- O quê? Não - falo rápido e ele ergue uma sobrancelha. - Esquece - falo saindo de perto dele com vergonha.
Talvez eu tenha passado dos limites perguntando isso. Ele pode ser um idiota, psicopata, mas ele tem sentimentos. Na maior parte do tempo raiva, mas mesmo assim não devia ter perguntado do seu passado.
- Calma - ele segura meu braço. - Por que quer saber isso? De verdade - ele fala sem sarcasmo ou humor.
- Era só curiosidade mesmo, mas se não quer falar não tem problema.
Ele se encosta nas estante e senta no chão.
- Eu não lembro muito bem... - sento ao lado dele, não muito perto. - Na verdade, acho que morri alguns dias depois de nascer.
- C-como? Não é possível. Como envelheceu? - pergunto.
- Eu não sei. Mas matei a primeira pessoa antes de completar um ano - diz sem expressão e não sei se é bom perguntar sobre isso, então tento desviar da informação, sem mudar o assunto.
- E... Como isso funcionava, sua mãe te dava sangue quando era bebê? - pergunto e depois penso como isso deve ter soado idiota. - Desculpa, não precisa responder isso - ele ri fraco e vejo as covinhas em sua bochecha.
- Tudo bem. Eu não lembro deles, depois que eu matei pela primeira vez eles tentaram me matar, mas uma bruxa me salvou.
- Bruxa? - pergunto confusa. - Tipo, com poderes e...?
- Acha que de todos os contos de histórias de terror só os vampiros são reais?
- Eu... Sim... - ele nega com um riso debochado, como se eu fosse uma idiota.
- Vocês humanos começariam uma guerra se soubessem de tudo que existe.
- Os humanos não são tão ruins - digo.
- Foi você mesma que disse que eles nos caçam - não use minhas palavras contra mim, merda.
- Mas...
- Não faz ideia de quantas pessoas morreram queimadas por causa do medo de vocês. Aqui na Alemanha foram milhares e vários nem estavam envolvidos com magia.
Coloco minha cabeça entre os joelhos.
- Nem todos somos ruins - digo baixinho.
- Pense o que quiser. Concordo que não existe uma espécie boa ou uma ruim. Mas com certeza a de vocês é a mais idiota.
- Mas pessoas boas estão por aí - insisto, porém ele não responde e também não tento quebrar o silêncio depois dessa conversa.
- Bom... já que achou algo para passar seu tédio, vou te deixar ler em paz - diz de repente.
- Eu... - olho em sua direção, mas ele não está mais lá. Suspiro e levanto para começar minha busca.
...
Passo os dias seguintes lendo todos os livros da bendita prateleira, mas não encontro nada. Na verdade são coisas bem interessantes: Vampiros astecas, lobisomens egípcios, bruxas irlandesas... mas nada disso é o que eu estou procurando.
Então pego o último livro da estante. Tem uma capa preta com um pouco de dourado. Porém, quando começo a folheá-lo, vejo que ele está em branco. Mas isso não faz sentido. Por que alguém iria querer um livro em branco?
- Venha comer - NamJoon fala e pulo de susto. Quando tiver um ataque cardíaco vai ser culpa dele que fica me assustando.
- Daqui a pouco - falo já olhando outro livro. - Você tem que parar com essa obsessão por comida - comento ainda folheando.
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The Curses of Schwarzwald - Cursed Plant (knj) (CONCLUÍDA)
FanfictionSEGUNDO LIVRO Uma Jovem viciada em contos sobrenaturais entra na Floresta Negra - a qual reza a lenda ser amaldiçoada - buscando provar aos primos que estava certa sobre a existência de tais criaturas. Após ser atacada por sua prova de sanidade, ela...