Ele me puxa para si, colocando algo gelado perto da minha traqueia, provavelmente uma faca.
- Eu sei que está aí, venha salvar sua querida irmã - ele passa a lateral da faca na minha bochecha e minha respiração vacila. - Venha, NamJoon.
O vampiro aparece no meio das árvores.
- Está perdendo seu tempo. Ele não se importa - falo lembrando da conversa de ontem.
- Ele vai deixar mesmo eu matar sua pequena irmãzinha? - ele brinca com a faca em meu pescoço.
- Sim ele vai - tento me soltar mas ele segura meu cabelo perto da raiz, travando minha cabeça no lugar.
- Você não me teste. Nem você, NamJoon, eu estou falando sério - sinto a lâmina começar a cortar a pele do meu pescoço, o suficiente para me deixar em pânico, mas não para me matar.
Não procuro ver a reação do meu suposto irmão, concentro-me em não me mexer de mais e esse maluco acabar me matando.
- Você está sendo imprudente - ouço sua voz ainda dentro da floresta
- Imprudente é você, que achou que me fez de idiota por todos esses anos - o prefeito fala. - Diga, essa quantidade de sangue já é suficiente para que queira matá-la? Por que algum de nós dois vai acabar fazendo isso. Até que é bonitinha - segura meu queixo examinando meu rosto e me beija.
A partir daí já não me importo se ele tem uma faca na mão. Tento empurrá-lo, mordo sua boca, mas, mesmo sentindo o gosto do sangue, ele não me solta.
- Nojento - falo quando se afasta ofegante. Ele ri e me puxa novamente para si. - Não - continuo tentando me soltar.
Depois disso, tudo que aconteceu, aconteceu muito rápido.
NamJoon vindo em nossa direção.
Um tiro.
NamJoon caindo.
O prefeito me jogando no chão.
NamJoon queimando com o sol.
O homem que atirou aparecendo e dando mais dois tiros nele.
Os dois rindo ao ver o garoto agonizando no chão.
Encaro seu rosto, vermelho e com bolhas de queimaduras. Ele fala sem som "corra" três vezes, mas não consigo parar de olhar para as feridas.
O tempo passa bem devagar até que ele grita.
- CORRA.
Então eu acordo do transe e pego a faca que está perto de mim.
Eu não vou correr.
O prefeito vem em minha direção e me puxa de novo.
- Realmente nutre sentimentos por essa garota? Você é mais decepcionante do que eu pensava. São como irmãos mesmo, ou se apaixonou por ela?
- Eu não tenho sentimentos - fala com um sorriso cínico na face queimada. - Muito menos me apaixono.
- Não? - ele dá um soco em meu estômago, NamJoon avança e leva outro tiro. Eles continuam rindo.
- Você é só o primeiro dessa sua espécie nojenta, vou caçar todos os seus amigos monstros e matar um por um. Quem sabe eu até te poupe para você ver isso acontecer.
- Você é muito mais monstro que ele - tento fazer sombra no garoto que se contorce no chão.
- Que pena que você não pode fazer nada em relação a isso - fala.
Enfio a faca na barriga do prefeito e depois o uso de escudo contra o cara que tenta atirar em mim.
- Idiota - o prefeito grita.
Ele tenta me atacar, mas empurro-o em cima do outro e NamJoon morde a perna do mais novo, chamando sua atenção e fazendo com que leve mais um tiro, mas isso é suficiente para eu segurar na arma junto com ele.
Ele dá uma cotovelada no meu rosto mas não solto o objeto mesmo sentindo o sangue escorrer por meu nariz. Então NamJoon o joga no chão e eu fico com a arma. Colocando-me no caminho entre eles e o vampiro, que ainda tenta se proteger do sol.
- Pode ser bala de madeira, mas fere tanto quanto as normais. Então saiam daqui antes que eu atire - falo o mais séria que consigo, tentando não tremer.
Quando os ouço rindo, atiro na perna do mais novo e o prefeito fica dividido entre encarar-me com raiva ou socorrer o parceiro.
- Certo - diz em pura raiva. - Mas não pense que isso acabou.
Os dois vão embora lentamente enquanto continuo com a arma apontada para eles, com certeza não acertaria um tiro nessa distância, mas não saio da posição de ataque até que sumam no meio das árvores. Então viro-me para NamJoon, com dificuldade, ajudo-o a levantar e levo ele até a sobra. Apesar disso, ele não parece melhorar.
- Onde aprendeu a lutar? - pergunta com o sorriso presunçoso de sempre.
- Eu não aprendi. Foi sorte - falo tentando encontrar todos os tiros que ele levou, talvez se eu retirar as balas dê tudo certo.
Ele ri mais e segura o abdômen com dor.
- E a atirar? Foi sorte também?
- Não. Foi meu pai.
- O.K.... mas continua... incrível - ele se encosta numa árvore e começa a fechar os olhos.
- Não, não, não. Fique acordado - falo desesperada.
- Não se preocupe, em algumas horas... em algumas horas estarei bem.
- Tome - estendo o pulso para ele.
- Não - ele vira o rosto para o outro lado.
- A esse ponto já não devo ter mais verbena no meu organismo. Além disso, te devo uma por ter me salvado dos lobos.
- Eu já disse que não - ele quase não consegue empurrar minha mão para longe.
- NamJoon - reclamo.
- Eu não vou conseguir parar - fala olhando nos meus olhos. - Eu estou com fome. E, quando disse que não cheira bem... era mentira, você... Não.
Corto meu pulso com a faca e encosto o mesmo na sua boca, instintivamente ele começa a sugar, afinal está em sua natureza, ele não pode lutar contra. Mas, mesmo assim, ele tenta. Posso sentir algumas vezes ele parando e voltando, infelizmente só torna isso tudo mais doloroso e torturante.
- Não fique parando e voltando. Dói - ele me encara apreensivo soltando meu pulso.
- Está bom.
- Não está, você continua... assim. Só faça de uma vez.
- Tem certeza?
- Sim.
Ele pega meu braço, puxando-o para si e morde no mesmo lugar dessa vez sugando com vontade, assustando-me com a velocidade com que vou ficando fraca. Mas, em compensação, a melhora nele é nítida, as queimaduras vão sarando numa velocidade absurda.
Depois de mais ou menos um minuto, ele para.
- O que foi? - pergunto.
- Se beber mais vou te matar - informa.
- Não é o que queria? - rio o quanto consigo. - Beber meu sangue até a última gota? Me matar?
Ele me olha com ressentimento.
- Acha mesmo que eu faria isso com você?
- Você disse...
- Eu sei - interrompe e passa os dedos de leve pelo meu rosto, provavelmente examinando as feridas. Mas o gesto me cala mesmo assim. - Eu te mandei correr.
Um tiro não me deixa responder
- Vá matar aqueles idiotas.
Ele assente e posso vê-lo sumir antes de desmaiar.
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The Curses of Schwarzwald - Cursed Plant (knj) (CONCLUÍDA)
FanfictionSEGUNDO LIVRO Uma Jovem viciada em contos sobrenaturais entra na Floresta Negra - a qual reza a lenda ser amaldiçoada - buscando provar aos primos que estava certa sobre a existência de tais criaturas. Após ser atacada por sua prova de sanidade, ela...