Pelo que o pessoal disse, eu dormi igual a bela adormecida, pois só acordei dois dias depois, e não importavam o que os manés faziam, eu não acordava, havia se tornado uma missão impossível e quando eu acordei, quase fui morta por uma filha de Ares revoltada.
- Você dorme por dois dias inteiros! Faz os meninos te carregarem até um hotel e acorda não como se nada tivesse acontecido! Achei que você tinha entrado em hibernação! - gritou, só piorando minha dor de cabeça.
- Quer por favor falar baixo. - sussurrei. Nunca senti uma dor tão insuportável, parece que tem algo queimando meu cérebro. Pus as mãos na cabeça e murmurei com a dor.
- Está tudo bem? - perguntou Piper, se ajoelhando ao meu lado.
- Minha cabeça... Acho que vou morrer. - de repente todos olharam para o Nico, que estava encostado no batente da porta, ele apenas negou com a cabeça. - Não vai não.
- O que aconteceu? Sinto como se um trator tivesse passado por cima de mim.
- Digamos que você deu uma de mulher maravilha e se não fosse por Percy, que segurou as ondas do mar, nós estaríamos mortos.
Olhei para Alexia, mas ao invés de ver uma garota alta e musculosa, de cabelo preto e olhos quase que vermelhos, vi uma garota frágil, com um rosto angelica, cabelo loiro e olhos azuis. A eu do bem... Pisquei diversas vezes e minha amiga voltou ao normal.
- Cadê a Hedwig? - perguntei, me sentando rápido demais e quase caindo para trás, se não fosse pelo Percy.
- Você está preocupada com sua coruja?! - gritou Alexia. Eu a encarei irritada por fazer minha cabeça explodir. - Ali. - apontou a garota.
Segui com o olhar e encontrei meu animal de estimação em sua jaula. "Quando você se encontrar de verdade, as coisas vão melhorar, basta escolher para que lado você quer ir". Ela me fitava nos olhos e o jeito tão calmo de me dizer isso me irritou.
- Não quero ir para lado nenhum! - gritei, me levantando em um pulo. Todos no quarto se assustaram com o meu pequeno "ataque".
- Acho que ela pirou... - sussurrou Alexia para Piper, que a olhou feio.
- Qual é o problema, Ari? - perguntou Percy. Levei minhas mãos ao meu rosto e voltei a sentar na cama. Atena só pode estar de brincadeira comigo. Quando a retirei, vi meus dois eu, paradas ao lado de Nico, ele estava no centro das duas, uma possuía um sorriso maligno e a outra uma feição angelical. - O seus olhos... Você tem que relaxar, Arielle. - murmurou Percy.
- Eu quero um espelho. - foi a única coisa que saiu da minha boca. Piper retirou um espelho de sua mochila e me entregou. Olhei meu pequeno reflexo no espelho, meus olhos estavam de cores diferentes, um azul e o outro prateado. - Bem e mal... - murmurei. Estou tentando me dizer que posso me tornar uma heroína ou uma vilã nessa história toda? - Acho que vou ficar louca com toda essa história.
- Ah você tá achando isso só agora? - zombou Alex.
- Da para deixar ela em paz? - murmurou Nico, que já estava perto de Alexia, que deu um pulo para lado.
- Você deveria parar de aparecer assim do nada.
- Não tenho culpa da sua falta de atenção. - Alex mostrou a língua para ele.
Talvez no fundo eu saiba onde o raio está, só preciso de mais tempo para pensar, sinto que estou quase encontrando-o. Senti a cama afundar ao meu lado direito, e estremeci quando senti uma pele fria encostar no meu braço. Olhei para Nico, que me olhava atentamente, esses segundos foram o suficiente para os outros três se mandarem do quarto.
- Você pode conversar comigo, se quiser. Talvez eu possa ajudar. - ele falou, baixo e calmo, uma tranquilidade que me acalmou.
- Não sei... Sinto que está tudo tão confuso. - suspirei pesadamente. - Ainda mais com essa coruja falando na minha cabeça o tempo todo.
Eu só tento ajudar
Mas piora!
- E o que ela te fala? - o garoto realmente parecia curioso.
- Meu pai me colocou em uma missão suicida, na qual eu estou totalmente estranha, com um poder além da minha compreensão, e eu sinto que tenho duas personalidades, e que elas estão lutando uma contra a outra o tempo todo. O bem e o mal, e as vezes sinto que o mal está ganhando e tenho mais medo porque as vezes eu gosto de sentir o mal me dominar. - ignorei sua pergunta e desabafei tudo de uma vez, olhando o chão de madeira do lugar. - Atena diz que eu tenho que achar o raio-mestre e me achar, só assim posso ganhar a batalha, mas também deixou claro que posso ganhar essa guerra para o time oposto. - levei o meu olhar até ele. Nico se levantou e deu um sorriso, um pequeno sorriso.
- Vem, quero lhe mostrar algo importante para mim e que talvez possa te ajudar. - o garoto estendeu seu braço magrelo e pálido, peguei em sua mão e ele me levou até o interruptor, apagou a luz e tudo ficou uma escuridão. - Vamos fazer uma curta viagem nas sobras ta? - demorei para assenti, mas concordei. - Feche os olhos.
Nico ordenou, para depois rodear seus braços em minha cintura, me trazendo mais para perto de seu corpo, até minha cabeça encostar em seu peito. Senti tudo ao meu redor rodar, o meu pé ficou sem chão e dessa vez eu lutei para não abrir os olhos, o que bem difícil e eu não sei o porque, de repente esse "passeio" pelas sobras não me pareceu tão ruim, principalmente quando a respiração do garoto que eu gosto está no meu cabelo, e meu rosto encostado em seu peito. Meus pés tocaram o chão e eu abri os olhos. Olhei ao redor e percebi que estamos em um lugar maravilhoso, em uma rocha de frente para o oceano, com a lua e as estrelas nos banhando com seus brilhos. Nico sentou-se, me levando junto, acabei sentando bem ao seu lado.
- Minha mãe tinha o costume de me falar que a lua e as estrelas sempre me ajudariam em meus momentos de irá. - ele levou seus lindos olhos roxos brilhantes para a lua. - Mas uma vez eu perguntei o que eu faria se minha irá viesse de dia, ela apenas me olhou nos olhos e disse: Ache uma ancora, Nico. Ela te manterá a salvo até de si mesmo, pense no que mais importa em sua vida e você achara a saída da escuridão. - dessa vez que suspirou pesadamente foi ele. - Você devia fazer o mesmo. Mas agora, só observe a lua e as estrelas. - então o garoto se deitou e eu o acompanhei, deitando ao seu lado. - Minha ancora costuma ser Bianca, minha irmã. Mas ela morreu e eu perdi minha única coisa que me mantinha preso a terra... Mas temo que de certa forma, eu tenha encontrado essa ancora novamente. - demorei um tempo a perceber que ele poderia estar falando de mim, mas essa ideia parecia ridícula na minha cabeça. Demoramos um tempo observando as estrelas e apreciando o som das ondas baterem nas rochas mais abaixo. Minutos se passaram, talvez horas, eu não tenho noção do tempo quando estou perto dele e nunca estive tão perto dele quanto estou agora. E de repente ele se sentou, não de uma forma rápida ou desesperada, mas sim calma. Fiquei um tempo observando ele, até o mesmo me olhar, então me sentei também. - Sabe, faz tempo que eu queria experimentar uma coisa. - sussurrou, não tão baixo. - Se você permitir, eu posso tentar.
- O que? - tentei, mas um lindo sorriso escapou de seus lábios finos.
Estremeci ao perceber que ele se aproximou, seus olhos estavam fixos nos meus, e sua boca entre aberta está cada vez mais próxima da minha. Fechei os olhos ao sentir seu nariz tocar o meu e sua mão encostar levemente em minha bochecha, seu dedo fez um leve carinho ali, é como se ele estivesse com medo de me machucar. Seu nariz encostou mais no meu e eu consegui sentir o seu hálito, que chara a hortelã e um cheiro que não reconheci, mas não é nenhum pouco ruim. E finalmente Nico encostou sua boca na minha, um longo e calmo selinho, só um encostar de boca, é como se ele estivesse testando, e então ele aprofundou. Sua outra mão foi rumo a minha cintura e a que estava na bochecha acariciava o local. Levei minhas mãos de encontrou ao seu cabelo, tão macio como pluma, acariciei o lugar e quando ele aprofundou mais ainda o beijo, dei leves puxões de cabelo. Sua língua está em uma luta de território contra a minha e sua mão apertava minha cintura, o que me empolgava ainda mais. E por causa da falta de ar, tivemos que parar o tão esperado beijo, pelo menos da minha parte foi esperado... Nico encostou sua testa na minha e manteve os olhos fechados, mas eu vi um suposto sorriso se formar em seu rosto.
- É, eu definitivamente encontrei uma ancora. - sussurrou e um lindo sorriso iluminou o meu rosto... Eu também.
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Nada é por acaso
FanficArielle Mitchell, a definição de uma garota que toma decisões por si própria, e que na maioria das vezes não funcionam. Descobre que é filha de Zeus aos treze anos de idade e é mandada para um acampamento para semideuses ao norte de Los Angeles, na...