Contenção

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Capítulo ainda não reescrito

Voltaram pra cabana em silêncio. Mabel esfregava os pulsos.

— Eu não quero você chegando perto dele. — Stan disse a Mabel logo que chegaram na cabana.

— Mas tivô! Ele disse que...

— Escuta, criança. — Ford a interrompeu calmo. — Sabemos que ele não pode fazer coisas ruins, mas não podemos ter certeza que ele não vai se descontrolar e fazer algo com você.

— Concordamos em criar alguma coisa que o deixe imune. — Stan completou. — Vamos criar algo que quando toca nele, ele perca os poderes temporariamente.

— Se ele fizer algo contra a sua vontade, é só encostar isso nele. — falou Dip, levantando um colar com um pequeno pingente. Uma estrela de seis pontas com um x curcivo no meio. — Ainda veremos como, mas quando estiver pronto, vamos explicar como usa.

— Vocês bolaram isso tudo pelas minhas costas? — Mabel deu um tapa na mão de Dipper, o que fez o colar voar longe. — Por que vocês fazem isso?! — Mabel estava brava. Brava consigo mesma, brava com seus tivôs e com seu irmão. — Vocês não acreditam em mim! Vocês acham que eu preciso de ajuda, que não posso cuidar de mim mesma! Querem saber? Eu já sou grandinha! Tenho 16 anos! Eu posso lidar com um demônio.

E subiu pro sótão batendo o pé. Foi para o quarto e bateu a porta. Se sentou na cama e olhou pra cômoda do Dipper. Ela lembrou que na noite passada ele pediu para o tivô Stan o cartão de débito dele pra pagar as contas.

Mabel olhou na primeira gaveta e viu que ainda estava lá. Ela pegou um papelzinho que estava do lado com a senha do cartão. Então teve uma ideia genial. Sentou na cama e pegou o celular.

— Hey G. — ela disse quando Grenda atendeu o celular. — Me faz um favor e liga pra Candy. Vamos fazer compras? Ótimo. Eu encontro vocês no píer, vamos pegar um táxi até Portland, lá tem um outlet legal.

Mabel colocou um vestido rosa claro com estampa de pequenas flores por todo ele. Pegou uma tiara preta com um mini laço do lado e um salto de plataforma azul e rosa claro. Passou rímel, pegou uma bolsa, uma jaqueta jeans e o arpão de gancho e, mais uma vez, pulou pela janela. Ela sabia que esse era um de seus defeitos: fugir dos seus problemas.

Quando chegou no píer, não encontrou ninguém, exceto por um homem loiro de terno amarelo que parecia esperar por alguém.

— Bill? O que está fazendo aqui?

— Eu deveria te perguntar a mesma coisa.

— Vou fazer compras com as minhas amigas, se me der licença, vou esperá-las ali no banco. — quando estava se virando pra ir se sentar, Bill disse:

— Elas não vêm. — Mabel olhou pra ele confusa. — Eu cancelei com elas no seu lugar. Disse que não conseguiu o dinheiro. — ela abaixou a cabeça, encarando seus pés. — Shooting Star, eu sei que a sua família não quer que você me veja e eu não quero me encrencar com eles.

— Se encrencar? Você não é um demônio?

— E você não ouviu o que o meu pai disse? Não posso usar meus poderes contra vocês. — os dois ficaram em silêncio durante um tempo. Mab tirou os sapatos e sentou no píer, com os pés na água. Bill fez o mesmo. — Você deveria ir pra casa.

— Pra eles não encrencarem com você?

— Pra eles não encrencarem com você. Eu não me importo comigo mesmo, mas eu vi o quão bravo eles ficaram quando viram que eu voltei.

— Eu não quero ir pra casa. Eles vão ficar me falando o quanto você é perigoso, que eu deveria ficar longe de você até eles me darem o maldito colar que teoricamente vai me proteger de você caso se descontrole.

— Eu até diria que isso é uma ofensa pra mim... Mas acho que eles têm razão. — Mabel se espantou ouvindo ele falando isso. — Faz muito tempo que eu sou mau, Star. Talvez esse colar seja uma boa ideia.

Os dois ficaram em silêncio por um tempo até Mabel se levantar voltar pra cabana com os sapatos na mão.

Quando entrou na cabana, procurou pelo irmão.

— Dip? — ela o achou deitado no sofá lendo um livro. Ele levantou os olhos, olhando pra garota.

— Onde você vai desse jeito? — perguntou com ciúmes.

— Na verdade eu acabei de sair. Eu ia num outlet com a Grenda e com a Candy, mas eu desisti no meio do caminho.

— E você ia sair com elas sem avisar a gente? E como você desceu? Eu nem te vi.

— Eu sai por um outro lugar... Enfim, isso não importa agora. — ela se sentou na mesinha de centro, de frente pro irmão. — A gente precisa conversar. Eu sei que essa pergunta não é bem a que você gostaria de ouvir... Ou uma que eu deveria fazer pra você... Talvez eu devesse fazer pro Ford, sei lá... — ele olhou pra ela como se falasse "desembucha". — Você acha que... É possível... Eu me apaixonar pelo Bill?

Quando ele ouviu o nome, se sentou, fechou o livro é o deixou do lado dela, na mesa.

— Mab, isso é um assunto meio delicado...

— Só me responde.

— Bom... Teoricamente, nada é impossível. — Mabel o olhou séria, ela já sabia o que estava acontecendo. — Não é só provável que isso aconteça, Mab. Os opostos se atraem. O seu coração puro estabiliza o coração negro dele. Eu não deveria dizer isso, se os tivôs souberem eles me matam, mas... É meio que destinado vocês dois, mas a gente ainda faz o possível e impossível pra impedir isso.

— Por que vocês têm tanto medo? Medo dele, eu digo. Tipo, ele não pode usar os poderes na gente. Ele meio que é do bem agora. Quer dizer, eu sei que ele pode se descontrolar e fazer algo, mas não é como se ele não estivesse tentando. Eu sei que ele tá se esforçando pra ser melhor, Dip.

Ele passou a mão no rosto, pensativo.

— Eu não disse que ia continuar tentando te afastar dele. — ele disse olhando pro chão. Mabel ficou feliz em ouvir isso do irmão. — Eu converso com os tivôs sobre isso, mas Contenção está quase pronto. — ele falou contenção como se fosse um nome. — Por favor Mab, quando estiver pronto usa. Só por segurança.

— Contenção?

— Ah é, você não sabe. Contenção é o nome que demos pro colar, tipo contenção de poderes.

Passaram o dia na cabana assistindo TV e conversando. Umas 20 hrs Ford chamou Mabel pro porão pra explicar como contenção funcionava.

— Coloca no pescoço. — Ford deu o colar na mão dela. Antes, o pingente era de prata e era preso por fios pretos, mas agora emitia um brilho suave roxo, como Aquamarine. — Se ele se descontrolar, tentar te matar ou algo do tipo, já sabe, é só colocar o pingente na pele dele. Isso vai deixá-lo sem poderes durante um tempo, até a gente achar um jeito de fazê-lo voltar ao normal.

Quando ela colocou o colar no pescoço, mal o sentiu. Era como se ele nem estivesse lá. Era leve e deixava com um tipo de bem estar. Ford disse que ela não podia tirar. NUNCA.

Ela subiu até o sótão e encontrou com o irmão jogado na cama mexendo no celular.

— Sabe Dip, — Mabel disse se jogando na cama. — pelo menos o colar é bonito.

Afire Love - MabillOnde histórias criam vida. Descubra agora