12 - Cinza

1.6K 256 8
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.




— Sou um maldito elefante.

— Você está bonito, omma... Não diga essas coisas.

— Você só diz isso para que eu me sinta bem, Baekkie... Não minta para a omma...

— Ele não está mentindo. Você conhece o Baek, ele não mentiria para te fazer se sentir bem.

— Exatamente!

— Vocês são dois idiotas.

— Ei!

Seis meses passaram mais rápidos do que qualquer um poderia esperar e Kyungsoo não estava muito preparado para as suas mudanças de humor, seus hormônios estavam fazendo estragos com ele, e se com Baekkie sentia-se gordo e gigante, com Eun Ji sentia-se mil vezes pior.

— Perdão... Eu não deveria chamar os dois de idiota.

A tarde era clara e os três desfrutavam do calor de seu lar e dos brownies com sorvete que Jongin preparava na cozinha e alimentavam a autoestima do pequeno Kyungsoo que estava à beira da loucura porque se sentia pesado, gordo e feio.

— Tanto faz, omma. Eu estou saindo.

O pequeno Baekhyun havia levantado e sendo observado pelo atento olhar de Jongin e o sorriso tranquilo de Kyungsoo, colocou seus tênis esportivos, pegou sua bola de basquete e antes de sair de casa, olhou para os dois e sorriu de gentil prometendo voltar logo depois de vencer Chanyeol umas dez vezes.

— Droga... O Chanyeol vai ganhar e o Baekhyun vai voltar para casa soltando fumaça pelo nariz. — Kyungsoo começou a rir de suavemente e Jongin se aproximou de onde o menor descansava. — Eu gosto de te ouvir rindo... — Sussurrou enquanto sentava-se ao seu lado e o puxava para si, colocando uma mão em seus ombros. E voltou a acontecer. Demorou, mas bastou Jongin fundir seu nariz no cabelo de Kyungsoo para o menor ficar tenso e empurrar de leve o corpo de seu esposo.

— Não... — Era a quinta vez no período de duas semanas. A mesma situação, diferentes lugares e horas, mas sempre a mesma coisa.

A esta altura, Jongin já havia se acostumado com os foras seguidos do seu esposo, mas isso não o fazia se sentir menos chateado ou triste. Kyungsoo se distanciava de suas carícias e beijos, o tirava do seu lado sempre que Jongin queria estar junto dele, que não era menos do que cem por cento do tempo.

— Como você quiser, Soo... — Um sorriso triste apareceu em seus lábios, ele beijou a testa de seu esposo. — Sempre vai ser como você quiser. — O encarou durante alguns segundos a mais e se Jongin tivesse ficado do seu lado ao invés de se afastar como Kyungsoo o pediu, teria visto seus olhos escurecerem e seus lábios tremerem.

O que acontecia era que Kyungsoo morria de vergonha. Talvez fosse bobagem, levando em conta que ele tinha feito amor com Jongin na primeira vez em que esteve grávido, contudo o fato, era que Jongin ficava cada vez mais bonito com o tempo e isso o fazia sentir-se inibido... Intimidado.

As pequenas linhas de expressão até mesmo as maiores, apareciam nitidamente em seu rosto. Seu corpo estava ganhando mais massa e ele parecia forte, muito mais do que alguns anos atrás e simplesmente tudo nele era tão perfeito. Os escassos fios brancos, a suave sombra de barba em seu rosto e os pelos em seu peito... Tudo encaixava-se bem, tudo ficava bem nele e Kyungsoo se envergonhava diante de Jongin. Não sentia que era o suficiente para ele e mesmo depois de tantos anos parecia algo estúpido, mas... Mas se sentia mal consigo mesmo exatamente agora. Ele não queria que Jongin visse o seu corpo todo marcado pelas estrias, não queria que Jongin o visse tão feio como se sentia, mas o que ele não sabia, era que exatamente agora, Jongin o via como o ser humano mais perfeito, como na primeira vez e depois da segunda, e desde que o conheceu em diante.

Baekhyun dormiria na casa de Chanyeol para ter a sua revanche por perder no basquete, jogando algumas muitas partidas de Call of Duty.

O jantar era simples pois o estômago de Kyungsoo estava sensível pelo brownie e o sorvete que havia tomado de tarde, então a batata frita e um pouco de salada, era o suficiente.

O ambiente em sua casa estava um pouco tenso mesmo depois dos esforços de Jongin em parecer pouco afetado e de Kyungsoo em parecer feliz, quando a única coisa que o maior desejava era ter entre os seus braços o pequeno e o menor queria chorar e pedir-lhe perdão por sua atitude rude. Mas, Jongin era muito idiota e Kyungsoo também.

Logo depois do jantar, das conversas triviais e dos sorrisos incômodos, Jongin lavou os pratos e Kyungsoo foi se sentar no sofá da sala.

— Você quer ir para cama, céu? — A voz de Jongin era suave, muito mais suave do que jamais havia sido antes e ele lhe sorria com doçura e um pouco de tristeza que já não conseguia esconder.

— Vou em um segundo. — Kyungsoo respondeu com a voz um tanto quebrada e lhe sorriu o melhor que pôde. Ele beijou sua testa com ternura e força, deixando os seus lábios por mais tempo do que o necessário e logo o olhou com seus olhos escuros e brilhantes.

— Venha quando você quiser, pequeno... — E antes de partir para o seu quarto se ajoelhou na frente de Kyungsoo e beijou a sua barriga. — Sinto falta de vocês... — Sussurrou apoiando ali o seu rosto e Eun Ji chutou a sua bochecha ao mesmo tempo em que Kyungsoo acariciava o seu cabelo.

E nós de você, Jongin... — Kyungsoo sussurrou de volta e lágrimas escaparam dos seus belos olhos antes que Jongin se colocasse de pé e o ajudasse a levantar-se.

Nessa noite, Jongin fez amor com Kyungsoo novamente depois de muito tempo. O acariciou com suas mãos quentes e o beijou faminto. Adorou cada espaço da sua pele, cada lugar exposto, cada pequena marca e ao chegar ao seu pescoço o mordeu suavemente. O amou não só com as suas mãos e sua boca, mas também com os seus olhos, olhando o seu rosto contraído pelo prazer e a necessidade daquilo e com o seu nariz inalando a sua pele e com seus ouvidos escutando a sua voz, seus choramingos, seus arquejos e gemidos, o amou com cada um dos seus sentidos tomando o seu tempo para fazer tudo muito bem feito.

Eles se amaram outra vez exatamente como na primeira vez, com fome e desejo, com paixão, com luxúria, com amor. Com ternura e paz. Simplesmente se amaram da maneira mais pura, e no final da noite, tudo se tornou um espaço escuro de calor e umidade. Sorrisos em meio a pouca luz e os chutes contentes de Eun Ji.

Luz Azul [TRADUÇÃO PT-BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora