- D-do que está falando? - pergunto assustada.
- Jessica, ela era uma das melhores, mas ela tentou te esconder de mim.
- VOCÊ MATOU ELA? - grito incrédula.
Ele não responde, o que me irrita. Vou em sua direção, mas ele me segura para que não me aproxime.
- Matou ela? - repito a pergunta.
- Outro virá amanhã para substituí-lá. Então, por favor, pare de colocar meus empregados contra mim. Pelo bem deles - ele me solta e começa a se afastar.
- Você é mesmo um monstro - digo segurando o choro.
- É o que dizem as histórias - fala sem interesse.
- NÃO, É O QUE MOSTRAM SEUS ATOS. NÃO ACHE DESCULPAS PARA OS SEUS ERROS.
- NÃO GRITE COMIGO - ele também grita irritado.
- VAI SE F*DER - entro correndo na casa e fecho a porta chorando.
Idiota, idiota, idiota.
Eu não acredito que ele matou ela, que ele matou ela por minha causa. Entro em desespero e sento no chão, voltando a chorar. Mas, diferente das outras vezes, não consigo dormir. Não depois dele ter dito que matou alguém por minha causa. Então espero acordada até o sol nascer, pensando no que farei.
Ele disse que ia me matar se fugisse, então que me mate. Melhor que matar os outros.
Colho umas flores de aconitum (matalobos) que acho por perto e coloco numa árvore na qual cravo o nome Jessica com uma faca que peguei da mesa do café e entro na floresta novamente. Dessa vez não me importo de correr. Pelo contrário, ando lentamente, olhando todos os detalhes das árvores e da vegetação, apenas esperando que ele me alcance.
E não demora até que algo me empurre com força para o chão, fazendo com que rasgue um pedaço do meu braço.
- Eu avisei você - ele está em cima de mim, perto, bem perto. Ele coloca a mão no meu pescoço mas solta quando toca no local ferido e guincho de dor. - Eu não mandei você tratar isso? - pergunta sem paciência.
- Eu não obedeço você.
- Quer morrer? - ele pergunta irritado.
- Quero, isso já é o inferno mesmo.
Ele ri e sai de cima de mim, me deixando confusa.
- Quanto drama - diz por fim, olhando para mim de cima já que continuo no chão. - por que não cuidou disso? - ele aponta para o ferimento.
Sei que está falando do pescoço, mas encaro meu braço que está sangrando muito e depois ele faz uma cara estranha.
- Não sou enfermeira e não sei onde estão os remédios - falo irritada.
Ele suspira.
- Não sabe fazer nada? - ele se acha tão superior.
- Idiota, a ferida está em mim, sou eu que estou sentindo a dor, não você. Então pare com isso.
Ele me pega no colo e estamos em um dos quartos da casa principal.
- O que está fazendo? - pergunto irritada.
- Sente e fique quieta - fala sem humor e começo a ficar nervosa.
- Por que eu...? - ele me empurra de leve para que deite na cama e levanta minha perna pelo tornozelo. - O-o que está fazendo? - pergunto assustada e tento puxar minha perna.
- Só fique quieta de uma vez - ele diz sério e segura minha perna com um pouco de força.
Sinto meu coração batendo forte.
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The Curses of Schwarzwald - Cursed Plant (knj) (CONCLUÍDA)
FanfictionSEGUNDO LIVRO Uma Jovem viciada em contos sobrenaturais entra na Floresta Negra - a qual reza a lenda ser amaldiçoada - buscando provar aos primos que estava certa sobre a existência de tais criaturas. Após ser atacada por sua prova de sanidade, ela...