- Não! - Respondeu Alice, com a cara emburrada.
- Pena que eu não perguntei pra você.
- Olha só, querida, se você disse "pessoal", você...
- Calma, Ana, não se exalte com essa daí, ela não merece. - Disse Camila, calma demais para o normal dela com a Renata.
- O que você quer, Renata? - Perguntei.
- Eu só quero conversar com você, fofinho.
Então ele deu um jeito de colocar a cadeira dela do meu lado esquerdo e ficou tentando puxar assunto. O problema era que, quanto mais ela tentava puxar assunto, mais eu puxava assunto com a Camila e nós ficávamos conversando, deixando ela irritada. Só que aí ela começou a jogar sujo:
- Então, amorzinho, como está o futebol? - Ela disse apoiando a cabeça nos meus ombros.
- Está indo bem... - Disse um pouco sem graça empurrando a cabeça dela.
- Não é a Luísa te chamando ali?
Disse Camila e ela saiu. Com a cara emburrada, mas saiu. Depois de um tempo, um moço anunciou que a pista de dança ia ser liberada e as meninas foram dançar. Percebi que a Gabriella era a única que não gostava de dançar funk. Ela estava na pista quando tocou alguma pops, mas depois ela saiu. Percebi que a que mais gostava era a Ludmilla, - o que dava a entender pelo nome - Ela e as meninas não queriam sair de lá.
A festa estava bem cheia. Tinham muitas pessoas e muitos da nossa idade. Todo mundo dançando. Depois de um tempo, eu e os garotos começamos a dançar de brincadeira. As meninas começaram a rir quando o Léo resolveu imitar uma minhoca no chão.
Depois o Bruno puxou um trenzinho e fomos todos atrás dele. Depois de um tempo tinham várias pessoas desconhecidas no nosso trem, mas a gente nem ligou, foi super legal.
Chegou a hora de cantar parabéns. Nós fomos para a mesa do bolo e logo em seguida Ana Clara, Gabriella e Júlia vieram falar comigo:
- É agora depois do parabéns. - Disse Ana.
- Que?
- Você é surdo?
- Calma Gabi, elas estão querendo dizer que você tem que beijar ela depois do parabéns. - Disse Júlia.
- Tudo bem.
Eu comecei a ficar nervoso. Tinha feito isso antes, mas dessa vez era totalmente diferente, pelo menos para mim. O parabéns acabou e estava na hora de entrar em ação. Disse que precisava conversar com ela e arrastei ela pra um canto qualquer da pista. Nós ficamos conversando por um bom tempo, mas eu estava enrolando muito. Até que uma hora ela disse que precisava ir no banheiro e já voltava.
- Tudo bem aí cara? - Perguntou Bruno.
- Tudo sim.
- Então por que você ainda não fez nada?
- Porque eu estou nervoso, caramba!
- Eu posso te ajudar com isso...
Ai, droga.
- O que você quer, Renata?
- Nada, só ter uma conversinha com você.
- Então, Renatinha, a gente está meio que resolvendo um assunto sério aqui, mas depois o Bielzinho fala com você.
Bielzinho? A situação tava tão frustrante que nem deu tempo de reclamar com o Bruno sobre o meu novo apelido. Ele estava tentando de tudo para afastar a menina, mas ela insistia em ficar. Percebi que com o tempo ela começou a olhar para os lados.
Vi que a Mila estava voltando com a Alice do banheiro, com um sorriso muito lindo estampado no rosto. E acho que a Renata percebeu isso também.
- Olha só, você precisa ir embora agora, tá? Meu amigo está ocupado e ele já tem uma companhia bem melhor a caminho.
- Tudo bem, mas antes, eu preciso fazer isso...
Não deu tempo de esquivar ou fazer nada. Só consegui ver os lábios dela chegando cada vez mais rápido para perto dos meus... e foi aí que tudo ficou ruim...
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Recomeço - Tempo de Amar
Teen FictionGabriel teve que se mudar de Minas Gerais para o Rio de Janeiro e se adaptar com a sua vida nova. Mas você pensa que a história fica por aí? Se enganou, essa história não é mais um clichê romântico da vida, eu não me chocaria se ela ficasse um pouco...