Chocolate - Jesse & Joy

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         Taehyung estava esculpindo quando o celular vibrou em seu bolso. Seu olhar tristonho se iluminou um pouco ao reconhecer de quem era a mensagem de voz. Então clicou para reproduzir.

            Seu peito pesou ao perceber o estado de Jimin por sua voz. Bêbado. E piorou quando ouviu os soluços e a fala ficando embargada pelas lágrimas do garoto.

            Ele suspirou e fechou os olhos. Segundos depois, como uma lâmpada se acendendo sobre sua cabeça, teve uma ideia.

            Ele precisaria de ajuda e materiais, mas conseguia passar pela loja de música de manhã cedo, as tintas já tinha disponíveis, e tinha quase certeza que a loja onde Jimin mencionava que a mãe trabalhava abria aos sábados.

            Antes de ter tempo para praguejar pela dor de cabeça ao acordar, Jimin viu Blue lhe estender um comprimido e um copo d’água. Sorriu para ela, agradecido, e bebeu o remédio.

            - Obrigado, não só por isso, mas por me ouvir ontem. Você não tinha obrigação e não precisa de mais dores para carregar...

            - Não. Para. – Jimin se surpreendeu quando Blue mandou, voz firme. – Você não tem nada para agradecer. Eu coloquei meus problemas sobre os seus e estava bêbada antes de poder te ajudar. Tenho que pedir que me perdoe. Sim?

            - Eu não guardo rancor. – murmurou o ruivo, cada vez mais surpreso com o quanto aquela garota era incrível. Jungkook tinha muita sorte, os dois tinham, na verdade. E, no fundo, só queria encontra algo forte como o que eles tinham. – Pelo contrário, quero ser seu amigo, e isso é tudo que está ocupando minha mente agora.

            Ela deu um sorriso que poderia iluminar uma cidade inteira.

            - Eu também quero. Vem, vamos comer alguma coisa. O Jungkook acabou de sair pro supermercado, mas você não podia ficar sozinho ao acordar. A mãe dele está trabalhando, aliás. Levanta, vai, você vai provar o meu omelete lendário.

            O omelete era realmente bom, assim como jogar conversa fora com Blue. Mas foram interrompidos quando o celular de Jimin vibrou, com uma mensagem de Jisoo. Era a segunda mensagem no dia, sendo a primeira de Taehyung, dando-lhe o dia de folga. Ela tinha o feito pensar se o recado que deixou durante a noite não foi estranho e precipitado demais. Afastou os pensamentos e conferiu o que a mãe queria dizer.

            Ela apenas pedia para que Jimin passasse para comprar uma marmita no caminho para casa e levasse para ela na loja.

            Despediu-se de Blue com um abraço apertado e saiu em direção ao local pedido.

            Park Jisoo esperava pelo filho atrás da bancada, e o recebeu com um sorriso.

            - Bom dia, querido.

            - Bom dia. Esqueceu de trazer comida de casa?

            - Algo assim, foi mais algo como uma desculpa para você vir pegar uma encomenda.

            - Uma... encomenda?

            - É. Ali está. – ela apontou para um objeto grande embrulhado em papel pardo sobre uma prateleira que Jimin não tinha notado.

            - Oh, é pra mim mesmo?

            - Sim. Vai lá, abre.

            - Woaah.

            O coração dele estava acelerado ao rasgar o papel, e depois abrir uma caixa de violão. O instrumento dentro era o mais lindo que o ruivo tinha visto em toda sua vida. O braço era preto, pingado de branco e um pouco de brilho. A caixa num céu estrelado um pouco mais complexo, com direito a esfumados roxos e azuis, e o olhar de Jimin brilhava tanto quanto aquela estrelas. Estava na cara que fora personalizado.

            Suas mais loucas suspeitas foram confirmadas quando, sentado no chão, com o violão no colo, ele abriu um bilhete caído no fundo da caixa.

            - Me perdoe por te pressionar, T. – leu, baixinho. Seus olhos marejaram.

            - Hey, Park. Gostou? – ouviu uma voz conhecida dizer às suas costas. Ele levantou, apressado, deixando o presente num lugar seguro e se jogou nos braços de Taehyung.

            - Eu amei. Obrigado. Obrigado. Obrigado... – e repetiu a palavra mais vezes no ouvido do mais alto, parado na ponta dos pés, com o corpo colado ao dele. Kim riu, apertando Jimin mais forte.

            - Obrigado a você, por estar naquela praia, por aceitar o emprego de babá, por me acordar de madrugada naquela noite, quando eu estava tendo um pesadelo, por permanecer na minha vida desde o dia em que eu pedi para te desenhar. – Taehyung queria muito dizer umas certas três palavras, mas teve medo de que fosse muito cedo, de que isso espantasse mais Jimin e ele fugisse. Iria com calma a partir de agora, dando a ele todo o tempo e espaço que precisasse.

            - A propósito, sobre o emprego... – Jimin contou como foi uma casualidade quem oferecia a vaga ser Taehyung, enquanto Jisoo assistia a cena, encantada por seu filho estar se apaixonando novamente, sendo correspondido desta vez.

            Foi toda uma surpresa quando Kim entrou na loja naquele sábado, pedindo sua ajuda. Mas, enquanto ele explicava o plano e o porquê dele (omitindo a mensagem que recebeu de Jimin bêbado, é claro, não queria criar problemas para ele), Jisoo criava a certeza em seu coração de que Taehyung era a pessoa certa para seu filho.

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Resta um capítulo.

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