Luz Azul [TRADUÇÃO PT-BR]

3 - Rosa pastel

A noite avançava em um ritmo tranquilo e com brisa suave. As lembranças das últimas semanas vividas se faziam mais e mais nítidas com o passar dos segundos e os batimentos agitados do seu coração que pulsava com pressa, muita pressa, como se tivesse corrido uma maratona e sentia os joelhos fracos e as bochechas queimando.

Sua vida sempre havia sido fácil. Sua família tinha uma boa condição financeira, ele tinha bons amigos, um futuro simples como professor de dança, uma casa toda para ele e um carro. Diferente de muitos estudantes, Kim Jongin não precisava trabalhar meio período porque seus pais pagariam sua graduação até o fim e isso lhe dava muito tempo livre, que geralmente seria desperdiçado se não fosse porque agora ele tinha assuntos mais importantes em que se ocupar.

Aos seus vinte anos podia sentir que tudo havia ocorrido bem e que tinha tudo o que precisava para ser feliz. Claro, isso eram seus pensamentos até uma semana atrás, antes de ter conhecido o ser mais bonito que seus olhos já haviam visto. Jongin havia ficado preso no instante em que viu seu sorriso e que sentiu sua doçura e de repente, sentiu como se começasse a amá-lo com tanta ternura, que inclusive seu abraço era seu porto seguro agora.

— Kyungsoo... — O jovem de 18 anos havia falado profundamente em seu interior, tocando cada fibra nervosa com sua maneira de ser, quente e tranquila. Havia-o conquistado com um chocolate quente e muitos sorrisos, o conquistado em apenas lhe dirigir o primeiro olhar e agora Jongin se sentia docemente perdido, que não queria ser encontrado.

O pouco tempo que o conhecia, não lhe dava o direito de amá-lo a não ser em silêncio e conquistá-lo aos poucos, limpar suas feridas que ainda poderiam estar abertas e cobri-las com curativos permanentes e impermeáveis. Jongin queria que Kyungsoo o necessitasse aos poucos, exatamente como ele o necessitava agora, igual deveria ter necessitado desde que nasceu porque sentia sua alma tão emaranhada ao do menor, que aquilo deveria ser o destino.

No transcorrer da semana, o moreno havia voltado a uma rotina de sempre pegar aquele ônibus errado e descer no mesmo parque, sentar-se no mesmo banquinho e esperava o seu adorado baixinho, que sempre passava caminhando a passos lentos por ali. Kyungsoo o havia levado na confeitaria na quarta-feira e lhe apresentou ao seu primo e ao melhor amigo.

Jongin lembrava que Luhan o olhava de cima a baixo como se não pudesse fazer outra coisa e Minseok apenas enrubesceu, estendendo a mão em um comprimento rápido. Kyungsoo se desculpou pelo comportamento dos rapazes e Jongin apenas sorriu, dizendo que estava tudo bem e que ficava feliz em conhecer um pouco da sua família com o passar dos dias.

Como pôde viver tanto tempo sem aquilo? Como pôde desperdiçar tantas tardes desperdiçando seu tempo com nada e não ao redor de um pequeno parque? Como poderia sua vida ter começado a depender de Kyungsoo de uma hora para outra?