08 | Um psicopata em casa

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Minhyuk lia um livro qualquer que encontrara em cima da mesa da recepcionista e nunca na vida sentiu tanto tédio como agora.
Respirou fundo e passou outra página, chegando ao capítulo 18.
A porta foi aberta e dela surgiu um Jooheon sério, com as mãos nos bolsos da calça. Ele se aproximou e se sentou no banco ao lado da cama.

— Como está? — perguntou. Minhyuk fechou o livro e sorriu.

— Estou bem — disse.

— Quer ajuda com a mudança na casa? — Jooheon indagou.

— Changkyun e Kihyun apareceram mais cedo e disseram que pediram para que alguns oficiais organizassem minha  casa — o de fios brancos respondeu — eles são bem legais.

Jooheon riu.

— Menos Changkyun. Aquele lá é uma peste — Jooheon rolou os olhos e isso fez Minhyuk rir — onde é sua casa?

— Avenida 8, perto daquela cafeteria que eu sempre esqueço o nome.

Jooheon gargalhou e passou a mão por seu cabelo.

— Star... — Minhyuk tentou pronunciar — Starship... — ele chiou e tentou outra vez — starbu...

— Starbucks — Jooheon disse e Minhyuk assentiu — já tomou café lá?

— Não gosto muito de café — Minhyuk deu de ombros.

— Quer morar comigo enquanto sua casa fica pronta? — Jooheon indagou, desviando totalmente de assunto.

Ah, você só está facilitando as coisas, Minhyuk pensou.

— E-Eu não posso — murmurou — você já está ocupado demais com o trabalho, e eu estou assim e...

Jooheon deu-o um sorriso.

— Tenho uma semana de folga, Minhyuk. Poderei cuidar de você nesse ínterim.

Minhyuk molhou os lábios e o encarou.

— Você não vai se incomodar? — perguntou baixinho.

— Claro que não. A casa está sempre vazia, será legal uma companhia por alguns dias.

O menor abriu um sorriso largo em seus lábios finos e assentiu em seguida.

"Coréia do Sul.

O pequeno Minhyuk gritou. Havia ganhado outra queimadura em seu ombro esquerdo. Seu pai ria e jogou o ferro contra a brasa mais uma vez antes de queimá-lo novamente, dessa vez, em seu outro ombro.

— Está doendo, Min? — Cheong indagou ao ver os pequenos dedinhos da criança se contorcerem, atados à madeira da cadeira — talvez eu tenha que deixar esquentar mais.

Minhyuk contorceu-se na cadeira, tentando desvencilhar-se das cordas que o prendiam.

— Caso se mexa mais uma vez, arrancarei cada unha de seus dedos — Cheong murmurou ao se aproximar com o alicate.

Minhyuk conteve um grito. Não de dor, nem de tristeza.
De ódio de si mesmo por ser tão frágil."

Kihyun bebeu um gole de chá e leu as matérias do jornal.

— Pelo menos conseguimos salvar uma vítima — o mais velho murmurou.

— Kihyun — Changkyun o chamou — temos que tomar cuidado.

— Por quê diz isso?

— Jack não atacou ninguém depois que encontramos Minhyuk na floresta — disse — isso não parece estranho para você?

[ 🔎 .*+ ]

amém, Changkyun

WITNESS 「 Joohyuk 」Onde histórias criam vida. Descubra agora