Capítulo 5

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- Não preciso ir longe como na sua família - diz. - Você não consegue ver alguém sofrendo que já fica agoniada, não é? Como Pamela - ele para do lado da empregada - ou Oswald... - encaro ele com raiva. - Humanos são tão patéticos - ele fala com desprezo. - Mesmo depois de ter te mandado ficar longe dos empregados, você insiste.

- Você... - ele me interrompe:

- Você não vai querer que o sangue deles seja derramado por sua causa - ele passa a mão no pescoço da empregada. - Então é bom fazer direitinho o que eu mandar. - ele me dá um lenço. - Use no pescoço e fique feliz que não te coloquei para trabalhar para mim também.

- Você é nojento, vai morrer sozinho se continuar desse jeito - digo com raiva.

- Se eu morrer, já estou aqui há muito tempo. E eu não acredito em amor de qualquer modo.

- Os vampiros não são os únicos que caçam - empurro os dois para fora. - E o amor realmente não deve existir para você.

Tranco a porta e sento no chão chorando. Egoísta, vagabundo. Ele realmente vai conseguir mandar na minha vida até me matar?

Começo a esmurrar o chão pela raiva até perceber que minha mão está toda ferida, até sangra um pouco. Então começo a chorar com o dobro de intensidade e durmo assim, engasgado com as lágrimas.

...

Ao longo do dia alguns funcionários tentam trazer comida para o quarto. Eles insistem que estão preocupados comigo, mas, além de não saber se é verdade, não quero que me vejam assim, eu não gosto de me ver assim.

Então não abro a porta para ninguém, não importa a sede ou fome que eu esteja sentindo, tendo um banheiro aqui está tudo bem. Porém, quando a noite cai, eu ainda estou chorando. Não acredito que passei o dia chorando por ele.

Soco o encosto da cama e minha mão volta a sangrar. O que, surpreendentemente me acalma, apesar da dor, e deixa que ela durma tranquila.

...

Acordo com um barulho alto e quase caio da cama com o susto, mas não demoro para ver o motivo desse. NamJoon está parado na minha frente, ele arrombou a porta.

- O que pensa que está fazendo? - pergunto sonolenta.

- O que traz o senhor aqui? - ele corrige irritado e reviro os olhos.

- Pode me deixar em paz? Por um dia? - me irrito também.

- Está fazendo o maior alvoroço com os empregados porque passou o dia sem comer. Como colocou todos do seu lado? - pergunta curioso.

- Só estou fazendo o que o senhor pediu - falo sarcástica e o encaro. - Não estou falando com eles.

- Ande e vá comer - diz sem paciência.

- Já deve ser madrugada amanhã eu como - digo deitando e me escondendo na coberta.

- Ainda são onze horas.

- NÃO IMPORTA.

- Se não for, vai comer comigo - ele diz autoritário sem mudar a altura da voz, mas dá pra ver que ele está irritado.

- Me. Obrigue - esqueci completamente que ele é super capaz disso.

Estamos na mesa da sala. Tem um prato na minha frente e o lenço está novamente no meu pescoço.  Levo a mão ao local

- Não tire - da pra ver que sua raiva está acima do normal.

Uma empregada, chega andando devagar e olhando para o chão.

- Deixe de agonia e venha - ele diz irritado e ela não responde. - Venha de uma vez.

- M-mas... - ela tenta falar mas ele a interrompe.

- VENHA - ele está me assustando.

Ela senta receosa em seu colo.

Ele vira a cabeça da garota de modo bruto e a morde. Ela faz uma expressão de dor, mas não grita ou fala nada só as lágrimas vão caindo lentamente. Aos poucos ela vai perdendo a força e quando desmaia ele a deixa no chão.

Não tenho certeza se ainda está viva.

- ME TROUXE AQUI PARA VER ISSO? - grito irritada e levanto da mesa fazendo barulho.

Ele vem até mim e me prensa na parede segurando meu pescoço com a mão.

- Não. Grite. Comigo - eu não consigo respirar assim. - Eu matei ela e posso te matar também - ele aperta meu pescoço com força.

Tento empurrá-lo, e ele tira a mão do local. Caio tossindo assustada.

Ele me levanta e prende meus pulsos.

- Eu queria que fosse você - ele fala muito próximo do meu rosto e sinto o cheiro ferroso do sangue em seu hálito. Eu nunca tinha visto ele desse jeito. - O seu cheiro é mais forte e doce - ele fala sussurrando enquanto encara meu pescoço.

- NamJoon, pare com isso. P-por favor, pare com isso - peço desesperada.

- Parar? - ele ri. - Eu nem fiz nada.

- NamJoon... - ele toca minha boca.

- Não faz ideia - diz atordoado. - Não faz ideia do quão forte é o cheiro do seu sangue - ele passa suavemente os dedos nos nós dos meus, ainda com sangue seco, e meu coração acelera.

- Saia de perto de mim - tento me soltar, mas, obviamente, ele é muito mais forte que eu.

- Não faz ideia - ele fala com seus lábios tocando meu pescoço. - Não faz ideia de como faz com que perca o controle fácil.

Sinto as primeiras lágrimas descerem.

- Dava pra te ouvir chorando esse tempo todo, sabia? - ele me provoca. - Tadinha dela, é tão horrível ficar aqui, trancada, com um monstro. Mas você buscou por isso, não foi?

- SAIA - grito agoniada. Quando ele levemente me morde sem chegar a rasgar a pele.

- Brincando com a comida, NamJoon? - Um rapaz que entrou na sala abraçado com uma garota fala sarcástico.

NamJoon o encara debochado e me morde novamente.

- NamJoon - o garoto fala aparecendo do nosso lado. Ele está visivelmente irritado.

The Curses of Schwarzwald - Cursed Plant (knj) (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora