— eu acho que nós deveríamos fazer uma maquete e um cartaz de um projeto grande, como um acelerador de partículas ou um moto perpétuo. — falo colocando a minha bolsa em cima do sofá e Josie ri.— sério, Anne? uma maquete e um cartaz? — ela volta a rir. — estamos falando de mil dólares para cada uma anne, mil dólares. temos que pensar em algo grande, algo que ninguém da nossa turma se disponibilizaria a fazer, temos que ser ousadas. — ela começa a dar voltas pela sala, se sentando ao meu lado em seguida. — você ajudou Gilbert Blythe e aquele outro garoto no projeto deles, certo? o que eles vão fazer?
— bem, o nome daquele garoto é Jerry e sim, eu ajudei eles, mas só com a parte estética do trabalho, jerry não quis me dizer sobre o que é, disse que é uma surpresa. — falo sem animação.
— então você não tem nenhuma ideia do que eles estão fazendo? — eu nego com a cabeça e ela suspira.
— mas devíamos estar nos concentrando no nosso trabalho não no deles.
— se ao menos tivéssemos um trabalho para nós concentrarmos. — ela suspira mais uma vez. — vamos lá, Anne, qual é a primeira coisa que você pensa quando eu digo ciência?
— espaço. — falo rápido e ela me olha um tanto interessada.
— e quanto eu digo espaço?
— não sei, talvez... — faço uma pausa para pensar e tenho uma grande ideia — gravidade, uma câmara antigravitacional!
— tipo, uma de verdade? isso não seria um pouco complicado demais? — ela parece meio desesperançosa.
— bem, sim, mas podemos fazer uma réplica em algum lugar como uma cabine telefônica! e quando entramos nela, podemos sentir os efeitos da gravidade zero — eu não tinha nenhuma ideia, só fui falando coisas que me vinham em mente.
— é uma boa ideia, boa mesmo, você é mais inteligente do que eu pensei — ela sorri um pouco e eu fico confusa.
— como assim mais inteligente do que você pensava ?
— bem, pelo o que eu ouvi, você era bem idiota — ela começa a empilhar os seus livros, mas eu só fico lá, parada — você já pode ir, já fizemos muito por hoje — ela praticante me expulsa e então, eu pego a minha bolsa e saio da casa sem dizer nada
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— você me acha idiota? — falo jogada em cima da cama de Jerry e ele dá pause em seu joguinho para olhar para mim.
— você já sabe a resposta dessa pergunta. — ele ri um pouco e sento na cama.
— eu estou falando sério, eu pareço idiota? — ele vira a cadeira giratória em minha direção e me encara.
— quem é você e o que fez com Anne Shirley-Cuthberth ?
— do que você tá falando ?
— a Anne que eu conheço e quase amo não se importa com a opinião de ninguém sobre ela e se alguém ousasse falar qualquer coisa ela só riria como se tivesse acabado de ouvir uma boa piada. — ele se levanta e senta ao meu lado.
— não é isso, é que a Josie. — ele revira os olhos e respira fundo para começar a falar.
— tinha que ser ela, não é? — ele me interrompe. — sabe o que eu aprendi depois daquele incidente com o Gilbert? ele é igual a mim, o garoto mais adorado do colégio é igual a mim! ele tem inseguranças, medos e comete erros, ele é humano, Anne, todos nós somos. todos temos o nosso melhor e o nosso pior lado e isso não nos torna melhor ou pior que ninguém e não importa o que a Josie Pie disse, você é idiota, sim, como ela ou qualquer outra pessoa. você sabe qual é a coisa que você mais me diz?
— "deixa de ser babaca e me paga um lanche"? — ele ri.
— quase, "por favor, nunca seja um daqueles garotos programados que fazem tudo que é sociavelmente certo". eu não sou porque você não me deixou ser e eu não vou deixar que você seja também.
— eu já te disse que você é o melhor amigo que existe? — eu coloco a cabeça em seu ombro.
— não, mas eu já esperava por esse momento a muito tempo. — eu sorrio. — quer ir comprar alguma coisa para comer? — ele levanta e estende a mão para mim.
— sério que você precisa ouvir a minha resposta? — eu aceito a sua ajuda e me levanto. — você vai ficar com a conta inteira, não é? — ele dá uma risada falsa.
— não é muito bom você se iludir tanto.
— qual é, deixa de ser babaca e me paga um lanche.
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eu amo um brotp
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iheay - shirbert
Fanfictionsempre houve uma linha tênue entre o amor e o ódio e essa linha pode ser atravessada de um lado para outro em pouco tempo, em poucos instantes, para ser mais exata. de repente, aquela pessoa que não aguentamos ouvir o nome se transforma no alguém qu...