Capítulo 19

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       Meus amigos me olharam de olhos arregalados, até Nico expressou surpresa depois dessa. Faz todo sentido, Atena disse que eu precisava tomar cuidado quando descobrisse do meu poder, pois ele é grande e poderia me afetar. Os sonhos estranhos e as forças que me pegavam do nada. Agora tudo faz sentido... Aquilo que Zeus fez comigo não foi um castigo, ele apenas depositou o raio em mim, fez com que eu virasse o raio, por isso deposita toda a sua fé em mim. 

- O que?! - exclamou Percy e Alex juntos, enquanto os outros dois só me observavam com cara de tacho. 

- O raio que me atingiu no acampamento... Foi ele me entregando o raio de forma interna. - expliquei metade do que eu tinha pensado, mas tenho certeza que sou eu o raio. - Eu vou matar aquelas desgraçadas. - rosnei. - Prometi a minha mãe que tiraria vocês daqui, e eu vou fazer isso. Nem que tenha que morrer para isso. - falei confiante. 

- Sem mortes. - encarei Nico, que me olhava seriamente. 

- Primeiramente, precisamos sair daqui. - avisou Piper.

         Fechei os olhos com força, como diabos vou tira-los daqui. 

- Eu só preciso fazer o meu corpo aceitar que é o raio. - murmurei para mim mesmo. 

            Sentei-me no chão e cruzei as pernas em forma de borboletas, mamãe sempre dizia que uma boa meditação desperta os espíritos interiores. Só preciso me desligar do mundo e quando eu fizer isso, preciso pensar na minha ancora, nos meus amigos e no meu pai. Minutos se passaram e todos estavam quietos, esperando que o meu plano dê certo. Mais minutos e eu consegui me desligar, minha mente estava em branco, não conseguia pensar em nada exatamente, e foi nesse momento que eu visualizei a eletricidade percorrer minhas veias, cada parte do meu corpo, cada partícula e célula estavam virando pura eletricidade, finalmente senti o raio-mestre em mim, sinto que meu poder aumentou mais uns duzentos porcento. E quando eu abri os olhos, sabiam que estavam da cor de um raio, pois vi meu reflexo no vidro da cela, até a minha pele está mais pálida que o normal. Mas as cosias começaram a mudar quando eu comecei a pensar em coisas ruins, como matar todos que estão aqui, esse poder é imenso e estou com medo de não conseguir controla-lo. Pisquei várias vezes... Pense nas ancoras, Nico, Alexia, Piper, Percy, Jason... Todos os meus amigos vieram na minha cabeça e por fim a imagem de minha mãe, me fazendo prometer que tiraria todos dessa. Passei os olhos em todos nessa sala, em Alexia, que me observava com uma expressão de medo, Percy que parecia horrorizado, Piper que me mandou um sorriso acolhedor... E Nico, que me observava com atenção, seus olhos negros não mostravam emoção alguma, ele apenas me olhava, com calma e cautela. Respirei fundo e me levantei com calma. Concentrei o meu poder nos braços e sem demorar muito, raios saíram de mim e bateram contra a caixa de vidro na qual estou, aumentei a força e mais raios saíram de meu corpo, até a caixa se explodir e vários pedaços de vidros. Caminhei calmamente até o centro da sala, sabendo que meus amigos estão se perguntando se sou do bem ou não, mas a questão é que eu sei que sou do bem. Andei até a cela de Alex, que se afastou por puto instinto, repousei a palma de minha mão no vidro e fiz quase a mesma coisa que fiz comigo, o vidro não suportou e se partiu. 

- Não vai me matar né? - murmurou a garota e eu sorri. 

- Não hoje. 

- Graças aos Deuses, achei que você tivesse mudado de lado. 

            Fiz a mesma coisa com os outros e recebi um abraço de Piper, um abraço caloroso. Todos pegaram suas armas e eu fiquei com minha espada, me perguntado se ela seria muito útil em uma batalha contra as Deusas. Passamos pela passagem secreta e caminhamos, ao que parece eu sinto a presença de meu pai e creio eu que é por causa do raio, parece que estamos ligados. Comecei a correr quando escutei o grito dele, mesmo nessa situação, é bem raro Zeus mostrar que está sofrendo, um grito desses deve significar muito. Explodi a porta do lugar onde eles estavam com um só golpe e todos dentro da sala nos olharam surpresos.

- Como? - a Éris me olhou chocada. 

- Sabe, pai? - olhei para ele, que estava com uma espada fincada em seu peitoral. - Descobri onde o raio está. - falei isso e um sorriso maligno surgiu em seus lábios. 

- Já não era hora. - murmurou com a voz rouca. 

- Onde está então, criança idiota? - rosnou Nêmesis.

- Isso não é da sua conta. - segurei sua corrente a centímetros de meu rosto e a puxei com força. - Não estou com paciência para você. - murmurei e peguei minha espada. - Acho que nossa luta será justa agora. 

- Como ousa sua... 

- Olha o palavreado. - zombei sorrindo. - Vocês me fizeram fazer algo horrível e vou fazer vocês pagarem por isso. 

- E como uma semideusa idiota fará isso, em? - olhei para a outra Deusa, que nos assistia. 

- Sabe porque você não vai ganhar? - perguntei sorrindo. - Porque eu sou o raio. - sorri mais ainda com o espanto em seu rosto. 

- Você não fez isso? - indagou para o meu pai. 

- Parece que eu fiz. - ele deu de ombros, para o desespero de Éris. 

         Em segundos eu peguei Nêmesis pelo o pescoço e a joguei contra a parede, ela foi pega de surpresa, mas durante sua queda, conseguiu prender sua corrente em meu tornozelo, o que acabou me levando para o chão junto com ela. Me levantei mais rápido e esperei ela me golpear com sua corrente, então mais uma vez a segurei, só que fiz a eletricidade percorrer o meu corpo, o que acabou indo parar na corrente, a segurei por mais e mais tempo, até ver seus olhos em fúrias, ela gritou de dor. Desviei de uma bola de fogo de Éris e joguei outra em pura eletricidade. Meus amigos foram lutar contra a Deusa da vingança, enquanto eu ficava com a Deusa do caos. Voei o mais rápido que pude e a chutei bem no estomago, a fazendo voar longe com o impulso. Para a minha surpresa, um chicote surgiu do nada em sua mão, ela o bateu no chão e uma aura escura o atingiu por inteiro.

- Você não pode contra um Deus! - esbravejou irritada. 

         Desviei do chicote e joguei mais bolas de energia nela, que desviu de duas, mas a outra acertou em cheio, fazendo-a xingar em grego. Ergui o meu braço a chamado de relâmpagos, que foi puro sucesso, pois uma parte do teto se rachou e eu senti a energia me acertar em cheio, apontei para ela, que se jogou no chão, mas meu alvo não é Éris e sim o meu pai, que consequentemente estava atrás dela. A deusa gritou quando percebeu o que eu queria fazer. 

- Eu não posso, mas ele pode. - o raio o atingiu bem no meio de seu peito. 

       Um sorriso medonho surgiu em seus lábios e então o Deus ergueu a cabeça, recebendo a carga com um sorriso ainda maior. Depois de segundo, Zeus se soltou das correntes e ficou de pé sem problema algum, a deusa do caos se arrastou para longe de meu pai. Mas eu voei até ela e a segurei pelo pescoço. 

- Vou fazer você pagar... - rosnei.

           A joguei nos pés de meu pai, que a pegou pelo pescoço e olhou em seus olhos, mais raios começaram a surgir no céu, fazendo assim um tempestade bem forte começar a cair. Ela a jogou contra a parede e um sorriso involuntário surgiu em meus lábios.       

Nada é por acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora