Capítulo 18 - Cuidados II

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— Vem cá Lena. — Cadu me ofereceu sua mão. Aceitei e levantei-me.

— Você me paga. — sibilei para ele.

— Não vamos ser vingativos, ok? Essa guerrinha já se foi. — meu tio apaziguou a situação.

— Diz isso porque não foi o senhor que caiu na lama. — reclamei. Estava me sentindo nojenta. — Preciso muito de um banho.

— Já vou avisando que não vai entrar em casa assim. Nós limpamos tudo hoje. — Clarisse declarou, mas não foi grossa ou algo do tipo. Ela também estava rindo. Maldita.

— O que eu vou fazer? — gemi descontente.

— Bom, a culpa é minha, então deixa que eu vou resolver. Vem comigo.

Segui-o, achei que iria até a casa principal, mas no meio do caminho ele parou no casebre de madeira onde me deixaram presa no dia anterior. Pediu-me para esperar e voltou com uma mangueira.

— Agora eu entendi por que queria concertar.

— Não seja tão ranzinza, deusa do vinho.

Andamos um pouco até achar uma torneira e ele conectou a mangueira. Ela estava direcionada para o meu rosto,e só percebi quando os primeiros jatos de água praticamente me engasgaram. Tossi.

— Cadu, é oficial: você me paga.

Não preciso dizer que ele se divertiu muito, né? No fim nem foi tão ruim assim, apesar do vento frio que me perpassava vez ou outra. Aproveitei para molhá-lo também, embora a água estivesse gelada ele não reclamou.

— Essa roupa grudada no corpo me irrita.

— Já percebi que gosta é de ficar sem roupa, Vasconcelos, mas sem show agora! Sou noivo.

— Palhaço. Esquece essa história, ok? Esquece! — bati nele.

Clarisse nos trouxe algumas toalhas, e fiquei feliz de entrar para tomar um banho de verdade.

Depois de deixar a água quente cair em meu corpo (delicia) e almoçar, tirei um cochilo. Minha surpresa foi acordar super mal horas depois... Meus olhos queriam se fechar a todo custo e eu estava com muito frio, o cobertor não era o suficiente para me aquecer...

Coloquei um moletom e desci para a sala, precisava pedir um remédio a Clarisse. Uma louca crise de espirros começou quando pisei fora do quarto, merda, eu estava anunciando a minha chegada muito sem querer.

— O que é isso, menina?

Certamente a minha cara estava péssima.

— Acho que fiquei doente. E sabe de quem é a culpa?

— Do Cadu. — tio Fernando lhe lançou um olhar meio feio.

— Preciso de um remédio. — gemi, sentando-me no sofá. — tá tudo doendo.

— Que manha. — Alexandre revirou os olhos. Mostrei a língua pra ele, e logo em seguida espirrei de novo.

— Saúde. —Jonathan murmurou.

— É exatamente por isso que eu disse pra vocês não irem pro quartinho das tralhas! — Clarisse voltou com um remédio na mão, brigando com todos — E fora o pó que você inalou, tomou aquele banho gelado e ficou exposta ao vento, lógico que ia ficar doente.

Não disse nada, mas espirrei novamente, engolindo o comprimido com o copo d'água que ela me trouxe.

— Saúde. — meu primo falou novamente.

O que eu sempre quisOnde histórias criam vida. Descubra agora