegas (tinha certeza de que fora coisa da avó colocar os tradicionais pombinhos...) que o trouxera  imediatamente de volta para o Brasil.

Estava totalmente fora de cogitação deixar outro homem ocupar o lugar que outrora pertencera a Flávio. 

Suportar Paulo perdendo seus melhores anos de vida cuidando de um moribundo já fora difícil, agora saber que ele estava planejando tomar Luciano como seu marido, realmente não estava nos planos de Henrique.

UMA SEGUNDA CHANCE-Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora