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Lauren

Observei a parte de dentro da casa. Ao juntar o ambiente, tudo parecia se tornar um enorme palácio. Algo da Grécia, pois esses eram os tons que predominavam no lugar. Meus olhos estavam parados sob os quadros com imagens femininas, todo o luxo que lhes acompanhavam, não era capaz de cobrir a tristeza e escuridão estampadas em suas feições. Bryan puxou-me pelo braço e arrastou meu corpo até a enorme escada alojada no meio do salão. Estremeci ao ouvir o barulho estridente que fazia quando a bota do garoto ia de encontro com os degraus.

Paramos em frente a uma porta enorme, seu tom era uma cor de qual não conseguia ter certeza, devido a não ser um lugar muito iluminado. Mas se tivesse que chutar, diria ser um dourado.

Por alguns segundos me perguntei, se Bryan tinha algum fetiche por coisas grandes e luxuosas. Nem Zayn faria questão de uma casa como essa.

- Abra. - Pensei estar escutando minha mente dizendo o que eu realmente queria fazer. Mas era a voz do homem ao meu lado. -

O olhei uma última vez para ter certeza de que era para o fazer, e despejei minhas pequenas mãos sobre a maçaneta quando o loiro assentiu. Lentamente empurrei as enormes portas, enquanto andava para frente ocupando o espaço liberado.

Meus olhos se abriram em constante aprovação e me senti a tentar fazer com que alguma frase saísse de minha boca, mas não consegui nada. Observei a imensidão de vestidos, trajes e jóias que estavam a minha frente. Direcionei meu olhar para o homem, com minha expressão ainda surpresa.

Segui caminho para o lugar enorme e glamoroso. Meus olhos brilhavam como raios solares ao explorar todas as informações daquele lugar. Passei a ponta de meus dedos sentindo a textura dos produtos da mais alta qualidade.

- O que é tudo isso? - Me virei para encarar o homem que permanecia estendido sob a porta, olhando profundamente cada mínino movimento que eu fazia. -

- Eu nunca tive apenas uma garota. Precisava ter coisa para todas.

- Você as comprava com estas coisas? - O louro gargalhou enquanto passava seus dedos entre seus fios longos, na tentativa de os arrumar. -

- Sim, elas caiam como tolas.

- É uma pena. Porque eu optaria por estar com as piores vestes do mundo, do que me manter ao seu lado. - Me arrependi de ter soltado a frase que guardara dentro de mim, ao ver seu amargo sorriso se desmanchar. -

- Também é uma pena que você não tenha opção. - Ele piscou-me um de seus olhos e despejou suas mãos sobre os bolsos da calça preta que o mesmo usava. - Mas isso não interessa, apenas vista alguma dessas roupas, hoje irei receber o meu grupo de chefes e quero que você esteja arrumada. - Gargalhei ao ouvir a palavra chefe sair de sua boca, era uma sensação indescritível imaginar alguém mandando em Bryan. -

- Então quer dizer que você também é do tipo que obedece. Não é mesmo, Bryan? - Me aproximei dele e vi a fúria transgredir de seu rosto. -

- Apenas se troque! Ao menos que já tenha desistido de sua vida.

Zayn

Observei os quatro homens que estavam por trás das enormes portas que dividiam o corredor da parte inicial da prisão. Queria atirar em todos que aparecessem em minha frente, e finalmente sair desse lugar. Mas pelo menos uma única vez em toda minha vida, eu teria que ter calma. Respirei fundo e dei três passos. Que se foda.

Atirei nas costas do único homem que estava realmente perto de mim, fazendo com que a bala atravessasse por seu estômago. Logo ouvi os outros a virem em minha direção e corri para o fundo do corredor. Eles não haviam me visto, o que era muito bom. Arrastei os dois corpos ensanguentados que estavam estendidos no chão, para longe da minha cela e logo voltei para o meu lugar. Escondi a arma por baixo do colchão duro que estava tendo que dormir nesses dias, fechei as grades e por fim, me sentei sobre a "cama". Haviam três celas depois da minha, tudo que precisava era esperar que eles fossem verificar as mesmas. Eu precisaria correr, correr como nunca havia feito antes. A eletricidade do meu corpo aumentava a cada segundo que ouvia os passos exageradamente altos e desesperados dos policiais. Um dos homens parou a frente do meu espaço e senti minha respiração fraquejar. Eu não podia demonstrar absolutamente nenhum sinal de pânico, então apenas arqueei uma de minhas sobrancelhas e movimentei meu rosto para o lado, como se tentasse enteder seu motivo para estar aqui. Por segundos, fixei minha atenção nos dois homens passando por de trás do cara a minha frente. Agora tudo que precisava era esperar o homem se juntar a eles. O policial revirou os olhos e seguiu em frente ao ouvir o chamado de um dos outros. Puxei todo o ar que pude para dentro dos meus pulmões e senti todos os órgãos do meu corpo queimarem. Fechei meus olhos, soltei o ar, peguei a arma, e então. Corri, corri como nunca em minha vida. Amaldiçoado sejam os presos que gritaram avisando os guardas, logo ouvi os barulhos de tiros sendo disparados em minha direção. Tentei focar em correr e desviar. Se fosse parar para revidar os tiros, acabaria criando uma grande bolha que só serviria para me atrasar. Acabei tropeçando em algo e apenas no chão consegui ter a visão de um corpo, não só um, haviam vários homens mortos espalhados pelo chão. Ergui meus olhos até que pudesse ver os rostos que me olhavam. Minha cabeça estava rodando e o sangue quente nunca havia percorrido tão rápido por minhas veias. Mas mesmo assim, consegui reconhecer os quatro homens a minha frente.

- Você é um baita de um filho da puta Malik, mas nós ainda gostamos um pouco de você.

Poderia parar e agradecer, mas o tempo era curto demais para toda essa enrolação, retirei meu pé da parte de baixo do corpo e me levantei para voltar a correr, mas dessa vez acompanhado.

Lauren

Observei o vestido de um tom   vermelho estridente, que estava perfeitamente espalhado por meu corpo. Seu decote em formato de coração realçava meus seios e formava uma ótima combinação entre o tom claro de minha pele e seu tom extremamente chamativo.

- Anda, vamos. - A voz de Bryan soou grosseiramente sobre o quarto. Me virei para o mesmo e vi seu olhar cair sobre meu corpo. Senti meu estômago embrulhar ao ver o ato grotesco do homem, que despejava suas mãos no local de seu volume e apertava o mesmo. -

Tentei não manter minha atenção em toda a terrível situação que acontecia ao meu redor, enquanto seguiamos em direção a escada.

Bryan segurou meu corpo impedindo-me de começar a descer os largos degraus, e pude ouvir o alto murmúrio das pessoas que se encontravam no enorme salão.

- Repare apenas no homem que está com o terno roxo, assim como o meu. - Me virei para encarar sua roupa, que esbanjava o quanto deveria ter sido cara ao ser comprada em alguma das melhores lojas do ramo. - Ele é o meu chefe, não quero ver nenhum comentário negativo ou ofensivo sobre a minha pessoa, está me escutando? - Assenti e deixei meu olhar cair sobre todos os homens que ali estavam presentes, minha mente estava focada em encontrar alguém com um tom que se destacasse em meio a tantos ternos pretos. Minha atenção parou ao encontrar um homem com a mesma roupa que me havia sido anunciada, o mesmo conversava com mais um ou dois caras e só então pude reparar em suas feições. -

Vasculhei em minha memória todas as informações que tinha sobre aquele rosto. Senti meu corpo enfraquecer e o sangue que o percorria parar. A imagem do mesmo abandonando a mim e minha mãe foi tudo que consegui pensar. Todas as vezes, em que ele havia saído e voltado dias depois para casa, as vezes que bebia mais que o necessário e batia em minha progenitora como se não houvesse amanhã, ou então da fumaça que saia de seu cigarro e todas as doenças respiratórias que o mesmo causará em minha infância. Aquele era um dos seres humanos que mais temia e enojava em toda a minha miserável vida. Sua voz, seu jeito, suas frases prontas, sua grosseria, seu alcoolismo, sua malícia, seu preconceito, seu machismo, simplesmente não posso lidar com tudo isso novamente. Não posso porque, mais do que odeio esse mundo, mais do que odeio meus sequestradores e mais do que odeio tudo que venham deles, eu odiava aquele homem, e odiava a maneira em que me via obrigada a chamá-lo de pai.

- Com amor, Isa. -

DARK LOVE Z.MOnde histórias criam vida. Descubra agora