Nossa última música

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*Ouçam com a música, para quem está no nosso grupo do whatsapp, eu mandei lá essa tarde*

Lena P.O.V

Era final de junho,e estava a caminho do Brasil. Essa foi a pior noite da minha vida.
Era por volta das onze da quando recebi a ligação que queria nunca ter recebido.
Estava arrumando meus cabelos quando o telefone tocou, estranhei, pois minha mãe nunca me ligaria aquela hora.
Atendi, e foi ali que meu mundo caiu.

Alex me emprestou aquele jatinho que nos trouxe de volta para National City quando Kara estava sobre efeito da kryptonita vermelha.
Após descobrir que ela era a Supergirl, descobri muitas coisas e também sempre que podia, ajudava o DEO.

Não consegui descansar durante o vôo, também não consegui chorar, acredito que ainda estava em choque.
Kara tinha se oferecido para vir comigo, porém os aliens da cidade resolveram fazer um caos essa noite, então vim sozinha.
Regina estava me esperando no aeroporto, pois a algumas semanas ela tinha vindo para casa da minha mãe aprender sobre as "magias" que a idosa fazia.

Desci do avião e a encontrei sentada com a cabeça entre as mãos.
Fui até ela e coloquei a mão em suas costas, seus olhos estavam vermelhos denunciando que estava chorando a horas.

-Lena...-Ela me abraçou e em meu ombro chorou feito criança.

-Está tudo bem, ok? Nós precisamos ir agora. Minha mãe está nos esperando para terminarmos de resolver as coisas. Você veio de carro?-Ela afirmou com a cabeça.-Você não está em condições de dirigir, então eu vou levar o carro.

Saímos, peguei o veículo e fomos em direção a minha casa.
Minha mãe havia ido para o hospital assinar as últimas coisas antes da liberação.
Zelena, Ruby e Cora estavam lá. As comprimentei, deixei Regina com elas, ela estava devastada, e fui até a funerária para arrumar a papelada e algumas coisas sobre o funeral.

Essa noite não te vi, mas sabia que estava comigo a todo momento. Desde o momento em que acordei e tomei meu café com leite, que você me ensinou a beber, até o momento em que me recostei no sofá e seu cheiro invadiu minhas narinas. Eu queria estar com você, mas como sempre, coloquei meu trabalho na frente da minha família.

Queria poder ter dito o quanto te amava, antes de você partir. Queria poder ter te abraçando uma última vez. Queria ter cheirado sua cabeça que cheirava a sabão, não importava em qual momento, estava sempre cheirosa. Queria poder sentir seu abraço novamente. Queria poder ouvir você cantar aquela minha canção favorita, sabe, aquela que cantávamos juntos?
Queria poder arrumar os botões da sua camisa de novo. Queria ter a oportunidade de dizer perdão por ter sido tão ausente.
Apesar de toda a dor que estava sentindo, não havia conseguido chorar.

Cheguei na agência funerária, acertei algumas coisas e já deixei tudo pago. O corpo dele chegaria aqui as 7 da manhã, e seria enterrado as 11.
Assinei alguns papéis e voltei para casa. Cora e Zelena estavam fazendo café, chá e separando água. Era um costume aqui em São Paulo. Eu fui ao quarto de meus pais e separei sua roupa.
Escolhi sua camisa favorita e sua calça mais confortável, para os pés somente meias. O moço que pegaria o corpo no hospital e levaria até o cemitério pegou as roupas e foi fazer seu serviço.

Minha mãe não demorou muito a chegar, seus olhos verdes estavam tão vermelhos quanto os de Regina que acabou tendo que tomar um chá calmante que minha mãe me ensinou a uns anos atrás. Ela dormia agora.

A idosa me abraçou, mas não chorou.
-Vai ficar tudo bem, né?-Perguntei insegura.

-Vai sim pequena. A missão dele aqui na terra foi completada e ele teve que voltar para casa. Ele está em um lugar bom.-Ficamos abraçada.

Thinking 'bout youOnde histórias criam vida. Descubra agora