Luz Azul [TRADUÇÃO PT-BR]

5 - Turquesa

Na casa de Kyungsoo, existem dois cômodos além do banheiro: o primeiro quarto, que é o principal, sempre fica com a porta aberta e ali é onde o menor passa a maior parte do seu tempo; o segundo quarto, no entanto, permanece com a porta fechada e Jongin sempre se pergunta o que haveria ali dentro, mas nunca perguntou e com o passar dos dias, sua curiosidade vem crescendo cada vez mais.

Passou-se uma semana desde a confissão na sala de estar e Jongin passa o tempo todo distraído, esbarra com um ou outro estudante na faculdade, deixa a carteira em casa antes de sair, queima a língua com café quente pelas manhãs e suspira mais do que deveria. Suspira como se sua sanidade dependesse disso e sorri para o nada, como um verdadeiro idiota.

Sehun está o chamando de "idiota" e de vez em quando bate em sua testa, quando ele ficava distraído demais a ponto de não lembrar nem mesmo os passos da coreografia, essa que ensaiava há semanas, a mesma que usariam para o exame final de seu curso de dança.

A noite de terça-feira é quente e tranquila, a brisa não faz ruído algum e Jongin decide que não vai às aulas no dia seguinte porque tem coisas importantes, muito mais importantes, para fazer. Os segundos passam muito lentamente e isso faz com que fique muito nervoso, não consegue acreditar que nunca na vida havia se sentido assim... Tão ansioso e inquieto, e tudo tem um motivo, um pequeno e barrigudo motivo.

— Meu pequeno Kyungsoo... — sua casa parece muito grande agora e em cada canto que olha, a imagem de Kyungsoo aparece: seu sorriso, seus olhos brilhantes, seus cílios grandes... Sua pele tão pura e seu cabelo tão preto. — Meu adorável Kyungsoo... — suspiros profundos saiam de seus lábios e com isso, começa a dar voltas na cama.

Recordações etéreas invadem sua mente enquanto o céu escurece, lembranças da dança que compartilharam e do quão maravilhosamente bem Kyungsoo se moldava em seus braços. Recordações vagas dos desenhos animados que assistiam juntos e quase poderia tocar as lembranças dos lábios em forma de coração tocando o seu. Lembranças do calor que emanava do corpo de Kyungsoo e nesse exato momento, poderia jurar que sentia o aroma de sabonete e baunilha.

Kim Jongin nunca havia se apaixonado, jamais passou tanto tempo pensando em alguém e definitivamente nunca foi tão feliz. A vida lhe estava sorrindo de maneira exageradamente radiante e por isso, poderia conservar essa felicidade por muito tempo. Quer passar cada semana ao lado de Kyungsoo e beijá-lo com ternura, abraçá-lo e beijar a sua barriga grande e ele quer tantas coisas ao mesmo tempo, que talvez, esteja sendo exigente demais.

— Kyungsoo... — Outra noite em que se rende à Morfeu com o nome do outro em seus lábios.

O sol já brilhava alto no céu e há algumas pétalas de flores que a brisa arrasta com seu ritmo tranquilo. Os pássaros fazem um concerto em sincronia e ele desfruta da primavera enquanto bebe chocolate quente no sofá.