Capítulo 3

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Porém, assim que passo pela porta, vejo o vampiro de ontem mordendo uma das empregadas no meio do jardim.

Encaro a cena assustada e acabo gritando, de modo que ele me encara, sem soltar a mulher. Saio correndo e entro na floresta, mas, após alguns minutos, ele me alcança e eu caio no chão, desmaiando em seguida.

...

Acordo confusa e sem saber onde estou. Minha perna, pescoço e cabeça doem.

- Dormiu bem?

- Sim. Bom, na verdade eu... - olho na direção da voz e vejo o vampiro. As lembranças voltam e meu coração acelera. - V-você...

- Achou mesmo que eu ia te deixar rodando por aí depois do que fez?

- F-foi você que me atacou - ele ri cínico e vem em minha direção. - O-o que você quer de mim? - me sento na cama e deixo a maior distância possível entre nós, sem levantar.

- Quero que a verbena saia do seu sangue, para eu poder sugá-lo até a última gota - ele estica seu braço na direção do meu rosto e, quando está quase me tocando, tento criar distância entre nós, mas acabo caindo da cama.

Guincho de dor e ele olha vidrado para meu joelho, que está sangrando novamente, voltando a se aproximar.

- Está perdendo seu tempo - falo sem pensar e ele sai do transe. - Já... já tomo verbena há semanas.

- Em alguns meses estará fora do seu organismo - encaro-o incrédula. - Não me importo de esperar - ele diz, agachado perto de mim. - Você não sabe como cheira bem - ele sussurra perto do meu ouvido.

- E... e até esses meses passarem? - pergunto sem querer saber a resposta.

- Vou te deixar trancada aqui até poder te matar - ele fala levantando.

- O quê?

- O que você não entendeu? É uma coisa tão simples...

- Não vou deixar você me matar - digo e ele ri.

- E o que vai fazer? Sou mais rápido que você. Mais forte do que você. E... tomei a liberdade de confiscar seu celular - ele me mostra o mesmo, depois até a saída do cômodo, mas volta. - Sinta-se em casa - fala sarcástico antes de bater a porta.

Suspiro e volto para a cama. No que eu me meti?

Fico no quarto o resto do dia, tentando não pensar no pior. Pelo menos estou viva, pelo menos estou num quarto e não amarrada num porão, pelo menos ele não tocou em mim.

- Pelo menos eu não sou louca - falo e rio em escárnio. - Que ótimo. Agora vou morrer sabendo que sou sã, que maravilha.

Continuo debochando da minha situação até que ela não pareça mais tão grave. Então, quando já está de noite, o senhor que me "ajudou" vem com uma bandeja de comida.

- Por que a comida?

- O patrão mandou entregar.

- Por quê?

- Não quer que morra - ele diz me entregando a bandeja.

- Claro, pra ele me matar depois - vejo seu corpo com alguns curativos. Aquele homem é repugnante.

- Ele é uma boa pessoa.

- Claro.

- A senhorita apenas o pegou desprevenido. Ele não esperava ter encontrado sangue humano enquanto caçava. Ele não esperava ter provado sangue humano fresco após tantos anos.

The Curses of Schwarzwald - Cursed Plant (knj) (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora