Na Lona

128 17 0
                                    

Dias se passaram comigo ignorando todos, confinado no meu quarto onde Kat trazia me fazia companhia e me trazia o jantar, claro que eu não ia esquecer também das aulas apenas evitava a aula do Berrante e me sentava na frente sabendo que Toby nunca iria se mostrar um nerd.

Kat e seu namorado acompanhavam quase que por todo tanto, pois ela andava comigo e seu namorado sempre a seguia ficando cada vez mais difícil não comentar o que Matt queria comigo.

Segundo ele Matt era filho de um dos colaboradores da faculdade e tinha uma das notas mais altas em anatomia humana mas ele ficava no turno da noite por fazer um estágio então era raro nos cruzarmos.

Já era perto do meio dia e eu cruzava rápido o campus para entregar meu relatório para o Berrador, que valia 60% da nossa nota final e eu estava a pelo menos uns cinco prédios de distância da sua sala.

Olhei no meu relógio e eu tinha menos de quinze minutos, acelerou o passo dei de cara com algo sólido que me derrubou de costas no chão.

Era Matt com um sorriso sacana e as mão estendida me ajudado a levantar.

- Temos que achar outro jeito de nós encontrarmos - Bati na calça tirando a sujeira e vi ele segurando minha pasta.

- Estou atrasado, tenho que ir - Tentei tomar de suas mãos mas ele leu o título.

- Não sabia que fazia Literatura baixinho é muito menos que estava na classe do Berrador.

Faltava agora menos de oito minutos e ele não colaborava tentando puxar assunto sobre minha vida estudantil.

- Se pretende entregar isso está indo no caminho errado, vim da sala dos professores e ele estava lá ou seja no prédio principal.

Adeus faculdade, adeus futuro e olá loja de departamentos não que seja um problema mas eu não era um bom atendente.

Ele me ofereceu uma carona e mesmo não indo com a cara dele não poderia arruinar esse semestre. Entramos no seu carro e logo estávamos na porta do prédio vi o professor descendo as escadas e corri entregando o trabalho ouvindo o sino tocar anunciando a hora é pulei de alegria, ele só enfiou na mala e prosseguiu o caminho.

- Parabéns, acho que você merece um presente de comemoração - Ele pôs as mãos no bolso - Que tal um café agora?

-Tudo bem.

Andamos e nos sentamos na mesinha com cadeiras altas que ficava em frente ao campus, ele pediu um expresso e eu um capuccino.

- Na verdade eu queria me desculpar pelo que te falei antes, as vezes quando eu bebo eu viro um babaca.

Acenti tentando não me aprofundar no assunto, meu rosto já estava vermelho e o dele também.

- É que uma vez eu vi você é a Kat dançando numa festa de fraternidade e... V-você mandou super bem.

Ai meu Deus! Enfim aliviado! Nada de caos ou conflito apenas uma confusão.

- Obrigado, eu acho - Me encolhi.

- Se o Toby não me procurou suponho que você não perguntou a ele quem eu sou.

Neguei com a cabeça tomando um gole do meu capuccino.

- Ainda bem! Digamos que ele é um pouco violento às vezes e não gosta de ser desafiado.

- Ele tem uma fama de pegador mesmo? Ou é apenas superficial?

- Desde criança ele sempre foi o "namoradeiro", ele até era o dono da caixinha de areia.

Não contive e sorri

- Você tem um sorriso lindo, deveria mostrar mais vezes - Ele se esticou o passou o polegar no meu lábio superior - Tinha um pouco espuma.

Me envergonhei e de mais um gole vendi ele fazer o mesmo com cobiça nos olhos.

- Posso estar sendo atirado mas quero sair um dia desses com você, prometo não beber - Rendeu as mãos.

Não seria tão ruim, ele até que era um homem legal no final das contas, e parecia ser o oposto de Toby tendo cabelos mais claros e o rosto com a barba bem feita e sem falar que sua pele brilhava num aspecto de limpeza.

- Que tal de madrugada? Está livre?

- Está planejando me matar?

- Você estuda a noite mas se não estiver bom pra você pode escolher um dia me...

- NÃO, Q-quer dizer não, está perfeito - Ele segurou minha mão na mesa - Mais que perfeito.

Ele pagou minha conta contra a minha vontade e me deu uma carona para o dormitório com um silêncio constrangedor onde nossos olhos se cruzavam às vezes.

Desci do carro e fechei a porta.

- Te busco a meia noite, essa carruagem aqui vira abóbora antes.

- Não é ao contrário?

- Não na minha versão, espera só até eu vir te buscar de cavalo branco e espada.

- Vou ser o dragão que terá que matar.

- Meio macabro não acha? - coçou a nuca.

- Os vilões que dão história, os heróis são substituíveis, então aguardo sua abóbora mágica.

- Não na minha versão, até mais principezinho.

Ele acelerou e me vi sorrindo pro nada o que não durou muito pois logo vi a moto e o carro dos primos estacionados do outro lado.

Sou seu ProblemaOnde histórias criam vida. Descubra agora