CAPÍTULO 50-PAULO SENTE NOJO DO FILHO!

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Paulo levou alguns minutos para entender que aquilo não era um pesadelo e sim uma realidade que ele desejava nunca ter conhecido. Teve que se apoiar num dos móveis da sala para evitar cair na frente do filho.

_O que você está dizendo? Eu não posso acreditar...

_Paulo, acorda,homem! Eu sei o que eu quero, Paulo e já o sabia bem antes do Fláviomorrer...bem antes de sair do país numa tentativa louca de esquecer-me de você,Paulo. Achava que era certo pensar que você viveria o resto da vida chorando   pela morte do Flávio, mas aí...aí Paulo...você me escreveu e disse que tinha aberto o coração novamente e que tinha este cara ocupando o meu lugar...o lugar que por direito deveria ser meu, Paulo!

Henrique soltou os ombros de Paulo e passou as mãos pelos cabelos revirando os olhos.

_Cara, você nem pode imaginar quantas vezes eu fiquei escondido olhando você e o Flávio se amando, vendo você com este corpão todo tomando banho e mesmo agora, vendo você com esse cara! Eu não sei como é que eu me aguento há tanto tempo sem te agarrar, homem!

_Henrique, você é o meu filho! Ficou louco?_Paulo o olhou incrédulo.

_Que filho, Paulo? Que filho? Foi a conta de eu botar os meus olhos em você mais uma vez, na minha adolescência, logo depois que eu vi você e o Flávio pela primeira vez transando, para saber o que é que eu queria fazer, Paulo. E eu queria o tempo todo estar nos seus braços, cara. Você é tão lindo, tão cheiroso, tão gostoso...você não vê que é um tesão irresistível?

Henrique tentou tocar o rosto de Paulo que se desvencilhou enojado.

_Não, Paulo, por favor...não faça isso comigo, cara...Não vou aguentar você me rejeitando, por favor. Eu só preciso de uma chance pra te mostrar que eu sou o homem ideal pra você. Não aquele merdinha magricela que se enrosca em você parecendo uma trepadeira parasita numa árvore. Não sei como é que você aguenta aquela lentidão toda, parecendo duas lesmas trepando...e não aquela sarração gostosa de dois machos se pegando em pleno cio, Paulo. Imagine eu e você, cara...vamos incendiar aquela cama lá em cima, Paulo...anda! Não sei como não se sente sufocado por ele, aquela esfregação toda feito uma bichinha nojenta e...

Paulo não acreditou quando desferiu um murro no rosto do filho, derrubando o rapaz em cima de um sofá próximo.

Como se saísse de um torpor, Henrique colocou a mão no rosto e olhou assustado para o padrasto. Nunca o vira daquele jeito.

_Saia daquiantes que eu arrebente a sua cara, seu nojento! Eu não estou ouvindo isso...nãoestou...meu Deus! Não posso ter me enganado esse tempo todo. Que merda é essaque você se transformou, Henrique? Como pode me contar isso tudo assim? Não,não acredito que você ficava olhando a gente esse tempo todo, o carinho que agente tinha com você e você nos     vigiando de forma tão desrespeitosa?! Flávio te amava, cara! Foi ele quem teve a ideia de te adotar, ele me convenceu, te escolheu dentre tantos garotos...te amava como um verdadeiro pai...assim como eu...

Henrique se levantou do sofá com as mãos postas, como se suplicasse pela vida:

_Paulo, olha só...Você é o homem da minha vida, sempre foi! Eu só peço uma chance, Paulo...uma única chance...para que você veja que eu sou melhor do que o Flávio...do que o Luciano...do que qualquer outra pessoa que você possa imaginar, Paulo...Como você não vê que fomos feitos um para o outro, cara?

_Você não falou isso para o Flávio...

_Infelizmente ele era mais esperto e observador do que você, Paulo e descobriu antes de morrer. A gente teve a maior briga e ele me mandou para os Estados Unidos para estudar. Me proibiu de contar pra você e afirmou que quando eu voltasse...teria mudado a cabeça. Consegui te convencer a me deixar ficar aqui, quando ele piorou e fui ganhando tempo. Aí ele morreu, fiquei aqui pelo tempo suficiente para pensar que você nunca mais abriria o seu coração...até agora...com aquele cara sem sal. Por favor, Paulo...me deixe mostrar a você o que é ter um homem de verdade na cama, não aquela versão de homem que eu vejo com você sobre a laje, no chão da cozinha...com aqueles gemidos de vadiazinha...parecendo uma lesma se contorcendo sob você...Você com isso tudo aí dentro daquela bundinha esquelética...

UMA SEGUNDA CHANCE-Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora