CAPÍTULO 47-A INSEGURANÇA DE LUCIANO.

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 Nos dias que se seguiram, Luciano continuou calado e abatido, mas Paulo não conseguiu fazer com que ele se sentisse novamente à vontade dentro de casa.

Um dia, quando Luciano deixou um bilhete ao lado da cabeceira de Paulo, avisando que não quisera acordá-lo, mas que saíra com D. Maura, Paulo ficou realmente incomodado.

Com o passar dos dias, Paulo notou que Luciano ficava cada vez mais longe de casa, alegando que precisava ir conversar com Miguel ou mesmo que precisava visitar algumas exposições de plantas com a sogra para pegar algumas dicas de como cuidar dos jardins da casa.

Um dia, quando Paulo estava voltando pra casa do consultório e ligou para Luciano, ele avisou que a pedido da sogra, decidira dormir na casa dela. Para Paulo, aquelas tentativas de se afastar dele chegaram ao limite e o dentista não teve dúvidas quando se dirigiu à casa da mãe.

Quando chegou, foi informado que o namorado estava tomando banho. D. Maura chamou o filho para que ele viesse caminhar com ela por entre os canteiros da horta que ela e Luciano estavam organizando.

_Mãe, eu sei que eu preciso dar um tempo para o Luti, mas sinto que ele se afasta de mim a cada dia que passa._desabafou.

_Paulo, você deveria ser mais observador, pois a verdade está debaixo dos teus olhos, só você que não vê.

_Não sei do que a senhora está falando, mãe.

_Luciano está morrendo de ciúmes de você com o Henrique, Paulo!

_Mas ciúmes de quê, mãe? Henrique é o meu filho...

_Não sei se ele se considera realmente o seu filho, Paulo.

_Ih...não entendo suas insinuações, dona Maura. Vai logo, desembucha que eu conheço muito bem quando a senhora está preparando uma das suas. Fale logo!

_Nunca confiei no Henrique e agora, depois de todos os alertas de Lurdinha, menos ainda. Luciano é muito sensível e me confessou que não se sente seguro tendo o Henrique desfilando pela casa com as pernas e os braços de fora, se exibindo para vocês dois. Está todo inseguro com toda aquela magreza, as cicatrizes que lhe tomam quase toda as costas e me falou que mister universo desfila sem camisa pela casa, exibindo os músculos para vocês dois.

_Como assim se exibindo para nós dois...do que ele está falando?

_Não é novidade pra você que ele tem complexo de sua magreza...além das cicatrizes...Você mesmo me falou que ele nunca mais ficou sem camisa depois que o Henrique chegou.

_Mas eu nunca dei a ele motivos para se sentir complexado, mãe! Quantas vezes a senhora mesma já chegou lá em casa e viu o Luti tão à vontade de camiseta e até sem camisa? Quando estava fazendo calor, ele trabalhava no jardim sem camisa...achei que ele já tinha superado isso! Realmente notei que ele não tem ficado sem camisa mais, mas achei que fosse por opção e não comentei nada.

_Antes do Henrique chegar, ele até se sentiu seguro, Paulo, mas agora, ele está cheio de cismas, de complexos, de insegurança. Eu achava tão bonitinho quando a gente estava mexendo nos canteiros na sua casa e ele não tinha vergonha de tirar a camiseta perto de mim, não se importando em eu ver todas aquelas cicatrizes que aqueles monstros malditos fizeram nas costas dele. Tadinho, Paulo...ele já sofreu tanto e vejo que ele teme que você prefira Henrique a ele. Você sabe que ele é complexado e tem a autoestima lá embaixo!

_Eu sei e a Cecília já me explicou tudo isso, mãe...

Paulo passou as mãos nos cabelos nervoso.

UMA SEGUNDA CHANCE-Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora