Prólogo: O terceiro crime

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— Já disse para você parar de correr! — Minhyuk exclamou manhoso. Fez um bico com os lábios e bateu o pé no chão. Ao ver o desespero do homem, que caiu entre as folhas secas, sorriu — como eu vou te matar se você continua fugindo? — o homem levantou-se e tocou o corte em seu estômago. Voltou a correr e ziguezagueou as árvores da floresta.

Minhyuk tocou seu cabelo branco com as pontas dos dedos e respirou fundo.

— Trevor Montgomery — Minhyuk sussurrou e deixou que um sorriso sádico desabrochasse de seus lábios pouco carnudos — eu vi seus crimes — atirou a adaga nas costas do outro, que gritou e caiu na terra seca — eu vi quando você matou aquela mulher — Minhyuk agachou-se e retirou a adaga — eu vi o jeito que você olhou para ela antes de a estuprar — Trevor grunhiu e encravou os dedos na terra quando sentiu a lâmina atravessar seu corpo mais uma vez — não foi apenas uma vez — Minhyuk murmurou — foram duas, três vezes! — exclamou e perfurou-o mais uma vez — quantas mulheres você matou? — murmurou ao pé do ouvido dele.

— Desgraçado — foi tudo o que Trevor conseguiu dizer, antes que a perda de sangue excessivo surtisse efeito. Minhyuk sorriu, retirou a adaga das costas dele, e empurrou o cadáver para o lado. Com a lâmina, desenhou, na bochecha esquerda, dois "X". Levantou-se e, com o polegar e o indicador, limpou o sangue da adaga. A pôs dentro da bota escura e girou os calcanhares; voltaria para a cidade pelos túneis da grande Londres.

Londres, 6:03AM.

Minhyuk andava calmamente pela estrada enquanto observava o pouco movimento. Ainda era muito cedo, e provavelmente encontrariam o corpo de Trevor às 8:00 da manhã. O de fios esbranquiçados parou em frente à loja de doces e encarou os saborosos bolos.
Decidiu entrar: empurrou a porta e deu um sorriso morno para a vendedora.

— Bom dia, rapaz — ela disse e sorriu de volta — o que deseja?

— Torta de morango — disse calmamente e ela assentiu. Pôs o dinheiro em cima do balcão e esperou que ela partisse um pedaço da torta. Colocou-o em um prato e entregou-o para Minhyuk.

— Você sempre pede torta de morango — ela murmurou — algum motivo especial? — Minhyuk cortou o primeiro pedaço com as costas do garfo e mastigou.

— O vermelho do morango lembra a cor do sangue — a mulher piscou mais forte e abanou o ar, como se fosse possível esvair o que havia acabado de ouvir. Minhyuk inclinou a cabeça para ela e cortou outro pedaço da torta.

[...]

— Sem dúvidas — Kihyun disse ao se aproximar do corpo — ele atacou de novo.

— Quem?

— Jack — massageou as têmporas e observou o cavalo que se aproximou — é uma honra ter um detetive como você, Jooheon — Kihyun falou ao apertar a mão do de fios escuros — por onde começamos?

— Vamos começar do começo, de preferência — Jooheon disse — quem é Jack?

Kihyun suspirou.

— Temos uma lista de suspeitos, mas não sabemos qual deles é o culpado.

— E como chegaram à essa conclusão?

— A personalidade e os crimes que cada um deles cometeu — Jooheon colocou as mãos nos bolsos da calça e andou até o cadáver. Agachou-se, retirou um pano do bolso do sobretudo e virou o rosto de Trevor. Encontrou os dois "X" na bochecha dele e contorceu os lábios.

— Essa é a marca dele — Kihyun disse ao apontar. Jooheon se levantou e encarou o de fios negros — é assim que sabemos que foi ele quem matou.

— Qualquer um pode ter feito isso — Jooheon rebateu.

— Ninguém vê os corpos além da polícia e nós — Kihyun pôs as mãos na cintura — a população sequer ouviu falar dele.

— Quantos crimes ele já cometeu?

— Esse foi o terceiro da semana — Jooheon entreabriu os lábios e suspirou — vamos para a delegacia. Será melhor conversar por lá — Kihyun assentiu.

De fato. As árvores tinham ouvido. Era perigoso andar naquela região.

[ 🔎 .*+ ]

espero que gostem da história! sz

WITNESS 「 Joohyuk 」Onde histórias criam vida. Descubra agora