O gelo que as meninas puseram em mim felizmente fizeram efeito e quando eu cheguei em casa já conseguia me mexer tranquilamente . De noite, em vez de jogar queimado como sempre, os meninos me chamaram para jogar futebol e as meninas foram fazer sabe-se lá o quê.
A partida foi de três contra três, nós jogamos na rua em que o João Felipe morava e fizemos os nossos chinelos de gol.
Como eu já esperava, os meninos eram muito bons. Menos o André, ele era muito "fominha" e ele ficava chutando a canela de todo mundo quando jogava. Eu pensava que era só a minha por implicância, mas parece que a dos outros meninos também.
Acabando o jogo, nos reunimos com as meninas de novo, e foi aí que a confusão começou.
Estávamos os seis andando para chegar perto delas, e assim que chegamos, Gabriella veio logo e deu um tapa na cara do André. Tinha que ser esse garoto! Eu já estava começando a pegar ranço dele.
- Doeu, Gabi, por que você fez isso?
- Por que você fez uma montagem com o rosto dela e colocou no grupo da escola?
- Olha Lud, eu não sei do que você está falando.
- Você sabe sim! Foi você quem mandou a foto e eu nunca tirei uma foto assim na vida! Qual é o seu problema comigo, garoto? - Gabriella disse gritando com tanta raiva que quase perdeu a voz.
E foi aí que o Paulo chegou perto e me mostrou a foto. Ele tinha pego o rosto dela e posto em cima da foto de uma garota que usava apenas as roupas de baixo na frente do espelho. Esse garoto estava começando a passar dos limites. E eu acho que não fui o único a perceber isso.
- Pera aí meninas, - disse João Felipe se pondo de frente para o babaca, passando no meio delas. - o que você tem na cabeça?
- Eu só achei que ia ser engraçado, ela que tá de palhaçada.
- Engraçado? Isso aqui tem cara de circo pra você?
- E você vai fazer o que, Felipinho? Me bater?
- Isso mesmo!
E foi exatamente isso o que ele fez, deu o maior soco na cara do menino. Mas ele revidou e deu um soco na barriga dele. Então eles começaram a brigar. As meninas tentavam gritar para eles pararem com isso... bom, menos as minhas amigas, o trio maravilha, elas gritavam "briga, briga, briga".
Foi aí que eu tomei uma atitude e puxei o João pelo braço. Ele estava bem machucado, mas o André estava bem mais. Paulo e Lucas o seguraram, mas ele já tava quase se soltando quando o Bruno começou a falar.
- Qual foi, cara? Você faz besteira e ainda quer brigar achando que está certo? Por que você não toma o rumo de casa e deixa pra falar com a gente quando estiver mais maduro e parar de fazer brincadeiras infantis?
André saiu andando e o Lucas tentou ir atrás dele. Felizmente o Paulo impediu:
- Lucas, para com isso. Nós somos os melhores amigos dele, mas não temos que ficar correndo atrás o tempo todo. Ele fez a bosta, então ele que lide com as consequências.
Pelo menos o Paulo tinha senso. Ainda não entendia porque eles ficavam atrás desse idiota. O Lucas depois explicou que as mães deles três se conheciam desde pequenos, então eles cresceram juntos e já estavam acostumados.
Resolvi perguntar onde eles estudavam, e acabei descobrindo que todos eles estudavam no colégio para o qual eu iria: O Colégio Bittencourt. Tinha bastante nome, então minha mãe preferiu me colocar lá.
O dia foi terminando e as pessoas começaram a ir embora. Eu fiquei mais um pouco na rua conversando com o Bruno e o João.
- E aí garoto, você joga bem! - Disse Bruno, se direcionando a mim.
- Poxa, valeu. Eu fazia escola de futebol lá em Minas.
- Porque você não vem comigo? Eu fazia no Fluminense, mas vou sair. Quero fazer teste pro Flamengo esse ano. Nós podemos ir juntos.
- Tudo bem, eu topo. E você, Felipe? Vem não?
- Dispenso. Eu prefiro lutar box, futebol só na rua mesmo.
Achei bem legal. Ficamos conversando o resto da noite até dar o horário de ir pra casa. Perguntei pra minha mãe sobre o teste de futebol e ela deixou. Mas no resto da noite eu fiquei pensando mesmo no meu "afogamento na piscina". Eu mal tinha me mudado e esse garoto já tinha que arrumar confusão comigo? Pelo amor de Deus!
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Recomeço - Tempo de Amar
Teen FictionGabriel teve que se mudar de Minas Gerais para o Rio de Janeiro e se adaptar com a sua vida nova. Mas você pensa que a história fica por aí? Se enganou, essa história não é mais um clichê romântico da vida, eu não me chocaria se ela ficasse um pouco...