Capítulo 16

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         A dor diminuiu um pouco, mas não sessou por completo, nenhuma imagem de Zeus apareceu em minha mente e o Percy está acelerando o máximo que o carro consegue. Hora ou outra a dor aumentava, mas nada que eu não possa suportar. Irritei-me no momento em que o carro freio brutalmente, quase me fazendo bater com a cabeça no banco da frente. Eu ia brigar com o motorista, quando o vidro do carro é arrancado e rapidamente eu me joguei para fora do mesmo, com as meninas logo atrás. Duas Górgonas apareceram na minha frente, era só o que me faltava... Mais um raio cortou o céu e eu cambaleei para trás. 

- Parece que a filhinha do papai não está bem. - zombou uma delas.

- Eu acho melhor vocês saírem do meu caminho, ou a coisa vai ficar feia. - rosnei, de uma forma na qual eu jamais fiz.

- Mas ai perderemos a graça toda. - a outra disse de modo sarcástico. Ótimo, são quatro delas. 

        Retirei meu colar e minha espada apareceu. Balancei a minha cabeça, que ainda estava um pouco tonta. Respirei fundo... Não vou fugir de uma luta, mas nem morta. Rodei a arma na mão e ataquei a primeira, ignorando a pergunta de se estou bem para isso. Ela se defendeu com seu arco e tentou me acertar com uma flecha, uma tentativa falha. Afastei com a imagem de meu pai, que parecia ser torturado por algo invisível, foi eu deixar essa brecha que ela acertou uma flecha em meu braço, o que me fez gritar de dor. Eu não sei se sentia mais dor por causa da flecha no meu braço ou se é por causa do meu pai. Estamos apenas uma hora de distância do nosso destino. Piper e Nico apareceram, o garoto me arrastou para longe enquanto a garota lutava contra o meu inimigo.

- Chega... Você está incapacitada para lutar. - Nico sussurrou em meu ouvido, ele me segurava com força, enquanto eu tentava me soltar. 

- Precisamos achar o meu pai. - falei irritada.

- E vamos, mas você precisa se acalmar. - seus olhos grudaram nos meus e eu relaxei um pouco, até uma dor na minha cabeça me atingir por completo.

         Gritei, um grito que assustou até os nossos inimigos, me soltei de Nico e me ajoelhei no chão. "se liberte e venha até mim", essa voz não é a da Hedwig. "Mostre o seu poder a todos, mate essas Górgonas idiotas". Balancei a cabeça, tentando me livrar disso, eu achei que já tinha resolvido o problema da dupla personalidade. Pensei em Nico como ancora e estava funcionando, eu estava me acalmando, mas a criatura idiota o acertou pelas costas e eu me irritei ainda mais. Fechei os olhos e comecei a sentir aquele poder, o poder que sasseia a minha fome, na qual me faz me sentir livre. Peguei minha espada e bloqueei um golpe, para depois acertar um bem no meio do peito de uma das criaturas.

- Vocês vão pagar... - sussurrei ameaçadoramente. 

           Sem pensar duas vezes, deixei o poder me consumir, e então senti o meu corpo flutuar para longe do asfalto. Sinto a presença dos raios e dos trovões, são como se fizessem parte de mim. Ergui os braços e vários deles caíram sobre os monstros, mas eu deixei somente uma viva, para em seguida ergue-la pela garganta. 

- Que lhe mandou aqui? - perguntei perto de seu rosto, ela sorriu, mesmo eu vendo o medo em seus olhos. - Quem?! 

- Você saberá em breve. - eu puxei tanta eletricidade na minha mão, que fiz sua cabeça explodir. 

         Pousei no chão e observei todos ao meu redor, parecem quatro idiotas que não sabem fazer nada. 

- Não encosta em mim, senão você será a próxima. - avisei para a garota que tentou se aproximar. 

- Lembre-se da ancora... Não deixe a escuridão domina-la. - aquela maldita voz falou. Senti todo o meu corpo corresponder a essa voz que vinha atrás de mim. - Ontem eu te chamei de anjo por um só motivo e eu prometo contar, se você se virar para mim agora. - ele segurou meu ombro e fez um leve carinho ali. - Vire-se. - agora sussurrou em meu ouvido, acabei cedendo e minha visão ficou meio turva, fechei os olhos com força. - Olhe nos meus olhos, anjo. - relutei a deixa-los fechados, mas não funcionou, e lá estava os olhos na qual eu sou totalmente apaixonada. Ele suspirou quando viu que meus olhos estavam ao normal, e em um ato nada esperado me abraçou.

- Sinto em interromper, mas temos que ir. - Percy interrompeu e mais uma vez as duas mandaram olhares mortais. 

- Vamos, e eu dirijo.

- Tá doida, do jeito que você está, nem pagando que eu deixo você pegar o volante. - Alex praticamente me jogou no banco traseiro. 

         E mais uma vez Percy pisou fundo no acelerador. Fechei os olhos com força e do nada apaguei. 

        E quando os reabri, não estava mais no carro, encostada em Nico e sim em um lugar escuro e medonho. Estava presa com correntes que não me permitem usar o meu poder, e eu não tinha o controle do meu próprio corpo. Foi então que eu percebi que esse corpo não era o meu.

- Achou mesmo que iria liderar para sempre? - perguntou uma bela mulher, com um vestido vermelho e o cabelo castanho avermelhado. 

- E você acha que é capaz de assumir o meu lugar? - debochou meu pai, levando mais um soco em resposta.

- Você não quer apostar para ver... Só falta eu achar o seu maldito raio, e então eu vencerei.

        Zeus riu com a voz carregada de sarcasmo.

- Não me faça rir, Éris. Você não sabe tomar conta nem do próprio nariz, quem dirá um Olimpo. - e dessa vez o acertaram com um cajado. - Pode me bater a vontade, mas você sabe que eu falo a verdade. - e mais uma vez ele riu. E então seu olhar ficou sério e ele encarou a tal Éris. - Minha filha vai acabar com você.

- Está depositando toda a sua fé naquela criança idiota?! - perguntou a mulher, que riu alto.

- Você não conhece os meus filhos, então sugiro não falar deles assim. - murmurou o Deus. - Vou olhar bem no fundo de seus olhos quando ela te derrotar e então vou rir.       

Nada é por acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora