As semanas seguintes foram marcadas por tragédia atrás de tragédia, a começar pelo tempo que meu pai tem passado na companhia do pai de Doug. A minha mãe vive me pedindo compressão, mas quando eu peço o mesmo, ela não cumpre com a parte dela do acordo.
Noora alega estar se sentindo melhor, mas sempre que a chamo para algum passeio, ou até mesmo para vir até a minha casa, ela diz que precisa ajudar os pais com o pub. Já até tentei ir lá, mas ela sempre diz que está ocupada atendendo as mesas e que realmente precisa se concentrar.Florence, creio que tentando se livrar de qualquer resquício de culpa, também a visita às vezes.
Não vou mentir. Achei estranho para cacete quando descobri que as duas estavam se falando normalmente, e que apenas eu estava sendo cortado da relação.Decidi que uma ótima forma de aliviar toda esta confusão de sentimentos seria escrevendo, e não parei desde então. Todo dia uma ideia nova surge, me fazendo correr até o meu bloco de notas.
— Não tem aula hoje? — o meu pai passa pelo corredor.
— Não.
— Por onde andam as garotas? Esta casa costumava ficar cheia delas. — ele volta e para na porta do meu quarto. — Confesso que pensei que fosse gay, Vincent. Você está sempre rodeado por elas, mas nunca passa de amizade.
— Sério, pai? Este é o seu jeito de conversar comigo? — bufo. — Ridículo.
— A sua mãe me disse que você sente a minha falta.
— Esta é a parte triste. — mantenho os olhos fixos no lápis e papel. — Mamãe precisou falar para que você notasse.
— Vincent, as coisas estão difíceis. — ele murmura. — Estou fazendo o possível para manter nosso conforto.
— Eu não dou a mínima para o conforto, pai. — arranco a folha de papel que usava como rascunho. — Eu não me importo com dinheiro, muito menos com comprar o tênis mais caro da loja e trocar de celular toda vez que a Apple lança um novo. Aliás, perdi o meu antigo e não pretendo ter outro por agora.
— Dinheiro é algo necessário. — ele rebate.
— O senhor tem razão. — não digo mais nada, e ele sabe que este é o meu jeito de deixar claro que não quero mais conversar.
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Homeboy - amigavelmente amigável (livro 1).
Ficção AdolescenteNo mundo de Vincent, apenas três coisas realmente importam: Florence, Florence e Florence. Ainda quando é dia e seus olhos permanecem abertos, o garoto sonha com o momento em que a belíssima jovem lhe dará a atenção que tanto deseja. Com o cair da...