Filha da Máfia

*13*

Morto.

Ele esta morto e eu estou estática.

Em choque.

Hora de esclarecer umas duvidas, certo.

Pietro cavallaro representa perigo. Para o meu lugar na mafia e para meus sentimentos. ele faz com que eu sinta demais. então eu resolvi apagar esse sentimento. Mais especificamente, mata-lo.

Eu sabia desde o inicio que no Brasil, Traidores morriam independente de qualquer coisa. Quando vi que Pietro me acompanharia, arquitetei então o plano perfeito.

Enviei um email para Xamã , explicando toda a situação. Claro que, adicionei alguns detalhes, como que eu estava desconfiada de que Pietro poderia estra tramando mais alguma coisa, mas por não ser capo ainda eu nao tinha poder para mata-lo e ele era cuidadoso demais em tudo para que eu juntasse provas contra ele . E então fizemos um combinado: alguns milhões a mais na conta dele e ele me faria o favor de matar Pietro.

Não me levem a mal,mas ele é demais. lindo demais, sentimental demais, cuidadoso demais...apenas demais, okay.

Eu havia trazido poucos homens, pois supostamente era apenas uma entrega amistosa. Porem, Malik e seu maldito sexto sentido tinham que complicar tudo.

Eles iam nos dominar, pegar nossas armas, executar Pietro e, por estarmos em um numero pequeno, não poderiamos fazer nada, a não ser planejar uma vingança posterior(que se dependesse de mim nunca aconteceria). Mas não. Malik tinha que ser a merda de meu capitão e aumentar a segurança no lugar inteiro.

Tanto cuidado para não sentir e tudo acabou por causa de sentimentos. Malik é como um pai para mim. Eu nunca poderia mata-lo. Minha hesitação estragou tudo.

Minha vida está acabada.

Abaixo a arma e encaro o corpo sem vida de Xamã no chão, ouço arma por arma cair pelo galpão . As armas dos inimigos. Malik se deita no chão e Pietro se levanta. Eu poderia aguentar qualquer coisa de seu olhar, raiva, rancor,ressentimento. Mas nenhuma tortura me preparou para aquilo.

Pena.

Ele percebeu. Percebeu o que ninguém havia percebido ainda. Uma criança que brinca de governar o crime. Uma pirralha mimada que quer tudo aos seus pés e não suporta ser contrariada. Uma simples menina inútil. Digna de pena. Eu vi aquilo em seus olhos e por um instante quis morrer.

O plano perfeito não era tão perfeito assim.

Ele caminha até Malik e o ajuda a levantar, o apoiando. Assim que está de pé, Malik olha para mim.

-Você está bem? Foi atingida? - ele está visivelmente preocupado, Pietro me encara com ódio, sem soltar Malik.

-Estou.- minha voz está trêmula, respiro fundo.- Estou bem - digo com mais confiança- você está ferido. Pietro vai te levar até a casa e chamaremos um médico. Enquanto vocês vão, eu vou checar as baixas e os sobreviventes.

-Não. -Pietro diz.- você vai conosco, vou mandar um dos soldados que ficaram do lado de fora verificarem isso. Você vem com a gente.

Malik fica tenso e me encara. Sem saber o que fazer, apenas concordo e os sigo para o carro. Ele obviamente não viu que foi eu quem efetuou o disparo contra ele. Dirigi com calma até a casa, no meio do caminho Pietro liga para o médico e ele diz que estará esperando assim que chegarmos. A calça de pietro está ensopada de sangue um pouco abaixo do joelho, provavelmente aonde o tiro pegou. Mas ele não manca, sequer demonstra que sua perna está machucada. Assim que chegamos, ele desce do carro e ajuda Malik, que está fraco devido a perca de sangue. Eles entram e vão para a área dos soldados, levando Malik até seu quarto. Os acompanho, em silêncio o tempo todo.