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Eu parei de prestar atenção na conversa do Jacob faziam dez minutos, e eu não sinto nenhum remorço de fazer ele pagar papel de palhaço. Ele é tão chato que eu não suporto ouvir mais uma palavra sobre as piscinas da região. Talvez eu só não esteja interessada no menino. Ou talvez eu esteja completamente certa em o achar entediante.

— Mills! — Sadie apareceu com um copo de vinho na mão. — Mary pediu para te chamar, nós já vamos viajar.

Jacob parou sua fala sobre a quantidade de cloro nas piscinas públicas e me deu um selinho. Eu estou estática, não é todo dia que um menino estranho me beija.

— Até, Mills. — Jacob sorriu e se levantou. — valeu, Sink.

Eu me levantei, ainda hesitante. Aquele menino é louco!

— Obrigada, Sink.

— Eu estou acabando que atrapalhei vocês. Vocês ficam fofos juntos! — Sadie fez um gesto estranho com a mão, depois batendo a mão no meu ombro. — achei que tava um climão lá, parecia que ele queria te levar pra ficar.

— É, bem... talvez ele quisesse, mas eu não. — eu coloquei ar para fora da minha boca e senti o cheiro, já fazia mais de duas horas que eu não bebia álcool, podia dirigir. — que menino chato do caramba, Sink!

Sadie gargalhou, mas ela gargalhou tanto que o menino que estava jogando ping-pong veio até ela e lhe sacudiu. Ela melhorou e o menino arrumou os cabelos dela.

— Valeu! — Eu gritei andando com a menina pendurada no meu pescoço. O menino baixinho loiro que nos ajudou apenas acenou com a cabeça e sorriu, voltando para a normalidade das festas adolescentes.

Eu coloquei Sadie em um poof amarelo da sala de estar e comecei a dançar. Eu não havia aproveitado nada da festa, quero aproveitar pelo menos o final. Passava uma música eletrônica qualquer e tinham mais de seis adolescentes fumando só naquela sala. Eu inalava a fumaça dos cigarros e dançava fervorosamente. Eu sei que deveria estar procurando a Mary, mas ela podia esperar dez minutos.

— Millie Bobby Brown, quem diria?! — Mary se aproximou, dançando comigo. — eu quero ver esse seu rostinho tão feliz quanto agora quando entrarmos no carro.

— Quanto mais distante de Jacob, melhor! — eu levantei a mão, como se erguesse uma espada, logo apontando para Sadie estirada no poof. — agora me ajuda com essa mala-sem-alça.

O menino loiro do ping pong nos viu na sala e decidiu nos ajudar com a ruiva. Mas quando eu estava prestes à me aproximar dos dois Sadie agarrou o pescoço do garoto e o beijou. Todos da sala começaram a gritar, inclusive eu, eu adorava drama adolescente, talvez ele tente conseguir o número dela mais tarde. O loirinho se afastou da menina, levantado-a e trazendo-a até a camionete.

— Obrigada. — eu arrumei a menina no banco do carro.

— Tudo bem. — eu já havia sentado no banco do motorista e acenado com a cabeça. — e diz pra ela que ela beijou o Alex de sociologia!

Mas nós já estávamos com o carro no meio da rua, eu olhei para o banco traseiro do carro, Sink estava capotada no banco de couro do carro.

— Eu achei que Milla também viria. — eu dei de ombros. Milla não perderia essa festa, então nos encontraríamos lá, de um jeito ou de outro. — agora durma, eu vou dirigir agora e de manhã você dirige.

E minha melhor amiga apenas concordou com a cabeça, caindo em um sono profundo logo depois. E enquanto dirigia eu admirava o céu estrelado. Eram tantas estrelas que minha única vontade era parar o carro e olhar para aquela imensidão preta.
E depois de meia hora foi exatamente o que eu fiz, eu peguei a câmera que havia trazido na minha mochila e tirei uma foto daquele infinito perplexo. E fico feliz que nenhum das meninas tenham acordado, porque eu não quero partilhar esses momentos com ninguém, nem mesmo com a minha melhor amiga.

Eu amo essa vista, tanto quanto amo o pôr e o nascer do sol, tanto quanto amo ver os traços do lápis formarem um ideal e tanto quanto amo ouvir as notas serem tocadas. São infinitos inexplorados e instigantes, que enchem meu peito de vida e de ardor.
Eu acredito em milagres à todo momento, mas nestes momentos é que eu tenho certeza que eles existem. Não é nada além de um milagre. Um milagre diante de todas as destruições, explosões e expansões termos algo que nos faça querer admirar, algo que nos reconforte e que guardemos.
Porque o céu é um infinito milagroso, mesmo tendo sido formado pelo caos.

— Mamãe, eu quero bolo! — Sadie resmungou e eu acordei para a realidade. Eu tinha que dirigir mais quatro horas. Mais quatro horas antes de dormir no banco acolchoado do carro.

Aos poucos eu vejo a coloração do céu mudar no horizonte, mostrando que já se passavam das cinco da manhã. O nascer do sol me cegou por três segundos e eu retomei o controle da visão. As plantas ganhavam vida no acostamento da estrada, is faróis já se faziam desnecessários e tudo parecia mais receptivo. Assim como a ideia de acordar Mary.

Eu arrumei meu traseiro — que doía — e me empertiguei.

— Oh belezinhas, acordem! — dei um cutucão nas meninas. — acordem, nós temos que sair para tomar café.

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Oi, meus bbs

Voltei, galera sz

Espero que tenham gostado e apreciado esta obra de arte.

Com amor, Mary.

Party girl. | Fillie Onde histórias criam vida. Descubra agora