Primeiro Desespero

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Elize, a jovem garota de cabelos brancos fitava em sua frente uma cena que parava o coração dela, seu pai estava de frente à ela com uma daquelas espadas brancas atravessada em sua barriga. Os olhos da criança não conseguiam parar de ver aquilo. Algumas gotas do sangue do homem estavam por todo o rosto da garota.

  - P-pai... – ela falou em choque.

  - Calma filha... V-vai ficar tudo bem.

O monstro puxou a espada para trás, nesse instante mais sangue voou, o homem robusto e com aparência forte recuou um passo sentindo a grande dor de ser atravessado por uma espada, sangue se formou em seus labios.

Elize apenas fitava o pai, os olhos começaram a se molhar de lágrimas, o corpo dela tremia em desespero, o homem, seu pai, está muito ferido.

O homem deu alguns passos para trás, seus olhos se fecharam por um instante e seu equilíbrio falhou, antes que percebesse estava caindo no chão. Elize quase foi atingida pelo corpo do pai que atingiu o chão com violência, a garota olhou aquele ser, seu coração paralisou, a aberração estava parada em frente a cena fitando tudo com seus olhos brancos e sem íris, sua espada ainda em punho para dar um golpe final ao homem, aquilo é como um monstro de lendas infantis.

Antes que o monstro fizesse algo Elize viu duas pessoas agirem rapidamente, um homem e uma mulher – Yoko e Ley –, eles começaram a atacar o monstro com fúria em seus semblantes.

Ley estava com os dentes cerrados, uma expressão de raiva em seus olhos e em seu rosto, ela segurava a adaga que usou para atacar o monstro com toda sua força e a forçava contra a espada do ser. Yoko avançou por trás do monstro e girou o corpo movendo a espada que havia pego emprestado contra o pescoço da aberração assassina. O monstro abaixou seu corpo com agilidade esquivando do golpe, forçou Ley para com a espada e girou o corpo dando um chute contra o tórax de Yoko. O espadachim não tinha como defender com a espada então se forçou a colocar o braço em frente ao golpe, gemeu de dor quando o poderoso chute o forçou para trás e o fez bater na parede, seu braço com certeza tinha ficado bem ferido com aquele golpe.

A garota olhou para seu pai, correu até ele e olhou para o rosto do homem, ele sempre a confortava quando ela se machucava, ela tinha que fazer o mesmo.

  - Pai vai ficar tudo bem... É só um dodoi! – ela falou começando a soluçar.

  - Filha... – o homem disse com dificuldade.

  - Calma... Eu... Eu vou parar o sangue.

A jovem colocou as duas mãos sobre a barriga do homem e começou a apertar como uma tentativa desesperada de parar aquele sangue que saia descontroladamente do corpo do homem, lágrimas caíam sobre a mão da criança, suas próprias lágrimas.

O homem gemeu com a dor, ninguém se aproximava para ajudar, todos desviam seus olhares, as crianças ali presentes tinham seus olhos tapados ou eram impedidas de ver aquilo, como se fossem protegidas da realidade.

  - ALGUEM ME AJUDA! – Elize olhou para as pessoas que nada faziam. Lágrimas escorriam de seu rosto cheio de tristeza e dor. – Podemos fazer um curativo no meu pai! Não podemos?!

Lágrimas se formaram nos olhos de Ley que agora era pressionada pela espada do monstro, mesmo assim, o desespero daquela criança era como se alguém tivesse perfurado o coração de Ley com uma espada.

Yoko mesmo com o braço dolorido avançou segurando a espada com uma mão, outro ser avançou contra ele e moveu sua espada de cima para baixo contra ele num golpe rápido e poderoso. Ele "sentiu" o golpe com sua ecolocalização, colocou ambas as mãos na espada e a pós em frente ao golpe. O choque entre as duas espadas forçou Yoko a ficar de joelhos, ele não tinha tanta força no braço atingido pelo chute. Ele segurava a dor, tinha alguém sofrendo bem mais que ele ali... Bem mais...

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