*17*

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O voo foi calmo. Porém minha mente...

Pietro.

Ele vai me pagar caro.

Assim que pousamos desço sem falar com ninguém. O ar está pesado, todos percebem. Malik não fala nada, todo o bom convívio entre mim e o embuste acabou. Entro no carro em silêncio, e o sinto satisfeito. Não coloco nenhuma musica no sistema de som, apenas pego meu celular e coloco os fones no último em meus ouvidos. Believer toca.

Ele alimentou o monstro.

Chegamos a minha casa. O carro dos pais dele estão na garagem. Desço sem esperá-lo e entro. Papai ainda está viajando. Então vou para meu quarto.

Ele está do jeito que eu deixei. Respiro fundo e jogo meu celular em cima da cama.

Pego a minha .40 e saio do quarto. Aonde aquela puta de merda está ?

-REBECCA!- grito, minha voz ecoa pelo corredor. -APARECE AGORA!

Desço as escadas e vou para a cozinha. Ela não está lá. Subo para meu quarto e ligo para o celular dela. Ela atende no segundo toque.

-Aonde você está?

-Na estufa.-ela responde , com a voz duvidosa.

Desligo e desço correndo. Passo por um Pietro com a expressão de curiosidade e Malik com o olhar preocupado. Ouço os passos de ambos me seguirem. Devo estar com um olhar assassino.

Chego na estufa e a vejo cuidando de algumas orquídeas. Ela me vê , o rosto sem transmitir nada. Ando com passos firmes até ela e bato em seu rosto com a arma, ela vai no chão. A boca com um corte que com certeza vai inchar. A encaro de cima.

-O que eu disse do meu quarto ?

Seu olhar ao me encarar do chão é homicida. Maldita corajosa.

-Hendrik me disse para não mexer no seu quarto por que você ia se mudar.- sua voz é firme.

-Que?- respondo. Como assim meu pai disse...Mas então me toco.-VOCÊ TÁ CHAMANDO MEU PAI PELO NOME? PERDEU A NOÇÃO DO PERIGO?.-ela não desvia seus olhos dos meus , e por um instante vejo uma ponta de culpa que logo some. Eu reconheço esse olhar. Chuto seu rosto. -EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ESTÁ DANDO PRA ELE! EU VOU TE MATAR!!!!!

Engatilho a arma e a aponto para a cabeça dela. Respiro pesadamente. Meu dedo no gatilho. E então Malik entra na sua frente.

-Maria,respira.-não ouso olhar para ele, meus olhos continuam fixos nela. Entrou na minha casa pra dar pro meu pai.

-Sai da frente se não eu vou atirar em você.-ele continua imóvel. Algumas lágrimas escorrem pelo rosto dela. Espero que o chute tenha doido.

-Khel. Olha pra mim.- ele fala, a voz baixa. Respiro fundo e levando meus olhos para ele.-Calma. Trava a arma e tira o dedo do gatilho.-Continuo impassível. Eu quero matar alguém, e ele vê isso em meus olhos- por favor ? -ele diz. Fecho os olhos e travo a arma, tirando o dedo do gatilho logo em seguida.

-Enquanto eu estiver aqui, não quero ver ela nem pintada de chocolate Belga.

Me viro, Pietro está me encarando sem expressão como sempre.

-O mesmo vale pra você. Não me tente a meter uma bala na sua cabeça. Não vou pensar duas vezes de fazer isso, e pouco me importa a guerra.

Saio da estufa e subo para meu quarto, me trancando lá. Só acho que meu pai vai ficar bravo com isso. É sim, estourei em excesso. Porém, eu precisava. Na verdade, preciso lutar.

Tomo um banho rápido e convoco alguns soldados para irem para o ringue. Não luto com Malik por causa de seu ombro, mas ele sempre é um ótimo adversário.

Filha da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora