Aqui jaz um duende falante.

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 Minha mãe parece estar realmente interessada em toda essa lorota de duende

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Minha mãe parece estar realmente interessada em toda essa lorota de duende. Ela até ajudou Florence a enfeitar uma caixa de sapato, a qual as duas estão chamando de caixão, e chamou toda a criançada da rua.
Às vezes fico imaginando o quão fértil é a mente de uma criança, e agradeço a Deus por já ter 8 anos e ser um rapaz.

— Aqui jaz um duende falante. — Florence se lança sobre a mesa, onde o caixão permanecia. — Tivemos de fechá-lo, pois a situação não estava boa.

— Eu nem sei o que estou fazendo aqui. — a mesma garota que havia a empurrado no dia anterior toma a palavra.

— Então vá embora. — respondo, completamente ranzinza. — A saída é logo ali.

— Vincent! — mamãe repreende.

Por que ela não consegue compreender como estou me sentindo agora? Toda essa gente está invadindo o meu espaço!
Florence pode ser minha amiga, mas isso não dá à ela o direito de fazer uma coisa dessas.
Ela deveria ter convidado as crianças para a sua casa, seja lá onde for, e não para a casa de seu mais novo melhor amigo para sempre. Palavras dela, não minhas.

— Cala a boca, Virgínia. — o que Doug está fazendo na minha casa?! — Não vê que Florence está sofrendo?

De onde eles se conhecem? Por que ele está aqui?
Sinto meus olhos lacrimejarem e respiro fundo, tendo consciência de que agora não é um bom momento para dar show.

Eu odeio esse garoto!

Não tem nada de bom nele!

Obrigada, ruivinho. — Florence lança uma piscadela em sua direção.

Ela nem sabe o nome dele, mas já arranjou até um apelido carinhoso! Por que não fez isso comigo também?
Além disso, quem é que ainda lança piscadelas? Isso é do tempo da minha avó.

Cruzo os braços e bato o pé no chão, contando os minutos para que isso acabe. E se eu disser para mamãe que estou com dor de barriga e preciso ir para o meu quarto? Isso! Um ótimo plano.

— Mamãe. — puxo a barra de sua saia. — Não me sinto muito bem. — praticamente ronrono.

Eu sou um ótimo ator!

— O que você tem, meu amor?

— Dor de barriga. — as crianças começam a gritar por algum motivo, e mamãe não escuta o que eu disse. — Dor de barriga. — repito, mas ela ainda me encara do mesmo jeito que me encarava antes. — ESTOU COM DOR DE BARRIGA!

Todo mundo se cala e me encara.

— Agora eu entendi. — ela comprime os lábios, tentando esconder o sorriso insistente.

— A senhora e todo mundo, né? — encaro o chão, morrendo de vergonha.

— Vincent está com dor de barriga. — Virgínia aponta.

Homeboy - amigavelmente amigável (livro 1).Onde histórias criam vida. Descubra agora