Capítulo 16 - Apaixonados?

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— Alguém me diz que eu não acordei e to sonhando.

— Tio?

— Ainda bem que não é um sonho! — ouvi-o murmurar, embora não tenha certeza de que entendi direito.

Senti o pânico tomar conta de mim e afastei Alexandre. Ele estava meio confuso, o cabelo bagunçado e a boca vermelha. Quando realmente se deu conta da presença do seu pai, pulou para ainda mais longe, sem saber o que fazer, assim como eu.

— Pai, não é nada disso que você está pensando! — Alexandre tratou de se defender, limpando a boca.

— Mas eu não estou pensando nada. — meu padrinho riu inocentemente e eu franzi o cenho. — Eu vi. Isso basta.

Senti meu rosto queimar instantaneamente e ri sem graça.

— Viu o que? Estávamos aqui conversando numa boa, sabe. Estamos nos dando bem agora. — Alexandre concordou com um aceno de cabeça.

— Bem até demais, não acham? — ele deu uma risadinha e passou por nós para pegar água na geladeira. — Para todos os efeitos, eu não vi nada.

Eu estava quase morrendo de medo. O que ele faria, agora que viu Alexandre e eu praticamente nos engolindo? Colocaria-me pra fora, na rua da amargura? Olhei suplicante para Alexandre, mas não sabia ao certo o que suplicaria. Que ele se afastasse? Que me deixasse em paz? Que assumisse a culpa?

Que merda.

Quando meu padrinho se virou para falar conosco, endireitei minha postura.

— Eu só vou pedir para que sejam mais discretos. São adultos e fazem o que bem entenderem da vida, mas porque eu penso assim não quer dizer que os outros pensem também. Tomem mais cuidado, dava pra ouvir os barulhos da escada! — eu ri nervosamente, e Alexandre censurou-me com o olhar. — Não quero nem saber a confusão que a Verônica vai fazer se descobrir isso. Ou talvez até mesmo Clarisse — Deu um tapinha no ombro de seu filho e murmurou algo que não consegui ouvir direito. — Mas quem se importa, não é mesmo? Eu pelo menos não. Boa noite pra vocês.

Assim que meu tio sumiu, aproveitei a deixa e fui para meu quarto. Mal havia tocado no trinco da porta quando senti as mãos de Alexandre agarrando meu braço. Ele estava atrás de mim, seu corpo colado no meu, ainda mais quando se inclinou para abrir a porta e me enfiou dentro do quarto.

— Nós temos que conversar.

— Não temos nada pra falar e eu quero dormir.

— Não seja idiota. — censurou-me, depois sorriu de um jeitinho que eu odiava e adorava... aquele jeito safado e debochado. — Não parecia que queria dormir quando estávamos lá em baixo. — eu grunhi.

— Diz logo o que tu quer e da o fora daqui.

— Não podemos continuar com isso, ok? — suspirou — Serio. Foi meu pai quem nos pegou, mas podia ter sido outra pessoa e aí a coisa ia ser feia.

— Tudo certo. — concordei mesmo doendo ter que ouvir aquelas palavras saindo de sua boca. — Boa noite.

— Boa noite o que? — seu rosto estava ficando meio carrancudo — Tá me botando pra fora?

— Não seja idiota! Acabou de dizer que não podemos continuar com isso.

— Não fora do quarto. — murmurou como se fosse óbvio e foi trancar a porta.

Fiquei parada olhando-o enquanto ele caminhava para mim de novo. Pisquei atordoada, não entendendo nada direito, mas quando Alexandre me tomou em seus braços, não liguei para mais nada.

Empurrei seu corpo na cama e fiz o que eu estava louca pra fazer: subi em cima dele. Puxei minha blusa para cima, já sentindo suas mãos afoitas em minhas coxas. Seus toques eram sempre carinhosos e firmes, seus beijos selvagens e seus gemidos, sons que eu realmente apreciava. De repente era ele quem estava por cima, tirando minha roupa, explorando cada centímetro do meu corpo e... Devo admitir que Alexandre sabia usar a boca e a língua muito bem. Era quase bom demais para ser verdade.

Apreciei seu sorriso de satisfação enquanto ele saía do meu das minhas pernas. Eu estava completamente mole em baixo dele por conta do recente orgasmo, parecia geléia enquanto ele manipulava meu corpo. Algo estalou, talvez fosse o barulho da embalagem da camisinha. Alexandre virou-me, meu rosto estava contra o colchão, ele agarrou meu cabelo com uma mão e tapou minha boca com a outra. Só entendi o porquê quando senti seu pau entrando fundo em mim. Gritei, mas o som logicamente foi abafado por sua mão.

— Apertada... — ele gemia baixinho, como se estivesse prendendo a respiração. Quando o olhei por cima do ombro, seu maxilar estava travado e ele obviamente se controlava para não gemer alto, eu via pela sua expressão.

Alexandre aumentou a força e a velocidade das estocadas e tive que me segurar na cabeceira da cama para não cair. Eu estava gemendo como sei lá o que. Até agradeci por ele estar abafando os sons que eu emitia, porque se não fosse por ele, certamente já teríamos acordado a casa inteira.

Alexandre gemia, mas tentava se controlar, vez ou outra eu diferia um "gostosa" das outras palavras estranhas que ele proferia, seguidas de tapas sonoros que ele desferia em meu bumbum, levando-me a loucura. Eu rebolei várias vezes contra seu pau até que nosso orgasmo veio quase ao mesmo tempo.

Ofeguei quando o senti cair sobre mim. Ele riu levemente, caindo de costas contra o colchão ao meu lado.

— Acho que somos meio loucos. — murmurou com um ar estranho. Parecia quase sonhador.

— Eu acho que o que fizemos não foi certo... De novo. — ele riu.

— Você se importa com isso? Somos livres para fazer o que quisermos.

— Só é estranho.

— Eu entendo. Mas sentimos vontade e fizemos. Isso é certo pra mim.

— Você é legal quando não está sendo maquiavélico.

Alexandre riu, aquele som produziu um efeito estranho em mim. Não era como uma risada de deboche, qual eu estava habituada a ouvir... Era diferente, gostoso, encantador.
Ele me puxou, sentando-se na cama. Eu pensei que iria embora, mas quando me beijou, deixei todas aquelas questões de lado e me agarrei a ele. Acho que nunca desejei tanto permanecer no mesmo lugar... Mas o conforto dos seus braços me fez perceber que aquela era uma pequena amostra do que eu sempre quis.

O que eu sempre quisOnde histórias criam vida. Descubra agora