Cinco e meio

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Olha meus amoresssssss

Bora com mais um capitulo?

Boaaaaaa Leituraaaaa! 

— Acorda, dorminhoca! — Uma voz familiar sussurra no meu ouvido

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— Acorda, dorminhoca! — Uma voz familiar sussurra no meu ouvido.

— Hmmmm — reclamo me espreguiçando na cama.

— Bora acordando, lindinha, não é todo dia que minha futura madrinha de casamento aparece em São Felipe para uma visita surpresa.

Abro apenas um olho, estreito a visão para ver ela me abrir o sorriso mais brilhante e aberto de todos, é impossível não retribuir com um semelhante.

— AAAAAAAAAA, não acredito que está aquiiiiii!!!! — Joga seu corpo sobre o meu e me abraça forte.

Quero retribuir o abraço, mas não consigo, meus braços estão sob as cobertas que ela prende ao meu redor com meu corpo. Remexo-me rindo com ela ao mesmo tempo tentando derrubá-la de cima de mim, mas como era de se esperar não consigo, essa é uma coisa nossa desde sempre.

— Ady, eu preciso dos meus braços para te abraçar, criatura — peço em meio ao riso.

— Ah, desculpe! — Levanta e senta ao meu lado na cama, me dando espaço suficiente para sentar e abraçá-la apertado.

O calor do abraço que esteve comigo durante toda a infância me envolve fazendo a sensação de vazio que sinto no meu peito diminuir gradativamente, essa é a mesma pessoa que me ouviu chorar e sorrir diversas vezes aqui nesse quarto pequeno.

— Quase pirei quando teu irmão me disse que tu chegou no meio da noite, teria ido te buscar na rodoviária se soubesse. — Volta a me abraçar apertado. — Ainn, tão feliz que tu aqui. Chegou na época certa.

— Época certa pra quê? — Olho para ela estreitando os olhos. — Adyyyyy...

— Nem vem com essa cara, vamos, precisa levantar e tomar café. O dia perfeito para um banho de açude.

— Eu, em um açude? Depois do que aconteceu da última vez que entrei em um? Não, muito obrigada. Sem falar que vim só com a roupa do corpo, tenho que ir ao centro comprar duas mudas de roupas para usar. — Quero que ela caia na minha desculpa, mas essa é Adiany, não tem tempo ruim.

— Aquilo lá aconteceu porque a senhorita não estava prestando atenção. Se ao invés de ficar olhando pro Márcio, tivesse se concentrado em respirar e nadar aquela cena bizarra não teria acontecido. E quanto a roupas não se preocupe, já resolvi! — Ela aponta para a sacola sobre a cômoda e meus olhos enchem de lágrimas rapidamente.

— Tu não existe, sabia? — Ela sorri abertamente. — E não é me lembrando como era estúpida que você vai me convencer a ir. — Rimos com a lembrança do acontecido.

Eu tinha quatorze anos e era apaixonada pelo garoto mais cobiçado da escola, ele, por sua vez, me enxergava apenas como a irmã caçula de Leandro e esse só me levava para esses lugares por ser obrigado por nossos pais, mesmo assim eu era obrigada a observar tudo à distância, ninguém se arriscava a me paquerar e enfrentar a fúria dos irmãos Marino. Como falei anteriormente, não é fácil crescer cercada por marmanjos sem ser a mais velha da casa e meus irmãos Luciano, Leandro, Júlio e até mesmo o caçula, André, não me deram muita folga. Naquele dia aproveitando a distração do meu irmão entrei no açude, para chamar a atenção do Márcio inventei de atravessar a nado, mas faltando uns dez metros até chegar a parte rasa fiquei cansada e por muito pouco não me afoguei, não conseguia achar terra debaixo dos pés para impulsionar e fui afundando. No fim chamei atenção do carinha, mas de um jeito nada legal, já que depois de me salvar ele disse ao meu irmão que quando sai com criança tem que prestar atenção, por muito tempo não tive coragem de olhar na cara dele outra vez.

— Não vou falar mais daquele dia, até porque ninguém lembra mais e mesmo que lembrassem, hoje tu não é mais aquela garota, não é mesmo? — Ergue uma sobrancelha interrogativa, sempre atrás de um indício do que se passa comigo.

— Tudo bem, tu me convenceu, mas não podemos demorar muito, estou aqui para descansar e não ficar batendo perna por aí, tudo bem?

— Sim, senhora! — Ela sorri largo, satisfeita por ter me convencido, como se fosse algo difícil de se fazer.

— Estava com saudades daqui — digo me recostando na rocha às minhas costas.

— Tu, dizendo isso? Deve doente, será que já levou sol demais? — Ady faz piada e não deixo de rir com ela.

— Ahhhhhh, claro que sinto falta, mas num quer dizer que queira voltar, São Felipe não me traz as melhores lembranças e sabe disso.

Ela tira os óculos de sol e me olha com seus olhos verdes claros. Sinto que ela pode ver minha alma quando faz isso, desvio o olhar e observo as pequenas ondas que o vento faz surgir na água um pouco abaixo de onde estamos.

— Joy, o que há de errado contigo? Não pense que essa sua vinda repentina pra passar o feriado da semana santa me convenceu. Tem alguma coisa corroendo essa cabecinha aí e enquanto tu não colocar para fora não terá paz, sabe disso.

Suspiro derrotada, não tem como colocar em palavras a confusão que está minha mente, como posso explicar que desde sexta-feira passada toda vez que fecho meus olhos vejo a imagem de um certo paciente me olhando fixamente como se estivesse me vendo? Não consigo.

— Eu precisava descansar, isso é tudo, esses últimos dias foram tumultuados no hospital, conseguir uma folga foi uma sorte e tanto.

— Imagino, cuidar de um caso que ganhou a mídia não deve ser a coisa mais fácil pra tu, sempre ficou quietinha no teu canto. Não sei como teve coragem de... — Ela para de falar e cai na gargalhada.

Não preciso de muita imaginação para saber que ela se refere a Márcio, meu amor de adolescência. Um dia antes de partir fui pra cama com ele, Adiany conseguiu despistar meus irmãos durante minha festa de despedida, é claro, estava tão nervosa e fantasiando o momento que nunca me ocorreu que seria uma experiência ruim. Márcio era o sonho de consumo de nove entre dez meninas no colégio, elas não teriam tantas expectativas se soubessem que ele não tinha nada de bom no quesito cama.

— Tu nunca vai esquecer disso, vai? — Ergo uma sobrancelha questionando.

— Provavelmente não, mas me preocupo contigo sem se envolver com ninguém durante tanto tempo. — Rolo os olhos para ela. — Nem faça essa cara, foram o que, três caras com quem você saiu?

— Dois, três contando o Márcio.

— O ruim de cama não conta. — Dessa vez não consigo segurar o riso.

— Então não vamos contar os outros dois, não chegou nem perto do que costumo ler nos livros — rebato.

— Nunca será, a coisa não funciona assim. Veja por exemplo Júlio e eu, foi preciso quatro anos longe para que nos reencontrássemos e fazer a coisa funcionar. Teu irmão era bem razoalvelzinho na cama, bixinha.

— Argh, não precisa me dar detalhes da vida sexual do meu irmão, por favor, guarde para você. Ainda dá tempo de desistir desse casamento, digo isso porque lhe amo muito e o Júlio é um pé no saco — brinco e ganho uma cotovelada de leve dela.

— Deixe meu amor, ele mudou muito, visse! É um homem agora, trabalha dia após dia naquela oficina para termos nossa casinha como queremos.

Ver como ela fala do meu irmão com um brilho intenso nos seus olhos verdes astutos me faz sentir um pouco de inveja. Infelizmente não tenho por quem lançar esse olhar apaixonado com um suspiro bobo e faz muito tempo que decidi que não terei, é o melhor, assim ninguém sai machucado no fim. 

Continuaaaaaaaaaa.......

Até o proximo meus amores!

Joyce se reencontrou com ela mesma, mas será que vai ficar tudo bem quando ela reencontrar um certo paciente? 

Falta poucoooooo!

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Minha cura♥ }☘{♥ DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora