Capítulo 12

1.5K 118 18
                                    

           De longe eu avistava algo claro, em toda essa escuridão somente uma coisa brilhava. Porém, eu estava tão longe, que só conseguia ver um pouco de o que parecia ser uma luz, a passos lentos e calmos, eu fui em direção a única luz desse corredor. Caminhando sem pressa alguma, por algum motivo eu não consigo sentir nada, nem medo, nem felicidade, muito menos pânico, a única coisa que vem na minha mente é encostar naquela luz, é como se tudo o que tinha que estar dentro de mim, está naquela luminosidade. Quanto mais eu me aproximava, mais claro o meu caminho ia ficando, então pude perceber alguns símbolos nas paredes ao meu lado, tanto do lado direito, quanto do esquerdo. Símbolos que eu jamais havia visto em minha vida, mas a cada passo, uma força aumentava dentro de mim, uma força boa e junto dela, vinham as minhas melhores memórias. Lembrei-me de quando tinha cinco anos, eu e Matt corríamos soltos pela a areia da praia, um jogando água no outro com as pistolas d'água. Aos sete quando ele me ajudou a arrancar um de meus dentes que insistiam em cair, ou quando ele me acalmou por ter ficado irritada com o vento que levará minha pipa embora. Os risos de minha mãe ao nos ver brincando no quintal de casa, as histórias de terror que me faziam ir dormir no quarto dele durante a noite. E um pingo de felicidade cresceu dentro de mim. Mas a imagem de ele sendo morto por um minotauro fez um pingo de ódio crescer logo em seguida. Depois veio o velório, quando eu só conseguia chorar e chorar. Um pingo de tristeza. A imagem de meus amigos rindo do que minha mãe falava no jantar, do Nico sorrindo quando Piper falou besteiras e minha mãe, quando me deu um abraço de urso. Três pingos de amor deu espaço dentro de mim. Diminui os passos e me encarei no enorme espelho que estava no fim do corredor, ao seu lado o raio de meu pai estava pendurado, iluminando tudo. Um vestido branco e longo, com a saia levemente rodada e solta de tecido fino, o busto com um pequeno V que realçava os meus seios, estava posto em meu corpo. Meu cabelo loiro, preso para o lado, na altura de minha cintura, com algumas presilhas o enfeitando. E os meus olhos, azuis, da cor do céu. Dei um passo a frente e estendi o meu braço para o lado, retirando o raio que antes estava preso na parede, agora posto ao meu lado como se fosse um cajado. Uma pequena energia percorreu todo o meu corpo, e foi ai que a mudança começou a acontecer, meu cabelo que antes era loiro, agora é branco, meus olhos antes azuis, agora são prateados como um relâmpago. Senti minha força crescer três vezes mais, me sentia livre como um pássaro finalmente liberto de uma gaiola. Bati com o raio no chão e uma imagem apareceu no espelho. Duas de mim, as duas lutando bravamente com espadas e escudo nas mãos, é como se fosse o bem e o mal lutando um contra o outro. Eu podia sentir o mal vencendo a cada golpe que ele dava, o desespero começou a tomar conta, o mal jamais poderia vencer. Levei um pequeno susto ao ver a imagem de Nico atrás de mim, vi o seu reflexo no espelho, ele estendeu sua mão e a repousou em meu ombro. Em seguida, mamãe apareceu ao seu lado, fazendo mesmo gesto, um por um das pessoas que eu amo apareceram, uma encostando a mão no ombro da outra. E foi ai que o bem começou a ganhar. 

- Nós não vencemos uma batalha lutando sozinhos. - uma voz sussurrou ao meu ouvido. Procurei, mas não encontrei a dona dessa voz. 

               Tudo mudou rapidamente quando senti o baque do meu corpo contra o chão. Abri os olhos de uma forma bem assustada e antes de pensar ou ver qualquer coisa, peguei minha espada e apontei para a suposta ameaça a minha frente. Quase arranquei a cabeça da minha melhor amiga. 

- Ficou maluca! - gritei, fazendo minha espada voltar a ser um pingente.

- Você não queria acordar, tive que te jogar da cama né. - disse fazendo um gesto com a mão.

- Meu santo Zeus. - murmurei ainda assustada. - Espero que tenha um bom motivo.

- Nico tem um lugar em mente. - bastou isso e eu despertei por completo. 

         Alex me esperou escovar os dentes e depois descemos para a sala de estar. Reparei que Piper ajudava minha mãe com o café da manhã, Percy assistia futebol com o meu padastro e Nico estava sentado na mesa, ainda observando o mapa. 

Nada é por acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora