Passo por ele, ainda confusa, e entro na floresta, que infelizmente está como tudo, entediante. Admito, realmente odeio admitir, mas é verdade que gosto de discutir com ele. Quando a adrenalina sobe e o coração acelera, é a melhor distração que tenho nesse lugar parado.
O fato dele ter me deixado sair ainda me intriga. Por que ele deixou? Tudo bem que ele tem deixado minha vida um pouco mais fácil, quase não nos vemos, não discutimos muito e ele... até manda comidas que eu gosto e... os funcionários sempre dizem que ele perguntou como estou e...
Não. Ele pode ter ficado minimamente melhor, mas não posso me deixar levar por isso. Ele pode ser um vampiro lindo, possivelmente sobre o efeito de uma maldição, mas não posso. Não posso me apaixonar por ele, pode ser pelo cavalo mas por ele não.
- Eu me proíbo de gostar de alguém que está apenas aguardando o momento de me matar! - digo alto para me convencer.
Tenho que esquecer isso.
Escolho uma árvore e subo. Não tem sol, nunca tem por aqui, mas, pelo menos, tem uma brisa gostosa que me acalma.
Fico um bom tempo encarando o nada, as folhas balançando e o barulho do vento são hipnóticos. Penso em casa, nos meus primos idiotas, nos meus pais inúteis e na vida sem graça que tenho, ou tinha.
Isso me deixa triste e com saudade, apesar de tudo, é minha casa. Era melhor do que aqui...
Fico nisso por várias horas, apenas lamentando algumas escolhas e pensando em quanto tempo ainda tenho até que NamJoon possa me matar. Lindo, porém mortal.
Quando percebo que o céu também já está escuro, desço da árvore com cuidado e volto pelo mesmo caminho que vim, sou boa em andar em lugares assim. Como meus pais me criaram uma boa parte da infância numa casa de veraneio perto de uma floresta meu bom senso de direção é fruto das minhas explorações à área.
Não vejo NamJoon quando chego então vou para o meu quarto e me tranco no local, como sempre não quero comer.
Talvez eu realmente goste de provocar aquele idiota.
Depois de tomar banho e trocar de roupa, deito na cama para dormir, mas ouço o som de algo quebrando.
NamJoon arrombou a porta, dessa vez de modo mais delicado.
Coloco os óculos e encaro-o irritada:
- Nem mais dormir eu posso? - reclamo.
- Não - ele diz. - Você precisa comer - ele não parece sarcástico ou qualquer coisa do tipo e tem uma bandeja nas mãos.
- Ainda isso? - reviro os olhos. - Não pode mandar um empregado? - eu não gosto quando ele vem, faz parecer que se preocupa.
O que eu estou falando, ele não se preocupa. Ele apenas te quer viva para te matar depois.
- Eles não dão conta de você - ele diz e pisca.
Porque ele piscou?
- Me deixa em paz - me escondo nas cobertas para esconder que estou corada, quem pisca assim, sem motivo?
- Se não comer não vai ter força nem para brigar comigo.
- Como se desse resultado, você é um cabeça dura que não muda de opinião - reclamo.
- Tem razão - oi? - Mas você está cada dia mais fraca - não consigo acreditar que esteja realmente preocupado.
- Deixa eu adivinhar, não quer que o meu sangue fique ruim, por isso preciso comer - falo irritada.
- Ou não gosto que fique desmaiando por aí - fala sem humor. - É irritante.
- Irritante é você. Eu não vou comer - cruzo os braços.
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The Curses of Schwarzwald - Cursed Plant (knj) (CONCLUÍDA)
FanfictionSEGUNDO LIVRO Uma Jovem viciada em contos sobrenaturais entra na Floresta Negra - a qual reza a lenda ser amaldiçoada - buscando provar aos primos que estava certa sobre a existência de tais criaturas. Após ser atacada por sua prova de sanidade, ela...