CAPÍTULO 1-PAULO CONHECE LUCIANO

5.3K 456 61
                                    


CONTEÚDO ADULTO: PROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS!!!


Paulo mandou entrar o próximo paciente.

Marisa avisou que ele estava atrasado há dez minutos.

Paulo passou a mão no rosto cansado. Disse que iria esperar mais dez minutos, que devido à chuva forte que caíra há pouco, ele poderia estar atrasado. Dispensou a secretária, ele poderia fechar o consultório sozinho. Ela foi embora após um "boa noite".

O dentista parou em frente à janela e olhou a chuva cair lentamente, mais fraca agora. Lembrou-se de Flávio, de como ele gostava de se aninhar entre os seus braços nas noites frias de chuva, especialmente no final, quando estava tão debilitado e levava apenas cinco minutos para cair no sono. 

Depois de dez minutos, o dentista suspirou sofrido e começou a desmontar os materiais para guardar.

Uma batida de leve na porta. Ele a abriu.

O rapaz que estava em pé em sua porta era baixo e magro...talvez magro demais. Paulo notou que ele não o encarava...era tímido, o dentista  mal ouviu um "desculpe pelo atraso".

Convidou o rapaz para entrar e sentar-se na cadeira.

A pele era branca e os cabelos negros e espessos, em desalinho. Paulo não deixou de notar que ele usava uma sandália gasta, de couro marrom e, por isso, pode ver parte dos seus pés de fora.

Os pés...por que sempre se sentira tão atraído por essa parte do corpo dos homens?

— Sou o doutor Paulo Patterson, cirurgião dentista. Você é o Luciano Luti Duarte, eu suponho. — o rapaz assentiu.

Sem encarar o médico, o rapaz segurou firme os braços da cadeira como se temesse cair, após atender ao convite para que se sentasse.

— Em que posso ajudá-lo?

— Queria que olhasse um dente que dói há dias. —sussurrou o rapaz.

— Poderia me mostrar qual é o dente?

Luciano apontou o dente que incomodava. Paulo tocou um  instrumento nele e o rapaz gemeu de dor.

O dentista não deixou passar despercebido o fato do jovem estremecer e também encolher os dedos dos pés, sinal de que a dor era intensa.

Os pés...sempre os pés...Por que tinha que ter tanta fissura por pés de homens? Recriminou-se novamente.

Piscou os olhos tentando afastar aquela imagem.

— Como é a sua primeira vez, a gente vai fazer uma avaliação geral, ver o que precisa ser feito. Claro que o primeiro da fila será este dente que merece uma atenção especial.

Paulo entregou o guardanapo ao rapaz e viu que ele, mesmo assim, não ergueu a cabeça.

Começou o exame.

— A gente vai tirar umas radiografias, pois vai precisar, e avaliar o que poderemos fazer pelo dente que dói. Vamos ver tudo direitinho, só vai levar alguns minutos. E, não se preocupe, pois não vou cobrar pelas radiografias.

Em silêncio, Paulo começou o exame minucioso, de vez em quando se virava e anotava algo na ficha do rapaz.

— Pode fechar a boca. — disse o dentista e se virou para acabar de preencher o orçamento e registrar o que precisaria fazer na boca do rapaz.

O doutor Paulo Patterson demorou alguns minutos observando as radiografias e olhando a tabela de preços. Quando se voltou para o rapaz, percebeu que ele estava dormindo.

UMA SEGUNDA CHANCE-Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora