12- Daddy

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A uns meses atrás na Arca

Pai da Sarah POV

Hoje havia sido um dia cansativo de trabalho. Haviam surgido bastantes problemas na engenharia da Arca que sinceramente faziam estimar o tempo de duração da nave para cada vez menos  e cada vez mais conseguíamos arranjar menos soluções para isso.

Morava  apenas com a minha filha pois a minha mulher havia morrido a 2 anos quando dava a luz ao meu filho que já por si só era ilegal mas ela nunca conseguiu aceitar a ideia de realizar um aborto então havíamos planeado tê-lo em segredo. Mas o destino não foi tão bom para nós pois houve complicações com o nascimento causando a perda de duas das coisas que mais amava neste mundo. 

Assim só ficou a minha filha e por isso ela era a coisa mais valiosa que tinha. Ao ir para o quarto nesse dia vejo a agitação que havia na zona onde morávamos tentando perceber o que se passava. Ao passar pela porta da nossa casa vejo uma equipa de limpeza a limpar sangue e a mover um corpo dum homem para um saco.

Logo milhares de imagens de cenários possíveis passaram pela minha cabeça do que podia estar a acontecer e de onde estava a minha filha Sarah e logo me dirigi ao primeiro guarda que vi. 

Pai: Desculpe, pode me dizer o que se passou aqui? Eu moro aqui e está ali um homem morto.

Guarda: o senhor é Richard Hastings?

Pai: Sim sou!

Guarda: Sinto muito de lhe dar esta informação mas a sua filha, Sarah Hastings acabou de ser presa pelo homicídio de Tyler Anderson.

Pai: O quê? Isso não é possível a minha filha não faria mal a uma mosca.... eu quero falar com ela.

Guarda: Não sei se isso será possível senhor.

Pai: Tem que ser possível, eu sou o pai dela e ela não tem 18 anos ainda o que faz de mim o seu tutor legal. 

Nem quis ouvir o que o guarda disse a seguir e avancei pelo corredor abaixo para a zona onde mantinham os presos menos de 18 anos e únicos presos pois os maiores de 18 anos eram simplesmente mortos. Depois de resistência dos guarda lá consegui que me deixassem ver a minha filha mesmo que tivesse que ser numa pequena sala. 

Ela andava dum lado para o outro a tremer parando apenas quando sentiu a minha presença a entrar na sala. Foi um encontro de poucas minutos e na maior parte do tempo ela chorava de desespero dizendo que a culpa não havia sido dela e que tinha sido auto defesa. Nunca se deram ao trabalho de analisar o crime e quando dei conta a minha filha havia sido mandada para a Terra com os restantes delinquentes menores de idade. Havia sido a última vez que a tinha visto.

Pai da Sarah POV OFF

Sarah não havia deixado o seu pai desde o minuto que ele havia entrado pelo portão do acampamento. Já não o via a meses e sem falar que pelas circunstâncias que havia chegado a terra nem havia se despedido. Claro que o seu pai quis saber tudo o que se havia passado com o seu tesouro mais precioso mesmo que Sarah teve que omitir certas partes do que se havia passado mesmo sabendo que o pai iria descobrir de qualquer das maneiras a desgraça que havia andando nestes últimos dias. 

Numas mesas perto daquela, pois todos se encontravam na hora de jantar, Bellamy comia, observando a distância a Sarah, principalmente por não a ver sorrir daquela maneira a algum tempo, aquele sorriso genuíno que só ela fazia fazendo com que ele não conseguisse desviar o olhar. Mas algo dentro dele levantava a questão do que se havia passado para do nada ela parecer bem e não era apenas a chegada do pai porque ela havia mudado o seu comportamento nessa manhã. 

Naquele instante, Octavia passa pela mesa do mesmo e por isso a chama de imediato tendo quase a certeza que a sua irmã saberia de algo.

Octavia:-sentado-se a frente do irmão- O que tu queres?

Bellamy: Boa noite também para ti irmazinha.

Octavia: -revira os olhos- Sabes que eu prefiro comer lá fora porque para estar aqui fechada já chegou o tempo na Arca por isso diz o que queres.

Bellamy: O que se passou com a Sarah? Não me venhas com conversas que nada se passou ou que não sabes de nada porque eu sei que ambas afirmações são mentira.

Octavia: Porque é que havia de se ter passado alguma coisa?

Bellamy: Eu sei que tu e ela ontem chegaram tarde com a Sarah completamente alagada e do nada depois de duas semanas com a Sarah a comportar-se daquela maneira, por algum milagre ela hoje está diferente.

Octavia: Porque é que não perguntas a ela? 

Bellamy: Porque sabes que ela não fala comigo e só de respirar ao pé dela ela pira.

Octavia: Sinceramente não vi nenhum de vocês a tentarem ter uma conversa decente onde dizem tudo o que pensam um ao outro e onde realmente ouçam cada lado. Sinceramente acho que está na altura de o fazerem. 

Octavia levanta-se com a sua comida nem esperando a resposta do seu irmão que gosta de ter a última palavra mas ficou a processar as palavras da sua irmã enquanto olhava Sarah. Talvez ela tivesse razão, agora com a loira mais calma talvez conseguisse ter uma conversa explicando o seu lado mas tinha noção que a maior parte da desculpa era do outro lado da discussão e não dizia isto por teimosia.

Sarah tinha noção disso também. Neste caso ela que havia errado e tinha tido a reação mais dramática as decisões de Bellamy que tinha feito com intuito de salvar as pessoas que amava e havia sido a única decisão a vista naquele momento havia sido fazer aquilo e nem tinha tentando entender o lado do rapaz nem percebido se ele realmente sentia-se mal por ter feito.

Nem havia pensado nisso durante aquele dia por causa da chegada do seu pai mas sabia que não podia evitar essa conversa por muito mais tempo.

Ela e o Bellamy precisavam de conversar.

Só assim é que conseguiriam viver com as suas consciências um pouco menos pesadas.

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