Capítulo 7

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          E lá estava eu, mais uma vez ouvindo minha amiga Alex me contar sobre o seu futuro ficante, um filho de Apolo, o que eu realmente achei interessante, pois não faz nem de longe o tipo dela. Faz quase vinte e nove minutos que estamos sentadas em um dos bancos perto da plantação de morango, a garota falava com tanta animação, que eu até participei realmente da história. Fico feliz por ela encontrar alguém que é o contrario dela. Mas tivemos que parar o papo assim que a concha tocou e fomos para o refeitório, me despedi dela lá e fui me sentar ao lado do meu irmão, que parecia bem distante.

- Jai? - o chamei, mas não surgiu efeito, o loiro continuou com a atenção em outro lugar. - Jason? - e foi agora que ele se despertou.

- Hum? - murmurou, ainda disperso. 

- Qual o problema? 

- Não sei... Só estou com uma sensação ruim. - ele voltou a fitar o seu prato. 

        Dei de ombros e voltei a comer. Sei que quando ele quiser, vai me dizer qual é o problema. Levei um susto com um barulho que veio do lado de trás, virei-me rapidamente, a tempo de ver meu irmão correndo para o lado da namorada, que havia caído com o susto de uma figura na fogueira. Uma mulher tão linda quanto uma rosa apareceu diante de todos. Ela sacudiu seu vestido longo e braco, que quase pegaram fogo, já que a mulher saiu das chamas. Então ela olhou para todos que a observavam, parecia não ligar para a atenção.

- Senhora Afrodite, a que devemos essa tão inesperada aparição? - disse Quíron, que fez uma reverencia, depois disso, todos nós repetimos o ato. 

- Olá Quíron! - a Deusa do amor sorriu e eu quase fiquei sega com o reflexo do sol que bateu em seus dentes brancos. - Vim apenas conversar, a sós, senão se importar.

- Mas é claro que não. 

- Era só o que me faltava... - murmurou o Sr.D quando passou por mim. - Não posso nem mais comer em paz.

- É um prazer em revê-lo também, irmão. 

        E como se nada tivesse acontecido, os três saíram, nos deixando com a maior cara de tacho. Os campistas começaram a falar sobre o que uma Deusa estava fazendo aqui, e o resto do almoço foi assim, fofoca para cá, fofoca para lá, até Hazel e Nico discutiam sobre isso, já o meu irmão, está mais calado do que antes, é como se seus pensamentos estivessem a milhão por hora. Suspirei alto e deixei o lugar, quanta coisa chata, não gosto de não saber do que está acontecendo, e agora que meu irmão falou isso, comecei a ligar os pontos. Meu pai não deu mais sinal de vida desde o suposto castigo que me deu, o que foi bem estranho, mas aliviante, quem sabe da próxima vez o velho não tenta me matar. Adentrei o chalé de Zeus e me joguei na cama, fiquei um bom tempo observando a enorme estatua de meu pai, sentei-me de pernas cruzadas e fiquei fitando os olhos de mármore, que pareciam me fitar. 

"Sei que faz muito tempo que não rezo para o senhor, meu pai. Mas estou em duvida e não o culpo mais pelo acontecimento do raio, apesar de eu sentir que algo dentro de mim mudou. Estou confusa e preciso de seus sábios conselhos, não peço isso para somente um Deus e sim para o meu pai. O que está acontecendo, o que diabos uma Deusa está fazendo aqui, o que os meus sonhos significam? E acima de tudo, o que estou fazendo nesse acampamento? Eu sei que nada acontece por acaso, então o que estou fazendo aqui, qual é a minha missão nesse lugar, o que você quer comigo? Sinto muito por ser uma filha um tanto que duvidosa sobre os seus poderes, mas faz parte, pelo menos eu não virei caçadora igual a Thalia... Eu só não sei o que fazer em relação a tudo isso e algo me diz que o senhor não me ajudará a descobrir, não é mesmo?" 

      Mesmo sabendo que estava sozinha, não deixei as lágrimas que insistiam em se livrar de mim cair, não vou me permitir a chorar por isso, sou muito mais forte que isso. Respirei fundo e soltei um sorriso para o além, e sem mais delongas pulei da cama, mas no mesmo momento a porta do chalé é brutalmente aberta e com o susto, acabo tropeçando no pé da cama.

- Tá doido?! Não sabe bater não? Meus Deuses... - pus a mão no peito esquerdo, e respirei fundo umas duas vezes. 

- Foi mal, mas Quíron quer nos ver. - quase joguei meu travesseiro no Percy, só por ele estar segurando a risada.

- Idiota.

       Passei por ele e não o esperei... Mereço, quase morro por causa de um susto, eu em. O garoto correu para me alcançar e pediu desculpas para mim, o ignorei por completo, o que só o fez rir mais ainda, mas o meu olhar o parou na hora, o que não adiantou muito, pois segundos depois ele riu pelo nariz. Bufei irritada e adentrei a casa grande, assustei-me ao ver mais três pessoas na sala de estar. Alexia, Piper e Nico. Os três nos olharam com a mesma expressão que a minha, de: "o que em nome de Zeus estou fazendo aqui?". 

- Sentem-se. - encarei por alguns segundos a voz feminina e musical que veio logo afrente. Afrodite estava lá também. 

      Sentei-me entre Alex e Piper, Percy se sentou ao lado de Nico. 

- Que bom que já estão todos aqui. - observei Quíron, que estava em sua cadeira de rodas. - Os chamei aqui por um motivo só. Vocês serão mandados em uma missão por ordem da Deusa Afrodite.

- Bom, estamos tendo alguns problemas no olimpo... Como sempre. - disse a Deusa, porém o sorriso perfeito não a deixou por nenhum momento. - Digamos que alguns Deuses estão incapacitados de cumprirem com os seus deveres, e algumas coisinhas bem úteis estão sendo roubadas. A missão é simples, vocês serão mandados atrás do elmo e do garfo de Hades. 

- Eu sabia que tinha algo de errado. - murmurou Nico. - Deixe eu adivinhar, vocês não fazem ideia de quem os roubou? - a Deusa o encarou e suspirou logo em seguida. 

- Infelizmente não, e esse é o trabalho de vocês a partir de agora. 

- Algo mais foi roubado? - perguntou Percy. - Algo como o tridente de meu pai.

- Sim, mandaremos outra equipe atrás dele... As coisas voltaram a se complicar, alguns deuses esconderam seus objetos sagrados, não sabemos o que está acontecendo. 

- E o raio de Zeus? - perguntei, atraindo toda a atenção.

- Está muito bem escondido. - ela me mandou um sorriso ainda maior e eu assenti. Menos mal. 

- Vão nos mandar sem nenhuma pista? - perguntou Piper.

- Não exatamente... - A Deusa me entregou uma folha em branco. - Essa folha lhe mostra o mapa até as armas, só precisam saber usa-lo.

- Que maravilha... Muito explicativo da sua parte. - murmurou Alexia. 

        A mulher se aproximou de mim e me entregou um medalhão. 

- Na hora certa, saberá como usa-lo, seja inteligente ao usar esse objeto. 

- O que é isso? - fui ignorada com sucesso.

- Boa sorte. Já fiz o que devia fazer aqui, adeus. 

          E "puf" sumiu como mágica. 

- Vocês partirão amanhã ao amanhecer. - avisou o centauro.   

Nada é por acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora