Enquanto caminhávamos de volta para o hotel, Noora parecia cada vez mais determinada. Sua mão ainda estava embolada na minha, e, por conta do frio, nenhuma gota de suor se formava entre as palmas.
Acho que todo mundo sente falta de andar de mãos dadas com alguém, mesmo quem nunca passou por essa experiência. Não precisa ter feito para sentir, basta andar na rua, observar os casais e desejar cada vez mais fazer parte de algo assim.
Subimos a escadaria, que assim como algumas esculturas de madeira e metal, dava mais brilho à fachada do local em que estávamos hospedados.
— Uh! — Noora exclama. — Está muito frio hoje. — ela aperta a minha mão entre as suas. — Espero que esteja vazio. — a loira indica o armário.
De repente, sinto minhas pernas perderem a força, e minhas mão se tornam cada vez mais trêmulas.
Isso tem acontecido com bastante frequência.
— O seu rosto está vermelho. — ela aponta. — Está com vergonha?
— N-não. — talvez um pouco. — Estou bem.
O embolar de dedos se desfaz.
Noora caminha até o armário, olhando de um lado para o outro como se fosse uma criminosa prestes a roubar um banco. Ela abre a porta com cautela e faz um sinal com a mão direita.— O que? — sussurro. — Que sinal é esse?
— Está limpo, Vincent! — impaciente, ela me puxa pelo bolso do casaco. — Você não sabe mesmo ser um tira.
— Tiras não fazem sinais assim, Noora Callahan! — rebato.
— Você por acaso é um deles? — me calo. — Imaginei.
— Você também não é.
Quando a porta é fechada, não enxergo nada. Está extremamente escuro aqui dentro, mas Noora parece não se importar.
— Aqui é quentinho. — ela faz um barulho com a garganta, quase como um ronronar.
— Existe a chance de alguém abrir a porta? — ouço um clic.
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Homeboy - amigavelmente amigável (livro 1).
Novela JuvenilNo mundo de Vincent, apenas três coisas realmente importam: Florence, Florence e Florence. Ainda quando é dia e seus olhos permanecem abertos, o garoto sonha com o momento em que a belíssima jovem lhe dará a atenção que tanto deseja. Com o cair da...