IX. FACE THE TRUTH

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LEXA

O quintal de Raven estava completamente decorado com balões, bandeirinhas e jarrinhas coloridas (https://jhoefashion.files.wordpress.com/2014/10/image.jpeg) que foram estrategicamente distribuídas pelo espaço. Uma mesa com guloseimas, bolo, salgadinhos e bebidas foi colocada bem ao lado dos futons e, apesar de minimalista e simplório, tudo havia sido montado com muito esmero e estava verdadeiramente adorável... Eu havia me esforçado bastante para deixar tudo perfeito, agora era só esperar Clarke chegar.

- Tem certeza que ela vem? – Lincoln perguntou pela décima vez e tentava roubar um docinho, mas foi impedido por meus rápidos reflexos.

- Claro que ela vem, não coloquei uma equação da mecânica quântica para ela resolver – revirei os olhos e chequei mais uma vez meu relógio.

"Por favor Clarke, não vá para outro lugar." supliquei internamente.

Era quase o horário estipulado quando a vi descendo a escadinha de madeira que dava até o quintal, trazendo nas mãos todos os presentes que distribuímos pela casa, onde havia uma espécie de "caça ao tesouro". Foi impossível não sorrir ao vê-la com a coroa de flores e aquele olhar admirado; como se visse cores pela primeira vez.

- Você veio! – exclamei, indo ao seu encontro.

Eu podia notar que ela estava feliz, mas não pensei que ela fosse me puxar para um abraço apertado, afundando sua cabeça na curva do meu pescoço. Retribuí na mesma intensidade e foi absurda a plenitude que um gesto tão simples me proporcionou.

- Esse foi o melhor presente do mundo – anunciou sinceramente e eu me senti muito orgulhosa pelo meu feito.

- Você ganhou um jaguar, Clarke – falei antes de puxá-la pela mão, até onde Lincoln, Raven e Octavia estavam.

- Todo mundo contribuiu – Lincoln mentiu na maior cara de pau.

- Eu duvido disso – a loura rebateu e todos rimos.

A aniversariante parecia querer capturar tudo, gravar cada mínimo detalhe em sua atribulada mente e eu tinha exatamente o que ela necessitava, porém deixaria para o final.

Bellamy chegou alguns minutos após Clarke e ela parecia verdadeiramente surpresa ao vê-lo, correndo para abraçá-lo e falando qualquer coisa que não pude ouvir. Sem muitas delongas o violão de Raven entrou em jogo e, como se ela fosse uma caixinha de surpresas, Clarke tirou mais um talento da manga; cantar e, pela forma envergonhada que o fez, era a primeira vez que cantava em público, o que tornava tudo ainda mais adorável.

Nós jogamos, cantamos, dançamos e comemos até não aguentarmos mais, e se eu pudesse viveria dentro desses momentos para sempre. Eu me sentia tão plena, tão completa e satisfeita, que nenhum problema poderia me atingir ali.

Talvez aquilo fosse genuína felicidade.

- Eu deixei o melhor para o final – sussurrei, pois estávamos tão próximas que apenas isso era o suficiente para ser ouvida.

Clarke pareceu surpresa e, na minha opinião, um pouco alarmada, decidi ignorar a última impressão. – O que? – riu sem jeito – Mais?!

Concordei e levantei, a estendendo a mão – Sim.

Ela parecia um pouco receosa em me seguir, mas acabou cedendo, eu apenas não conseguia afastar a sensação de que ela estivesse com medo de mim. Por que ela estaria com medo de mim?

A caixa estava sobre minha cama, uma caixa mediana, branca e sem maiores adornos, com um laço preto sobre a tampa. A indiquei o objeto e pude, claramente, vê-la suspirando aliviada.

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