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Lauren
4 anos atrás

O barulho do quarto ao lado era ensurdecedor. O som dos atos violentos que meu pai reproduzia por todo o corpo de minha mãe, junto com sua voz alta exclamando por ajuda. A sensação de inutilidade era a pior, sempre que tentava fazer alguma coisa, apenas acabava piorando tudo. Todas as vezes, é sempre assim. Meu pai vai ao bar, perde o controle, volta para casa e desconta todas suas mágoas em minha mãe. Já pedi para a mesma tomar alguma providência, mas tudo que ela sempre diz é "Está tudo bem querida". Mas no fundo, eu sei que não está nada bem.

Depois de mais alguns minutos de pura tortura, ouço a porta do quarto ser fechada e os gritos a cessarem. Minhas mãos tremem ao ouvir o rangido que minha porta costumava fazer.

Estava encostada no canto da parede,  meus joelhos estavam presos entre meus braços. Levantei meu olhar para ter visão do homem a minha frente, suas mãos carregavam uma faca ensanguentada, o que fez meu coração se acelerar freneticamente.

- Grande merda, você. - A faca foi jogada contra a televisão que continha no ambiente e logo o monstro que por algum tempo chamei de pai, foi embora. -

Corri em direção ao quarto onde minha mãe se encontrava, minhas mãos se embaralhavam uma na outra enquanto tentava apenas girar a maçaneta.

Quando finalmente tive a graça de conseguir entrar, recebi a pior visão de toda a minha vida. Minha mãe estava com enormes cortes por toda sua perna direita, suas mãos se concentravam em apertar o machucado, para impedir que o sangue pudesse escapar mais ainda. Corri ao seu encontro e rasguei um pedaço de sua blusa, envolvendo o mesmo em volta do profundo corte. Segurei em seus braços e tentei a arrastar para o banheiro. Seu sangue fazia uma trilha por todo o chão, fazendo-me pensar sobre como teria que limpar depois. Os gemidos de dor presentes no local, me impediam de entrar em algum estado de transe.

- Mãe! Mãe, olha pra mim! - Envolvi seu rosto em minhas mãos, e balancei sua face fazendo-a prestar atenção. - Ele foi embora, vai ficar tudo bem. Nós vamos conseguir mãe.

Reuni minhas forças e peguei seu corpo retorcido e ensanguentado em meu braços. Liguei o chuveiro numa temperatura mediana, e molhei seus machucados. Minhas mãos tremiam em choque, mas ainda assim tentava prestar atenção em absolutamente todos os meus movimentos.

- Vai ficar tudo bem.

Lauren
Atualmente

Balancei minha cabeça na tentativa de espantar os pensamentos que circulavam minha mente. As lembranças de todas as agressões sofridas por minha mãe, e do medo que sentia por todo meu corpo ao olhar para meu pai, ainda conseguiam me artomentar. Me sentia culpada. Não por não poder fazer nada, por isso também, mas me sentia culpada por não conseguir o amar. Mas hoje vejo, que isso não era um erro. Você não está errado por não amar alguém do mesmo sangue que você, são apenas pessoas próximas de nós, que nem sempre serão boas em nossa vida. Pessoas tóxicas sempre estarão presentes, e mesmo que elas sejam de nossas famílias, continuarão a nos fazer mal. E apenas Deus, sabe o quanto aquele homem me fazia mal. Apenas sua presença, era capaz de fazer com que meu corpo todo parasse de funcionar. Não me surpreende em nada, que ele esteja metido nesse mundo. Isso é tudo aquilo que ele almeja e acredita. Me surpreende menos ainda, que ele seja o chefe de todos esses.

- Eu... Eu não posso Bryan. - Apertei meus braços contra meu corpo e voltei ao quarto que estava antes. -

- Onde você pensa que está indo, Lauren? Volte aqui, agora! - Seus braços me puxaram, usando toda sua força para me empurrar contra a parede. -

- Eu disse que não posso descer, por favor! - Já pudia sentir as lágrimas começarem a encher meus olhos. -

- Então me diz Lauren, por que não? Eu quero uma boa explicação.

- Porque o homem que você chama de chefe, eu chamo de pai, Bryan! E eu não vou descer e fingir que aquele desgraçado não arruinou minha vida, apenas porque você acha que tem algum controle sobre mim! - Meus gritos provavelmente poderiam ser escutados do andar de baixo, o que escancaradamente me assustava, apenas por imaginar que o meu pai poderia ter escutado. -

Suas sombrancelha estavam franzidas enquanto suas mãos passavam repetitivamente por entre seu cabelo. O loiro olhou para o chão por alguns segundos mas logo voltou sua atenção para mim.

- Era isso não era? - O encarei tentando entender sobre o que o garoto estava tentando falar. - Zayn inventou aquela história! Ele não estudou porra nenhuma com você, ele apenas descobriu sobre você. Zayn não ficou obcecado muito menos apaixonado por você em algum momento, Zayn apenas queria ter o controle da filha, daquele que manda nele.

Opa pessoal, me desculpem por este capítulo péssimo. É porque estou bem mal, graças a umas brigas com meu pai rsrs. E além disso, estou viajando e a internet está péssima, então tive que fazer o capítulo no tempo em que ela estivesse funcionando. Juro que o próximo será melhor!!!

(Lauren é filha do chefão rsrs)

- Com amor, Isa. -

DARK LOVE Z.MOnde histórias criam vida. Descubra agora