Afire Love - Mabill

Angel

Capítulo reescrito

Assim que chegaram na cabana, Mabel não conseguiu ficar parada no quarto olhando para o teto, como havia tentado fazer. Enquanto Dipper conversava com Ford e Stan sobre coisas que não queriam que a garota soubesse e manteriam isso em segredo dela, ela decidiu que faria o que tinha dito e acharia um jeito de descobrir sozinha o que eles tanto escondiam dela.

Olhou pela janela do sótão e viu Wendy indo embora, indicando que não havia mais ninguém na cabana a não ser os quatro Pines. Pegou seu arpão de ganho que não usava há tanto tempo e fez o que precisava para sair dali sem ser notada.

Prendeu a ponta no batente da janela e pulou para fora da casa. E saiu correndo. Correndo na direção da única coisa que poderia ajuda-la a achar uma resposta. Atravessou a floresta até chegar na parte negra do local, e continuou correndo por mais alguns minutos, seguindo a pulseira de pedras preciosas que indicava onde ela queria ir.

Mabel segurou o choro enquanto arfava de cansaço, mas não diminuía o passo. Estava cansada de ser esnobada e subestimada. Já bastava as incontáveis vezes que Dipper a salvara nos últimos anos, não aguentava mais todo aquele ar superprotetor vindo de todos os lados de sua própria família.

Só parou de correr quando finalmente chegou na pequena clareira onde residia a estátua de Bill Cipher.

Um calafrio forte percorreu por toda sua coluna e Mabel teve um mal pressentimento.

Claro que eu teria um mal pressentimento, pensou, Ele é um demônio. O pior demônio de todos, que quase destruiu o mundo.

O medo tomou conta de sua cabeça e ela se lembrou de tudo o que ele havia feito para ela e para seu irmão, mas principalmente para seus tivôs. Embora a estátua estivesse em seu formato humano, ela sabia que ele não passava de um monstro, e repetia para si mesma que não podia se esquecer disso.

Olhando-o naquela posição, com a mão estendida e um sorriso torto no rosto, Bill parecia um mero humano comum que havia sido injustiçado ao ser transformado em pedra. Ela mirou seu rosto pouco iluminado e pensou em como ele parecia um homem comum, mesmo com aquele tapa-olho. Parecia alguém que pedia ajuda quando estendia a mão.

Inconscientemente, Mabel esticou o braço e quase apertou sua mão. Mas conseguiu sair de seu próprio devaneio antes que fosse tarde.

— Que merda está acontecendo, hein? — ela bufou para ele, como se ele a escutasse — O que é tão perigoso sobre você que eu já não sei? O que eles acham que eu vou fazer? Um sacrifício para te ajudar? Eles sabem que eu nunca te ajudaria, você é um demônio. Ou então eles acham que você me mataria para poder voltar, ou... sei lá! Alguma coisa que dependa de mim. O que não faz sentido, já que eu não tenho o menor motivo para te ajudar — ela revirou os olhos e encontrou com o seu único exposto. Sentiu outro calafrio, mas foi diferente dessa vez. De certo modo, foi como se ele estivesse falando que ela estava errada — Ou tenho? — bufou mais uma vez — Claro que não. A não ser que esse motivo seja ter respostas, mas isso não é motivo o suficiente. Eu te traria de volta para você me responder porque eu tenho que ficar longe de você, e você provavelmente me responderia com uma prova, ateando fogo em meio mundo e escravizando todo o resto, como você já tentou fazer antes.

Mabel soltou um barulho de irritação. Agradeceu mentalmente que ele não respondeu, mas estava brava por estar em um beco sem saídas. O que estava pensando, afinal? Por que encontraria respostas aqui com ele? Sua parte racional sabia que ele não era a solução de seus problemas – muito pelo contrário, na verdade – mas alguma coisa a trazia de volta para ele. Ele parecia um campo magnético, e Mabel era só uma pequena esfera de metal perdida ali no meio.