O lamber do nariz.

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  Eu cresci ouvindo que o caminho mais fácil para se dar bem na vida é sorrir, passar bastante rímel e nunca, eu repito, nunca se mostrar mais inteligente do que o seu namorado/companheiro

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Eu cresci ouvindo que o caminho mais fácil para se dar bem na vida é sorrir, passar bastante rímel e nunca, eu repito, nunca se mostrar mais inteligente do que o seu namorado/companheiro.

Com os meus pais, que estão juntos há mais de 27 anos, tais conselhos deram certo, e todos eles foram ensinados à minha mãe através da minha avó. Alguns dizem que estamos em pleno século XXI, e que muitas coisas mudaram. Será? Será que mudaram mesmo? Se a resposta for sim, então por que raios tenho que ser a garota bonita e burra que os rapazes querem comer e que as garotas odeiam?

Eu sempre invejei Florence Bingley.
Não sei se pela sua forma de ver o mundo, ou se pela forma que o mundo a vê. De qualquer forma, as coisas parecem ser mais simples para ela.

Há muitos anos, logo após ter mudado de casa, conheci uma garota que conversava com duendes, e sua popularidade me deixou irritada. Todos falavam de Florence! De suas roupas divertidas, de seu cabelo perfeitamente ondulado e de sua pele sempre corada. Elogiavam também sua inteligência, e mesmo que eu passasse horas estudando para alcança-la, eu simplesmente não conseguia.

Não me orgulho de dizer isso, mas a forma que encontrei de, supostamente, me mostrar superior, foi infernizando a vida dela. Sempre que tinha a oportunidade, eu fazia Florence chorar, e sim, eu quebrei a porcaria do duende com quem ela costumava dialogar.

O destino tem mesmo um jeito engraçado de nos fazer perceber que fizemos besteira, porque A) não pensei que Vincent e ela seriam tão amigos, já que ele era o garoto quieto e que não gostava de brincar com ninguém, nem mesmo comigo, B) me vi gostando dele no primeiro ano do ensino médio, mas ele sequer me dava bola, pois estava sempre ao lado de Florence ou Noora e C) tenho certeza de que, ainda nos dias de hoje, a imagem que eu criei há anos permanece em sua cabeça.

Eu não sou uma pessoa ruim.

  O clube de lacrosse era um lugar divertido

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O clube de lacrosse era um lugar divertido. Diversos grupos de jovens se encontravam ali durante o final de semana, alguns para jogar, outros para aprontar.

— Hey, aquele ali não é o Vince? — Doug abaixa o óculos de sol, deixando-o preso na pontinha do nariz. — Pensei que o pai dele estivesse aqui também.

Homeboy - amigavelmente amigável (livro 1).Onde histórias criam vida. Descubra agora