CAPÍTULO 40-HENRIQUE APRONTA COM LUCIANO

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_Hum...você nem vai tomar o café direito?_perguntou Henrique ao pai adotivo que engoliu uma xícara de café e terminou de se arrumar apressadamente.

_Eu me atrasei...o Luciano às vezes acaba comigo, sabia?_disse Paulo com um sorriso cheio de energia.

 _É...está dando até inveja te ver com essa cara satisfeita de que foi muito bem chupado, Paulo..._riu Henrique.

_Opa! Olha o respeito. _repreendeu o filho._Nossa, realmente estou atrasado!

_Isso...perca o emprego pra ficar comendo aquele rabinho magrelo até tarde, seu esfomeado. Fique sabendo que desse jeito, ele nunca vai desenvolver uma bunda redonda, que é o que você gosta, que eu sei._provocou Henrique.

_Olhe o respeito, rapaz. Você está falando do seu futuro padrasto e do meu namorado. Se aquilo ali melhorar...eu enlouqueço...enlouqueço..._disse Paulo sem se conter.

Henrique não pode controlar um novo sentimento de contrariedade vendo que ele parecia um adolescente diante do primeiro amor. O que Paulo via em Luciano, afinal?

Paulo riu para ele e saiu comendo um pão de queijo.

_Ele deve dormir até tarde, tadinho...acho que eu dei uma canseira nele ontem à noite...quem manda ser tão gostoso?!_Paulo saiu rindo com o filho atrás dele.

Quando chegou fora da casa, olhou para o céu e viu como o tempo estava anunciando chuva e que um vento gelado começava a soprar.

_Essa não...de onde veio este vento frio? Será que vai chover?_disse Paulo repentinamente em dúvida.

_É o que parece.

_Henrique, faça-me um favor. Eu não vi que estava ficando frio e deixei a janela do nosso quarto aberta. Quebre esse galho...tenho uma cirurgia pra fazer agora...vai lá pra mim e feche a janela, porque depois daquela extravagância do Luti ontem...ele é tão sensível...e vi que ele está ferrado no sono...pode se resfriar com essa corrente de ar!

_Tudo bem, Paulo. Eu cuido de seu bebê._disse revirando os olhos.

_É por isso que eu te amo, filhão._Paulo beijou o rosto do filho com carinho e saiu correndo.

Henrique esperou que ele saísse pelo portão e entrou na casa calmamente. Chegou no quarto e viu Luciano dormindo meio descoberto, totalmente nu e, realmente, o vento frio entrava por uma fresta da janela, balançando as cortinas.

_Ô, tadinho...o veadinho vai congelar o rabinho...

Henrique deslizou o edredom levemente, até que ele descobrisse totalmente o corpo de Luciano.

_Coisa inútil...ainda mais com estas costas horrorosas...nem bunda essa merda tem...não sei como o Paulo conseguiu entrar nisso aí..._saiu do quarto com um sorriso de escárnio nos lábios, após afastar as cortinas para que nada bloqueasse o vento frio que entrava pelo quarto.

_Tudo bem...eu entendo...realmente, com a pressão tão alta, dona Ordália, não dá pra fazer a cirurgia. Depois a senhora liga e agenda novamente a cirurgia com a minha secretária. Bom dia pra senhora também.

Paulo recolocou o fone no gancho e conferiu a agenda.

_Beleza. Tinha reservado todo o horário da manhã pra ela e agora...acho que dá pra ir em casa, almoçar com meu amor...só voltar depois do almoço...ver aquele que se tornou minha sobremesa favorita, ultimamente. Nem vou ligar, tadinho...deve estar dormindo gostoso até agora...cansadinho de ontem.

UMA SEGUNDA CHANCE-Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora