Capítulo 7

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Espero NamJoon vir reclamar, insultar ou agredir por causa das coisas que falei, mas, como não acontece nos primeiros segundos, volto para meu quarto e tranco novamente.

Ele estava tão irritado antes. Tão assustador. O que aquele JiMin pode ter feito para acalmá-lo? Talvez ele tenha bebido mais sangue, talvez me assustar tenha perdido a graça. Isso seria bom.

Suspiro tentando voltar a dormir, mas, infelizmente, o que ela disse fica na minha mente, passo um bom tempo lendo e relendo a conversa:

"Eles não são assim, tenha certeza disso"

Se eu não fosse uma tremenda idiota, só deixaria isso pra lá. Depois de todas as coisas que ele fez, era para rapidamente descartar essa possibilidade. Mas eu ainda não o entendo, não sei porque ele age dessa forma, porque às vezes parece que me mataria por diversão e outras que... se preocupa? Ou talvez seja apenas para me enganar?

E agora tem essa maldição. A maldição não seria a mordida? Garantindo uma imortalidade em troca de tornar-se um assassino? Mas será que era disso que ela falava?

- Está trancada de novo, senhorita? - pergunta minha empregada particular, tirando-me dos meus pensamentos e vejo que já passam os primeiros raios de sol pelas cortinas.

Porém sei que pode muito bem estar apenas mantendo o vampiro informado.

- Eu sei que não o impede, mas pelo menos assim evito vê-lo - digo sem saber se ele ouve ou não. - Quer dizer, até ele resolver arrombar a porta para me falar besteira - falo sarcástica.

- Mas assim fica sem comer - ela fala preocupada.

Talvez eu tenha julgado-a mal, mas qual o problema deles com comer, tem muita gente que faz jejum.

- Não faz mal - me jogo na cama.

Após algum tempo, a ferida começa a incomodar. Perdi o estúpido lenço, que ele me deu, no momento em que a garota o tirou. E admito que adorei perdê-lo.

Levanto e vou até o espelho. O pescoço ainda está roxo já que ele o machucou novamente hoje, mas a ferida está bem melhor.

Jogo o curativo no lixo e não faço outro porque não sei fazer. Vou voltar para a cama mas começa a escurecer até ficar preto.

...

- Incrível, um dia apagada. É nisso que dá não comer - ouço a voz, mas, com a dor de cabeça forte, não consigo raciocinar direito, até conseguir abrir os olhos para ver NamJoon sentado me encarando. Lembro do momento que desmaiei.

- Eu sei que não foi isso - falo com dificuldade, tentando sentar. - Sempre que brigava com meus pais em casa eu parava de comer e nunca desmaiei. O que realmente aconteceu? - pergunto irritada.

- Eu tenho cara de médico por acaso?

- Com certeza não. Tem cara de idiota - digo irritada.

- Já que já está bem para me provocar eu vou embora antes que piore seu estado - ele diz levantando.

- Provavelmente a culpa é sua mesmo. Não devia ter nem vindo.

- Quem é você para falar comigo nesse tom? - pergunta irritado, andando em minha direção e rio também irritada.

- Aonde vai ser dessa vez? Que lugar vai deixar roxo ou ferir?

- Sabe que não me importo de te machucar, então não me provoque - ele diz.

- Veio aqui para me provocar, aguente a provocação.

- Se não tivesse vindo teria ficado até agora desmaiada no chão - ele quase grita.

- Uma hora eu ia acordar, melhor sozinha do que com você - falo por impulso.

- Se você não se trancasse aqui dentro poderia ser um empregado e não eu perdendo meu tempo até você acordar.

- Porque você arrombou, como sempre. Pra que me deu um quarto se não me dá privacidade? Colocava uma cama na sala que dava no mesmo. E ficou até eu acordar porque quis - não tinha pensado nisso até dizer.

O que ele quis dizer com ficou até eu acordar?

- Devia estar feliz só por estar viva. Quem liga pra privacidade perto disso?

- Eu ligo. E você ainda fala como se aqui fosse o paraíso, como se você não fosse um idiota abusivo, que me mantém presa, contra a minha vontade, dentro dessa merda de casa. Como se não me ameaçasse ou machucasse constantemente.

Depois de botar tudo pra fora sinto uma lágrima descendo pelo meu rosto, mas limpo-a rapidamente.

Por um segundo ele fica sem reação e depois calmamente fala:

- Acredite, sua vida não é nem metade do inferno que poderia ser - ele sai e bate a porta.

- Mas assim já é ruim o suficiente - falo encarando a porta fechada.

Sei que ele pode ouvir não importa em que parte da casa esteja.

Olho para a cômoda do espelho e nela tem uma variedade imensa de comidas.

Além disso algo chama mais minha atenção no espelho: o curativo da ferida foi refeito e o pescoço está menos roxo, já está meio esverdeado.

"Poderia ser um empregado e não eu perdendo meu tempo até você acordar." Ele disse.

Será possível que ele realmente se preocupe comigo? Por que sua boca diz uma coisa e suas ações outra?

- É um imbecil se acha que vou comer - digo ainda irritada.

Mas depois de ficar quase meia hora encarando minha fruta favorita, que está com uma cara linda.

Resolver comer um pedaço antes de dormir.

...

Desço para o quintal e vejo o cavalo do outro dia.

- Oi, garoto - faço carinho nele.

- Gosta de cavalos? - um garoto com cabelos laranja e rosto fino pergunta e afirmo com a cabeça antes de perceber que ele chegou do nada e não o conheço. - Eu também, mas se eu fosse você ia brincar com outro.

The Curses of Schwarzwald - Cursed Plant (knj) (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora