Para YangMi, merecia dormir direito nos últimos dias de férias. E era irritante acordar às onze e meia da manhã com o som das baquetas atingindo o instrumento à toda.
Ela adentrou no quarto de Jimin, como uma besta enfurecida, cabelos igual ninho de rato, e camisola rosa choque, de detalhes rendados, batendo pé. O irmão apenas ergueu o olhar, piscando e secando o suor com uma toalhinha de rosto. Braços fortes eram exibidos pela regata encharcada.
Não era sua culpa se tudo nele irradiava ritmo. Jimin na bateria ou em qualquer outro instrumento de percussão ou cordas, era o equivalente à Taehyung e seus pincéis, lápis e tintas.
Quase irritava mais ainda YangMi, que só tinha a beleza, por mais que, em dias bons, deixasse um coração doce transparecer. Ela ia começar a gritar quando Jisoo surgiu na porta, caneca de café fumegante, bata de estampa exótica e penteado elaborado. Quase pronta para rumar à loja de quinquilharias. Um sorriso sereno iluminava seu rosto.
- Bom dia, amores.
- Bom dia. – responderam os filhos em uníssono, Jimin ainda um pouco ofegante.
- Vou à loja, podem contar comigo para tomar o café da tarde.
- Sobre isso... eu arranjei um emprego para a tarde. É provisório de qualquer forma. – informou Jimin, e a mãe, orgulhosa, e ignorando o suor que escorria nele, beijou as duas bochechas do filho.
- Que bom! Farei um jantar especial, então.
Abraçou a filha e partiu para o trabalho.
- Alguma vez achou que ela voltaria a ser tão... feliz... depois daquilo? – perguntou YangMi a Jimin, fitando a porta, por onde Jisoo desaparecera momentos antes.
- Acho que sim. Ele só lhe fazia mal, Yang, foi uma libertação. E tem a nós. Sabe o quanto ela nos ama.
- Sei... - murmurou a garota, distraída. Sua mente a levava de volta aos últimos anos de casamento dos pais, às brigas deles. À como foi um peso a menos parar de ouvir a mãe chorando no quarto, através da porta, como isso lhes partia o coração. GunJae fora um bom pai e marido nos primeiros anos, mas algo que ocultou para si fez com que desandasse com o tempo.
O divórcio foi a melhor opção, e agora os filhos recebiam notícias por carta, ocasionalmente. Era melhor assim. De qualquer forma, a felicidade de Park Jisoo não dependia exclusivamente do marido, e um sorriso povoava seu rosto todos os dias, desde então.
Pouco depois, Jimin estava enfiado debaixo da água fria do banho, preparando-se mentalmente para o desafio que vinha a seguir. Se enfiou na roupa mais confortável que achou, considerando o calor do dia, e, com uma mochila às costas, saiu andando em direção à casa dos Kim.
Taehyung esperava pelo momento em que ele chegaria, mas não queria deixar na cara, então esperou alguns segundos depois que a campainha soou, antes de abrir a porta, isso lhe conferiu um olhar de testa franzida de parte de Poppy, enquanto esta passava por ali. Mas ele ignorou isso, e abriu a porta, vestindo seu melhor sorriso enigmático, sem perceber que era puro entusiasmo, igual a todos os outros.
Jimin não percebeu isso.
- Bem vindo, Park. Vou lhe mostrar a casa e os animais.
Os animais? Pensou Jimin confuso. Ele queria saber das crianças, na verdade. Mal sabia que era a elas que Kim se referia.
- Espero não ter chegado atrasado. – comentou o ruivo, achando-se inadequado, de repente, nas calças escuras mais rasgadas do que as do dia anterior, as quais Taehyung secretamente amara, e a regata preta, meio larga. Ele tinha passado lápis nos olhos, dessa vez, e arranjara a companhia dos piercings na cartilagem da orelha para os brincos. Carregara um pouco demais, pensou, ao observar Kim vestido um conjunto muito zen, meio de yoga. Infinitamente mais suave. Embora este tivesse uma sujeira preta na parte da frente da camiseta, como carvão.
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Best Of Me - vmin
FanficJimin precisa pagar a prenda por uma aposta perdida mantendo-se três meses num emprego. Taehyung tem uma vaga para babá. #53 em vmin - 30/12/2018 #78 em vmin - 08/07/2018 #107 em vmin - 27/06/2018 #142 em vmin - 30/05/2018 #220 em vmin - 13/05/2018...